the last bottle

Festa

Duas semanas haviam se passado desde que Sanji fora ferido por piratas adversários, e nesse meio tempo, algumas coisas ficaram bem claras para Zoro:

A primeira era que Chopper era um médico incrível, que merecia todo o seu respeito e admiração. A maneira como ele cuidou de Sanji durante aquele período mais difícil dos primeiros dias e auxíliou os companheiros em como deviam agir ou no que poderiam ajudar era realmente digna de um grande médico.

A segunda coisa, era que as garotas sabiam ser extremamente irritantes. Estavam sendo atenciosas demais com Sanji durante aqueles dias e isso tirava Zoro do sério, não somente por seu ciúmes, mas pelo fato delas nunca terem o valorizado daquela maneira antes.

Mas o pateta parecia não se importar com o fato da mudança de comportamento das garotas ser dada somente por seu ato heróico. Na verdade, ele parecia estar sabendo aproveitar bastante a situação.

A terceira coisa que havia ficado claro para Zoro durante aquelas duas semanas era um pouco mais difícil de admitir para si mesmo, e essa era: seus sentimentos por Sanji.

Zoro não era nem um pouco experiente quando o assunto era amor, e seu coração ficar tão confuso e agitado daquela maneira pelo cozinheiro o fazia querer quebrar em centenas de pedaços a primeira coisa que visse pela frente.

Não sabia dizer quando aquilo começou, mas era completamente diferente de tudo o que já havia sentido por Luffy anteriormente. Sanji tirava Zoro do sério, mas ao mesmo tempo, gostava quando ele estava perto. Gostava quando brigavam e da maneira que Sanji irritantemente ficava preso em seus pensamentos todos os dias.

Fosse treinando, comendo, lutando, dormindo, vigiando o navio, a visão do sorriso bonito e caloroso do Vinsmoke sempre aparecia na mente de Zoro, como se estivesse eternizada em suas retinas para sempre.

O moreno também notou que eles acabaram ficando mais próximos. Sanji havia começado a sair da cama depois da primeira semana, mas Chopper ainda havia o proibido de voltar a suas tarefas diárias, e como era Zoro quem estava encarregado das refeições, Sanji passou a auxiliá-lo de perto, sempre se certificando de que o espadachim não desperdiçaria uma casca de pão sequer.

Nesses momentos a sós na cozinha, Zoro percebia o quanto o trabalho de Sanji era difícil e caprichado, e passou a valorizá-lo muito mais como companheiro e também como pessoa.

— Você já terminou de descascar as maçãs?

— Não, você me mandou preparar a carne.

— Um bom chefe consegue realizar várias tarefas ao mesmo tempo. – Sanji bateu no topo da cabeça de Zoro com uma colher de pau.

— AI! Eu não sou chefe nenhum, idiota, sou um espadachim!

— Fale menos e faça mais, você já pode abaixar o fogo. – o loiro apontou para uma das panelas no fogão. Tinha uma das mãos na cintura e uma postura autoritária enquanto supervisionava o almoço que Zoro fazia.

— Você é um saco, por que não volta pra enfermaria?

— Porque se eu te deixar um segundo sem supervisão, sua comida vai virar aquela gororoba feia outra vez. E eu não sei que magia negra você faz pra parecer daquela forma, mas você precisa de mim.

Zoro sentiu algo se agitar sutilmente dentro de si ao ouvir Sanji proferindo aquelas palavras.

"Eu? Precisar do cozinheiro?" Zoro mordeu os próprios lábios quando olhou pelo canto dos olhos o loiro caminhando com um pouco de dificuldade até a mesa e se sentando na cadeira para descansar. Tudo sobre ele parecia incrível aos olhos de Zoro e aquilo estava o enlouquecendo. Fosse a maneira que suas roupas chiques ficavam coladas em seu corpo definido, com uma cintura fina, coxas grossas e uma bunda grande e redonda... Fosse o tom suave de sua voz e a maneira que seus lábios pareciam rosados e macios ao redor daqueles cigarros de sempre. Ou então seu cheiro, aquela mistura viciante de colônia masculina com cigarros mentolados. Um aroma que ficava preso em todas as roupas e em sua pele, e fazia Zoro querer colar o rosto em seu pescoço outra vez, apenas para sentir aquele cheiro mais de perto.