Sanji respirou fundo a brisa gelida que soprava contra seu rosto e resfriava seu corpo junto da chuva intensa que caía, um terceiro suspiro cansado saía pelos lábios levemente abertos e irritantemente em falta de cigarros.
— Você é mesmo um pé no saco. – o loiro resmungou enquanto carregava um Zoro completamente embriagado consigo pelas ruas noturnas da cidade. A chuva de verão caía fortemente sobre suas cabeças e encharcava suas roupas.
— Mas eu ganhei, não ganhei? Hip~ – o moreno soluçou e abriu um sorriso bêbado, erguendo o saquinho de moedas que recebera como prêmio.
— Como se fosse orgulho algum beber desse jeito. – Sanji rolou os olhos, enfim parando em frente a uma grande construção de iluminação exagerada. – Vamos entrar.
— Aqui? – os olhos embaçados de Zoro (pouco pela bebida, pouco pela chuva) se ergueram para o lugar a sua frente. – Um... motel?
Sanji quis soltar Zoro na meio da rua alagada no mesmo segundo quando viu aquela sobrancelha arrogante se erguer e um olhar estranho estampar sua face. O rosto do cozinheiro queimou em raiva e constrangimento, talvez devesse empurrar o espadachim em uma poça d'água ou algo do tipo.
— Não pense você que a idéia de passar uma noite do seu lado me agrada! Mas não temos dinheiro para pagar por um quarto de hotel e eu não vou te carregar de volta até a costa nessa chuva, você pesa!
— São os músculos, cozinheiro. Mas você não poderia entender. – Zoro puxou de volta seu braço que estava apoiado nos ombros de Sanji para o sustentar e se pôs de pé, firmando as botas ensopadas no chão enquanto seu equilíbrio estabilizava aos poucos. – Por mim tanto faz, eu só quero uma cama pra capotar. Como vai avisar os outros?
— A senhorita Nami deixou um Den den Muchi comigo. – Sanji enfiou a mão em seu bolso do paletó e tirou para fora um caracol filhote de casco preto com duas listras laranjas. – Ahh, ela é tão preparada! Tão perfeita, tão linda, tão... – Sanji já havia se perdido em seus devaneios sobre a navegadora quando notou que Zoro havia o abandonado e entrado primeiro no motel, o deixando babando sobre Nami sozinho na chuva.
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— E foi isso que aconteceu. – Zoro terminou de contar todos os acontecidos para a ruiva.
— Então você conseguiu o dinheiro? Ahh, que coisa boa! Quanto? – o moreno sabia exatamente a expressão que a mulher fazia do outro lado da linha, com os olhos brilhando o cifrão dos Beris.
— Você só ouviu essa parte?! – Zoro apertou suas temporas, respirando fundo enquanto tentava manter a calma. – No final, vocês encontraram o Luffy?
— Ah, sim, Robin voltou com ele a pouco, antes da chuva começar. – Sobrou um pouco de comida do almoço, então vamos nos virar sem o Sanji-kun por enquanto.
— Tudo bem, estaremos de volta pela manhã. – Zoro falou por último e desligou.
Jogou as costas para trás, se deitando na cama e encarando o teto de modo sonolento. Toda aquela bebida estava definitivamente fazendo efeito em seu organismo e o deixando mais lento.
Quando estava quase dormindo, o barulho da porta do banheiro lhe chamou a atenção. Ergueu os olhos, encontrando Sanji com os cabelos molhados, o corpo levemente úmido e uma toalha enrolada na cintura.
— Pode ir, Zoro. O chuveiro é ótimo. – avisou enquanto secava a ponta dos cabelos com uma toalha menor que estava em volta de seu pescoço. – e vê se levanta daí, suas roupas estão encharcadas, você está molhando a cama que vamos dormir!
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the last bottle
FanfictionOnde Zoro encontra sua preciosa e última garrafa de sake nas mãos daquele maldito cozinheiro tarado...