Isto está mesmo acontecendo? Como pude permitir...?
Mesmo com todas as provocações, Jules não imaginava que Amélie tomaria atitude, não é muito a cara dela. A de cabelos vermelhos leva suas mãos ao pescoço da mais velha ao sentir a língua quente de Jules adentrar sua boca lentamente e se movimentando pela área com calma. Amélie, em um momento de coragem aproxima seu corpo, até estar colada no de Jules, quase gemendo com o choque térmico
A psicóloga se afasta de Amélie e enfia seu rosto no pescoço alheio, inalando o perfume daquela área e não tardando em fazer sua língua entrar em contato com a pele. A mais nova desce suas mãos para o ombro da morena, apertando com força ali ao sentir uma mordida direcionada ao seu ponto de pulso.
– Jule.. - Amélie tenta recuperar sua consciência e afastar a mais velha, não poderiam fazer nada ali - N-Não podemos, na aqui...
– E por que não? - Jules fala sendo abafado pelo pescoço de Amélie, que teve mais um arrepio ao sentir o hálito quente em sua pele fria e sensível
– Estamos no seu trabalho
A de cabelos vermelhos vê a morena parar com seus ataques voltando ao normal, como se nada tivesse acontecido.
– Tem razão. - esse era o fim, certo? Amélie trocaria de psicólogo e perderiam o contato de vez
A Rodríguez se afastou totalmente de Jules, pegou sua mochila e, com um breve aceno, saiu da sala. Ela não retornou as seções o resto do mês
Jules se divertia com a presença de alguns dos seus velhos amigos do ensino médio, contavam piadas internas e histórias velhas.
– Lembram quando começou a cair "sangue" - Maya faz aspas com as mãos - pelas escadas da escola, quando estávamos no intervalo?
– Eu lembro, Yara levou um tombo enorme. - Jules ri ao lembrar da cena, que aconteceu após a reconciliação de ambos
– Foi o azar que você me deu ao te beijar.
– ata - diz e toma um gole de seu vinho- você adorou me beijar, pode falar
– Não sabia que vocês haviam realmente se beijado no dia do "sangue", não estavam brigados? - João diz lembrando levemente das conversas que tinha com os amigos na época.
– No final de tudo nos resolvemos, uma pena. - Yara fala e recebe um dedo do meio como resposta de Jules, causando uma pequena risada nela.
Na mesa ao lado, um grupo de pessoas falavam um pouco alto demais, pareciam animados. Infelizmente, o som não agradava o grupo de velhos amigos, Emília, a mais extrovertida entre eles, se levantou e estava decidida a pedir que falassem mais baixo. Porém foi impedida pela mão de Ayan em seu pulso
– espera, escutem - ele pede e a mesa deles fica em silêncio
– Lembram dos insetos no banheiro? - uma das pessoas da mesa barulhenta, diz com muita animação - Mariposa versus lagartixa! Barata versus grilo! A luta do ano
– O Luigi morrendo de nojo, a Carla gravando aquela cena nojenta, o Ayan rindo igual uma gralha engasgada - uma mulher, de pele negra e cabelos loiros diz calmamente - e não podemos esquecer a melhor parte
– Qual?
– Jules tentando acalmar a Amélie que quase morreu do coração, porque a lagartixa estava a dez centímetros dela - o homem ruivo diz, olhando para a ponta da mesa, enquanto segura a risada, Amélie, que estava na última cadeira da mesa, revirou os olhos
– Claro, Jules era o único ser humano que não estava SURTANDO por conta dos insetos - Ayan, que até então estava na outra mesa, se intromete no assunto da mesa barulhenta
– AYAN!!!! - um homem loiro se levanta e abraça o outro - Nossa, nem vimos vocês aí!
– Vamos juntas as mesas - Ayan diz - uma reunião de amigos da escola!
– Amélie, não nos vemos a muito tempo - Maya dirigiu a palavra para a de cabelos vermelhos - fiquei sabendo que realmente ingressou na carreira de neurocirurgiã. - comentou
– É uma das poucas coisas que gosto, não poderia ser diferente. - ela força um meio sorriso
– Deve ser difícil - Yara diz - não consigo nem colocar a linha no buraco da agulha, sem tremer igual uma pessoa com parkinson
– Porque você é meio burra né, minha linda - Jules fala.
Já disse que é por causa do seu beijo? Deve ter realmente me passado algum tipo de doença. - Yara recebe um tapa em sua cabeça, arrancando risadas de todos, menos de Amélie que observava a interação dos dois de cara amarrada
– Meu Deus, vocês se beijaram tanto assim? - Maya sabia exatamente que estava pisando na curiosidade, e talvez até no ciúmes, de Amélie, na qual buscava saber se aqueles beijos haviam acontecido apenas na época da escola ou agora também.
– Infelizmente. - a psicóloga suspira.
– Sim, você beija muito mal. - Yara pisca para Jules
– Ata! É mentira! - Jules sorri de lado - Você gostava dos meus beijos, todos sabemos disso
– E você, Mélie?- Maya diz.
– Perdão, eu o que?
– Acha que Jules beija mal? - Maya, vendo a gótica arregalar os olhos. diz
– pessoal, vocês pediram o que? - Ayan atrapalha aquele momento ao não notar o que estava acontecendo.
– Amém! Finalmente alguém falando de algo bom! - Luigi, que até então se mantinha calado, fala.
– Logo, logo vira um baleio obeso - o ruivo fala.
– Jules tem razão sobre você.
– Acho que todos concordamos com Jules. - a de cabelos vermelhos diz.
– Amélie, poderia dizer que você aqui é surpreendente. - Maya começa - Estou contente em saber que você está bem e que não se tornou uma anti-social, igual Jules. - recebe um olhar mortal da gótica
– A Helena me disse que eu não deveria deixá-los passar - ela suspira - acho que ela tinha razão.
– Como o Hele está? - Jules usa o apelido que tinha dado carinhosamente a, na época, criança.
– Ela está bem. - Amélie não olhava diretamente para Jules- Sente saudades de você - talvez não era só ela que sentia a falta da outra
– Eu também sinto falta dela - diz depois de tomar um gole de sua bebida - Helena era bem chatinha naquela época, mas me diverti com ela.
– Licença, eu vou no banheiro. - Jules saiu dali devagar e quando voltou foi informada que a pseudo ruiva já teria ido para casa, afirmando que estava com fortes dores de cabeça.
Ao chegar em casa, uns mensagem de texto surpreende Amélie
_Numero desconhecido_
– Rua: ****** ** **** Casa 666. Te espero as oito e meia (18:38)
– Até perguntaria quem é, mas com um número de casa como esse, sei bem com quem estou falando (18:40)
– Qual dos idiotas te passou meu número? (18:40)
– Peguei do seu cadastro na clínica (18:43)
– Isso é invasão de privacidade, que profissional da sua parte, Dra. (18:45)
– Não se atrase, Amélie! (18:46)
_Contato salvo como: Dr(a). Freitas_
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Our Memories
RomanceQuando seu psicólogo se casa e tem que ir embora da cidade, outro vem o substituir. Mal sabia Amélie, que sua nova psicóloga seria uma pessoa de seu passado...