Na manhã seguinte, Thomas começou a buscar informações sobre Ivy. Contudo, ele não tinha muitas informações sobre ela além de seu nome, a única coisa que sabia era que ela havia aparecido há alguns meses com a ameaça de morte a sete pessoas específicas, cujas identidades permaneciam como um mistério.
Além de policial, Thomas era também um detetive experiente, o que costumava facilitar sua vida ao investigar pessoas ou casos. Mas Ivy era uma exceção. Ela era um enigma, um quebra-cabeça sem pistas claras, e a falta de respostas começava a irritá-lo profundamente.
Tom estava olhando para o mural que tinha feito a respeito de Ivy, quando ouviu batidas na porta.
— Entre. — Ele pediu enquanto se levantava com dificuldade devido às pernas ainda machucadas.
A porta se abriu, revelando uma mulher alta, de cabelos ruivos intensos e olhos verdes penetrantes. Ela entrou na sala e fechou a porta atrás de si.
— Bom dia, Tom. Como estão os ferimentos? — Perguntou com a voz firme, mas carregada de um leve tom de preocupação.
A mulher era Cintia Ravenshield, chefe dos policiais locais. Apesar do cargo, passava mais tempo nas ruas caçando criminosos do que na delegacia. Cintia era uma figura notável: carismática, determinada e, sem dúvida, atraente. Muitos homens da delegacia já tiveram uma queda por ela, mas Thomas foi uma exceção. Para ele, Cintia era apenas mais uma mulher marcante que cruzou seu caminho, nada mais.
— Melhorando. — Mentiu ele, não querendo prolongar a conversa sobre seus ferimentos.
— E as buscas, descobriu algo? — Cintia questionou olhando para o mural de informações.
— Não, nem mesmo o nome dela. — Ele mentiu novamente, o tom frio e direto. — Essa mulher é uma incognita, ela não deixa vestígios de seus assassinatos.
— Mas e o corpo que você viu no beco ontem? — A mulher se virou para ele, encarando-o agora com mais atenção.
— Não foi ela quem o matou, e você sabe disso. As digitais no corpo são de Louis e Calvin, não adianta incriminarmos aquela mulher sabendo que não foi ela quem o matou. — Tom cruzou os braços, impaciente.
— Bom, não podemos dizer à mídia que dois dos nossos mataram um homem inocente. — Cintia disse pensativa. — A única desculpa que temos é incriminar essa mulher mascarada.
— Esses dois dos nossos deveriam ser presos, quase me mataram ontem, sabia? — A irritação borbulhava em sua voz. — Devo dizer que tive muita sorte, por não ter morrido ontem.
— E o que fazia fora da sua casa após o toque de recolher? — Cintia começou a ficar impaciente. — Sabe que ninguém tem permissão de andar na rua após as seis da tarde.
Thomas ergueu o olhar, desafiador: — Se não se lembra, chefe, faz menos de uma semana que fui mandado para esse fim de mundo, não decorei a rua que leva até minha casa direito, por isso estava na rua após o toque de recolher.
Sua irritação era clara. O olhar intenso e a voz carregada denunciavam seu estado emocional, algo raro em um homem geralmente tão contido.
— Que seja. — Cintia suspirou frustrada. — Só não fique mais perambulando por aí à noite.
— Como se eu quisesse. — Ele resmungou baixinho.
— O que disse? — A mulher franziu as sobrancelhas, esperando pela resposta dele.
— Que meu expediente acabou. — Ele respondeu enquanto pegava suas coisas e caminhava mancando até a saída de sua sala. — Nos vemos amanhã, chefe.
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𝑹𝒐𝒔𝒂 𝑩𝒓𝒂𝒏𝒄𝒂
RomansaEra uma noite chuvosa e escura quando o corpo de um homem foi encontrado em um beco no centro da cidade de Edimburgo. Aparentemente, ele havia sido assassinado a sangue frio. A polícia rapidamente começou a investigar o caso, mas as pistas eram esca...