Daylight (Enzo Vogrincic fanfic)

Capítulo 19

Março se passou com uma enorme rapidez, só faltam um dia para chegar abril e começar outro ciclo, Enzo e eu estávamos da mesma forma de sempre, nós dois juntos em meu apartamento ou no dele, conversando sobre a vida, agindo como namorados apaixonados. Comecei a estudar para minhas primeiras provas na universidade, depois da faculdade, sempre dou uma passada na editora, na qual fiz algumas reuniões na elaboração do livro e vendas, só falta a metade para terminar ele e ele estar nas prateleiras das livrarias, isso me deixava ansiosamente feliz, eu realmente estou feliz, muito feliz mesmo. Hoje eu e Enzo decidimos ir ao Metropolitan Museum ver algumas obras que estavam sendo expostas hoje. Estamos caminhando pela a parte do antigo Egito e está divertido ver esses sarcófagos de antigos faraós.

- Eu gosto muito do Egito antigo. - Enzo diz olhando impressionado uma múmia que estava conservada em um vidro. - Sabia que quando eles enfaixavam as múmias, no processo, eles drenavam o sangue da pessoa, cortavam no meio, daí então eles tiravam o coração, pulmão, esses órgãos desse tipo, colocavam dentro de um jarro ao lado do sarcófago junto com ouro, algumas joias preciosas e pertences dentro da pirâmide, no caso de eles voltassem a vida, como esperado, eles, tipo, colocarem de volta dentro deles. 

- É meio nojento isso, mas é interessante isso até! - Digo olhando para a múmia junto com Enzo. 

- Acho que eu gostaria ter sido um faraó, imagina eu mumificado dentro de uma pirâmide dentro de um caixão de ouro e um desperdício de riquezas em uma grande construção de pedra, esperando para ressuscitar novamente como um Deus, é uma viagem de ideias estranhamente legais. 

- Eu não gostaria de ser uma múmia, eu me sentir claustrofóbica. - Dou uma risada.

- Se você estivesse em alguma época antiga, qual seria? - Ele me pergunta. 

- Acho que a Grécia Antiga, sei que é uma resposta básica, mas é que eu lia Percy Jackson quando eu tinha uns 12 anos. - Dou uma risada. - E um dos livros que marcaram minha vida foi a Ilíada e a Odisseia. 

- Acho que você seria como Helena, tive que ler a Odisseia para um trabalho da faculdade, realmente gostei, mas não me lembro de muitas coisas.

- Helena não era grega, e sim espartana, se você diz que sou Helena, então você seria Páris. 

- Você acha? - Enzo ri. 

- "A 'querela da beleza' entre , e , desencadeada pelo 'pomo da discórdia' lançado por no casamento de e , logo envolveu dois mortais: Páris, também conhecido por Alexandre, e a belíssima Helena de Esparta, que logo se tornaria conhecida por Helena de Troia." - Recito uma citação do livro que surgiu em minha memória. - Fiquei em choque quando descobri que a guerra de Troia não era real.

- NÃO É REAL?! - Enzo me olha chocado. 

- Tive a mesma reação que você. 

- Então minha vida foi uma mentira, achava que eles realmente construíram aquele cavalo de madeira enorme!

Meu celular começou a tocar, nem vi o número apenas desliguei. Continuamos a andar para ver o acervo enorme de pinturas e esculturas do museu que ficava interessante a cada corredor e salão, decidimos dar uma parada se sentando em banco de frente com a obra: A família Monet no seu jardim em Argenteuil  de Édouard Manet, era um quadro belíssimo que eu poderia passar horas observando. 

- Eu acho que de todos os quadros que vimos até agora, esse é o mais bonito. - Digo olhando fixamente para a tela.

- É realmente muito bonito. - Enzo responde. 

- Eu acho que...- Meu celular começa a tocar de novo, quando vejo, era a minha mãe. - Só um minuto, é a minha mãe. 

- Ah! Sem problemas. 

Atendo a ligação, a primeira coisa que escuto, era uns soluços de choro iguais aos da minha mãe, me veio um sentimento estranho de preocupação e ansiedade que tomou conta de mente. 

- Mãe? Alô?! O que aconteceu?!- Pergunto nervosa. 

- Filha, eu não sei como posso dar essa notícia...

- O que aconteceu?!

- O seu pai...

- MEU PAI O QUE?!

- Ele teve um infarto e faleceu, tentei ligar para você antes, mas só dava a caixa postal.

Quando eu ouvi essa notícia, meu coração se partiu em pedaços, me desabei em lágrimas, Enzo ficou preocupado quando me viu chorar. 

- E-eu vou tentar pegar um vôo para ir, quando foi isso?! - Pergunto novamente em um tom choroso. 

- Uma hora atrás, ele morreu na ambulância. 

- Olha, vá preparando ele e o velório, vou pegar alguma passagem para ir aí. 

- Tudo bem filha, venha rápido. - Minha mãe começa a chorar tristemente no telefone. 

- Daqui algumas horas estou aí.

Eu desligo, me doía ver minha mãe chorando e não queria que ela me visse chorando também. Meu pai, só foi ele e minha mãe que estavam comigo naquele momento sombrio da minha vida, faleceu, ele foi embora e nunca mais vai voltar.

- S/N? Tá tudo bem?! - Enzo pergunta aflito. 

- Podemos voltar? Eu não consigo falar sobre isso em público. 

- Ok. 

Enzo e eu saímos do museu, pedimos um táxi para voltar para o prédio. No caminho todo eu estava devastada e perplexa. Quando entramos em meu apartamento, novamente desabei em lágrimas. 

- O que aconteceu?! - Enzo me abraça fortemente. 

- O meu pai...e-ele faleceu...

- MEU DEUS!? COMO?!

- Um infarto.

- Puxa...saiba que eu estou aqui...- Me senti confortada após ouvir isto de Enzo, mas ainda havia tristeza em mim. 

- Eu preciso procurar um vôo até lá para ir para o velório. 

- Quer que eu vá com você?

- Não, não quero atrapalhar você, amanhã você tem ensaio e você vai perder e isso é importante para você!

- Não vai me atrapalhar em nada, não se preocupe, eu estou indo bem nos ensaios, então não vai fazer diferença se eu for ou não.

- Você tem certeza? Não quero atrapalhar em nada.

- Está tudo bem comigo, eu vou com você.

Passei a tarde e a noite inteira chorando nos braços de Enzo, não estava acreditando que meu pai estava morto, mas me veio o pensamento também de que com certeza se eu for para o enterro, todos aquelas pessoas e meus familiares que se afastaram de mim irão estar lá, me apavorou um pouco, mas depois coloquei de lado e vi que realmente precisava estar com meu pai.