03| Um amor puro

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Boa leitura
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— Sempre..

Sempre eu te diria. Sempre te direi. Pertencente a ti agora sou. Pertencente ao meu amor, sempre serei.

Penso brevemente nos livros de poesia, que com obrigação me faziam ler em uma das épocas mais sombrias de minha vida e que, estranhamente me cativaram.

Agora, nesses segundos e minutos que antecederam nosso encontro, recordo bem de cada verso que meloso achava, adentrando em mim e em meus pensamentos, trazendo o demonstra de sonhos que jovem tinha, de que sonhava calada em meio a negações.

Diria que nunca achei o romantismo em mim, mas aqui, ao lado de meu amor, o mesmo se nutre em meu coração; e sim, ele é capaz de fazer de todas as poesias sem sentido, através dessa poesia, que por minhas mãos sinto. No calor de seu corpo, na maciez de sua pele, no seu cheiro que me envolve. Cada canto, cada curva, é ela. Apenas e somente ela; a mulher que será a minha perfeita poesia, a qual sempre terei o prazer de ler.

Depois de ter você
Poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas

Pra que amendoeiras
pelas ruas?

Para que servem as ruas?
Depois de ter você...

Carol

Isso é amor. Um puro e verdadeiro amor.

Encontrei, redescobri, pertenci, me entreguei; Deliciosamente no renascer da paixão que por mim e, dentro de mim, ela fez.
Já vivi tantas aventuras, que ao longo dos anos me trouxeram experiências mas, tais esses, que com Natália se ressignificam.

Isso não é uma simples aventura; está além do desejo, da atração, da paixão, das luxúrias envolventes que tomaram nossos sentidos.
Natália me acolheu como ninguém antes fez, e como nenhum outro alguém fará. Pois assim como ela mesma, nesse segundo me disse: "Sempre". Significou de fato, um sempre para mim, e para nós.

Dúvidas, medos, a falta de algo que eu nunca tive e que carregava em mim o sentimento de não pertencimento; enfim se dissipou.

Essa sou eu completamente, e Natália era a metade que me faltava. Ela é o significado do meu verdadeiro amor.

Um frescor distante de vinho vem através do arrastar de seus lábios aos meus junto de seu típico sorrisinho travesso.
Mesmo não temos chegado a dividir a bebida, senti desde o nosso primeiro beijo em seu gosto.
Um aperitivo lascivo nas delícias que esta noite me proporciona.

Ergo a mão para sua nuca, arrastando os dedos até afastar alguns fios de cabelo para trás de sua orelha.
E me entrelaçando ali, trago seu rosto a mim num novo selar de lábios. O qual mais rápido tornou-se um profundo beijo.
É como se a necessidade de me ter nela alcançasse um nível quase irreconhecível de desejo.

Quero mergulhar neste novo eu; mergulhar nesta nova descoberta que através dela se demonstra.

Com meus pequenos puxões e carícias, gemidos dela recebo em minha boca.
O êxtase da rouquidão de sua voz faz estremecer meus sentidos.
A ferocidade coexiste no mesclar de nossas línguas e no chamado de nossos corpos.
Nessa bela sincronia de nosso beijo, permito-me sorrir de novo. Sorrindo pois sinto, uma verdadeira felicidade.

E com Natália agarrada firme em minha coxa, posso também notar meu íntimo clamar novamente por seu toques; algo que nunca senti antes, está me dominando completamente.

— Eu quero você.. — Num segundo sussurrei, com ela me puxando mais, deixando nossos seios roçarem uns nos outros em pleno descompasso de respiração.

Singular | NarolOnde histórias criam vida. Descubra agora