Empatia

1.7K 178 111
                                    

oii gente, só pra avisar que essa fic se passa logo que os mugiwaras tão indo pra alabasta com a vivi ainda, antes do ace aparecer

___________________________________________

Zoro se deliciava com o líquido forte que descia queimando por sua garganta. A garrafa de sake que tinha em mãos já estava quase vazia, e enquanto ele fazia a vigia do Going Merry e observava a visão do céu azul escuro e pouco estrelado sentado no ninho de corvos, ele se lembrou que aquela não era a última garrafa existente no navio.

Na verdade, Sanji havia separado uma garrafa e a escondido, para que pudesse usar em sua comida sem a preocupação de que Zoro fosse beber tudo antes. Talvez tenha até mesmo colocado correntes em volta da salinha de suprimentos.

— Como se isso fosse me parar, cozinheiro de merda. – Zoro se levantou determinado, cambaleando um pouco. Nada no mundo ficaria entre ele e aquela última garrafa de sake agora.

Quando o espadachim desceu para a proa do navio, ele achava que todos estavam dormindo nos quartos, mas notou uma estranha iluminação vinda debaixo da porta da cozinha.

— Que horas são? O idiota já tá adiantando o café da manhã? – o Roronoa pensou, olhando para cima e procurando por qualquer iluminação amarelada do sol. Ainda era completamente de noite, por que Sanji estava acordado numa hora dessas?

Abrindo a porta do cozinha, Zoro quase sentiu o queixo indo até o chão e uma raiva descomunal tomando seu corpo. Sua garrafa de sake estava ali, praticamente vazia, e nas mãos daquele maldito cozinheiro tarado.

— Mas que merda você tá fazendo?! Me dá isso aqui! – arrancou a bebida das mãos do outro e olhou a garrafa, suspirando aliviado ao ver que ainda havia sobrado um restinho. Abraçou o vidro contra o peito, feliz da vida.

Só então um soluço baixinho o fez voltar a realidade. Zoro voltou a olhar para Sanji, agora analisando a situação com mais atenção.

Ele estava sentado no chão da cozinha, uma quantidade surpreendente de bitucas de cigarro apagadas no cinzeiro. Seu rosto estava vermelho e ele soluçava.

Não só isso, seu nariz e olhos estavam avermelhados também. Zoro não era muito bom reparando coisas ou lendo o ambiente, mas estava bem claro que Sanji estava chorando até poucos minutos antes dele chegar.

O espadachim nem sabia que Sanji tinha essa capacidade. Talvez porque o visse apenas como um idiota movido a mulheres, sequer o via como um ser humano na maioria das vezes.

— O que aconteceu? – o Roronoa perguntou em um tom tranquilo demais para estar sendo usado com o cozinheiro.

— Por que você acha que eu vou te falar, cabeça de grama? – virou o rosto, como se quisesse esconder a prova óbvia de que estava chorando. De todas as pessoas no mundo, Zoro era a última que o Vinsmoke queria que o visse em um momento de vulnerabilidade e fraqueza como aquele. – Não tem nada a ver com você, vê se sai logo da minha cozinha. Sua presença me dá gastura.

— Eu posso estar na sua cozinha mas você está desperdiçando o MEU precioso sake. Então a partir disso, esse seu chororô patético aí é sim da minha conta. – Zoro cruzou os braços, se sentando ao lado de Sanji no chão. As costas contra os balcões da cozinha e a cabeça pendendo para trás, encarando o teto do navio. – Então? Desembucha.

— E do que adianta? Um troglodita como você nunca poderia entender meus sentimentos. – o loiro puxou mais um cigarro da carteira e acendeu, soprando a fumaça para cima. Zoro tossiu e o olhou feio.

— Você levou um fora daquela mulher de novo, é isso? – ergueu uma sobrancelha e viu a raiva de Sanji desaparecer pelos ares ao que ele abaixou a cabeça outra vez, enfiando-a entre os joelhos enquanto abraçava suas pernas com uma aura azul de derrota exalando de si.

the last bottleOnde histórias criam vida. Descubra agora