Quer curtir balada...

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Nos próximos dias nos falávamos sempre que tínhamos oportunidade, ela me mandava vídeos e fotos no privado e no grupo da SFV interagíamos normalmente sem levantar suspeitas, mas nós duas sabíamos que algo estava acontecendo em nossa relação. Meses se passaram até numa tarde de sábado Gattaz bate na porta com um sorriso tão largo que era possível iluminar BH inteirinha se estivesse a noite.

– Já vai! – abro a porta e ela passa direto vai até meu quarto – Calma criatura.

– Se veste – disse a central procurando algumas peças e jogando em cima da cama – vamos sair.

– Ah Carol, não to muito afim não. E eu estou esperando uma ligação.

– Espera essa ligação dentro do carro. Vou te levar pra sair, Priscila! – Gattaz pega um vestido dá uma bela olhada e torce o nariz – esse não.

– Não quero sair...

– Você vai, não estou pedindo, estou informando e depois... você vai gostar.

– Dessa vez eu passo..

– Se veste logo ou ligo pra Thaísa vir te arrastar pelos cabelos!.

E lá estava eu, dentro do carro de Carol com Thaísa no banco de trás. Olhava para o celular de 5 em 5 minutos para ter certeza de que se ela me ligasse eu não perderia chamada. Thaísa tagarelava algo sobre a tal festa em que ela e Gattaz estavam me arrastando.

– Animo, Pri. Vai ser legal, algumas das meninas estarão lá também, a Carol, Rosa...

– Sem ofensas, amo todas vocês, mas quem eu quero, muito provavelmente não estará lá.

– Você nem sabe disso, vai que você acha um boyzinho – a loira insiste.

Se esse boyzinho não for uma Curitibana de olhos mansos e doceis com a risada mais gostosa de se ouvir, eu não quero. Encosto-me no banco e apenas aprecio a vista, pelo vistoa festa seria em uma pequena chácara. Bem estilo Caroline Gattaz mesmo. Não demorou muito para que chegássemos. Assim que desci do carro Carolana veio me abraçando ao lado de Anne. Dei uma olhada a minha volta e reparei que haviam muitas meninas da SFV, não era nada pequeno como Gattaz e Thaísa me prometeram. Anne me arrastou para perto da piscina enquanto Carolana falava alguma coisa com as outras duas centrais.

Conversava com Anne e mais algumas meninas quando sinto uma pessoa me abraçar por trás.

– Oi pinchesa – Rosamaria me beija na bochecha enquanto me aperta forte.

– Ué, como assim, você também está aqui maluca? – me endireito para abraçar a oposta.

– Acha mesmo que eu ia perder Caroline de vista? – ela brinca – e eu não vim sozinha não viu! – ela pega a cerveja que eu estava bebendo e aponta para frente.

Lá estava ela, bem afastada das outras pessoas, estava sentada em uma pequena cerca enquanto admirava o pôr do sol, estava de costas para a gente, perdida em seus pensamentos.

– Vai lá. Ela me disse que estava esperando uma ligação... – Rosa sussurra.

Olho para ela com uma certa curiosidade, a loira ri do meu semblante.

– Você sabe que eu e ela conversamos muito, não é? – ela sinaliza com a cabeça e eu vou até a levantadora.

Na medida em que caminho até ela sinto meu coração acelerar, estivemos tão longe uma da outra, conversar apenas por telefone não era a mesma coisa de poder ver e tocar, estava nervosa um turbilhão de pensamentos passavam por minha cabeça, o que eu deveria dizer? Como deveria chegar nela? O que poderia falar?. Chego até ela e apenas me encosto na cerca, sem olhar para ela, apenas suspiro admirando o céu laranja.

– Estava esperando por sua ligação – ela diz ainda sem olhar para mim.

– Combinamos que você que iria me ligar da última vez – rimos da ocasião.

– Oi, Priscila.

– Oi, Roberta.

SossegueiOnde histórias criam vida. Descubra agora