⟬4⟭

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Bom Domingoooo

Avisos :

✷✷✷✷ = Quebra de tempo e mudança de PV;

Esta obra contem gatilhos, você esta avisado.

Rebecca.

Agarrei meu chapéu antes de ser chamada novamente pelo Sr. Manson. Hoje, ele me levaria à cidade para adquirirmos itens que eu necessitava. Antes de partirmos, escutei minha avó conversando com ele: "Aproxime-se dela, estabelecer vínculos é essencial, Keeiram precisa de uma referência paternal especialmente agora que a mãe não está mais aqui." Fiquei surpresa ao ouvi-lo suspirar e responder: "Está bem, mãe." Durante nosso passeio pelas lojas, percebi sua relutância a cada peça de roupa que eu escolhia. Ele estava diferente hoje, trocando seu habitual terno por uma camisa branca de botões e calças sociais pretas. Com óculos escuros e cabelos penteados para trás, ele chamava a atenção, especialmente das mulheres que nos observavam por onde passávamos.

— Por que fica olhando para trás? — Pergunto.

— O senhor atrai os olhares femininos!

— É mesmo? Não costumo prestar atenção nisso. Como vai sua avó?

— Ela está bem, e fiz uma nova amiga, Megan!

— Ah, a filha dos Horowizt, ela vai estudar na mesma escola que você!

— Sério? Isso me tranquiliza um pouco. Meus avós mencionaram que terei que dormir lá, é verdade? — Ele assentiu.

— Sim, é um internato. Os estudantes ficam lá durante a semana e só voltam para casa aos finais de semana.

— Apenas nos finais de semana? — Perguntei, sentindo—me ansiosa e inquieta.

— Parece que não gostou muito da ideia.

— Não é que... é apenas diferente do que estou acostumada.

— Mudanças são boas, você vai se adaptar! — Ele disse, parando diante de uma vitrine. — Que tal experimentar um novo estilo? — Sugeriu, observando as roupas finas que não me agradavam. Fiquei parada, tentando compreender como se usavam aquelas peças.

— Senhor Manson, posso lhe fazer uma pergunta? — Rompi o silêncio, e ele me olhou, dando permissão. — O senhor se incomoda com minha presença? — Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso.

— Claro que não! — Respondeu, desviando o olhar. — Por que pergunta?

— É que percebi... parece que o senhor não gosta muito das minhas escolhas de roupas, ou das minhas escolhas em geral.

— A questão é que suas roupas são... incomuns.

— Incomuns? — Refleti por um momento, escolhendo minhas palavras cuidadosamente para não irritá—lo. — Senhor Manson, sempre me vesti assim, e sei que cada pessoa tem seus gostos. O que é normal para o senhor pode não ser para mim, concorda? — Ele colocou as mãos nos bolsos.

— Você tem razão. Mas aqui, ninguém está acostumado com isso, com seu estilo! Nem eu! — Virei—me na mesma direção que ele, também colocando as mãos nos bolsos do meu macacão.

— Esse é o meu jeito! — Digo, dando de ombros e me virando para seguir meu caminho. — O senhor pode escolher entre me aceitar e se acostumar comigo, ou continuar se incomodando até desistir.

— Você aprendeu a ser assim na sua vila, a ser desrespeitosa? — Ele pergunta, enquanto eu paro, de costas para ele.

— Senhor Manson, não é uma questão de má educação, entenda... — Respondo. — Não me parece justo ter que me moldar aos seus padrões. Afinal, não sou eu quem deseja entrar na sua vida, é você que quer fazer parte da minha. — Explico, sem arrogância, e volto a me perder nas vitrines até que ele se aproxima novamente em silêncio.

Vagalumes de SalémOnde histórias criam vida. Descubra agora