Capítulo 4

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CAPÍTULO


Magnus não tirava o olho do convite todo chamativo. Aquela noite sem sentido, em que seria paquerado por um homem que já conhecia e com quem nem tinha certeza se queria estar, era tudo culpa de V.M. Como se não o tivesse torturado o suficiente na faculdade, continuava perseguindo-o como se o objetivo de sua vida fosse atormentar Magnus.

Resmungando, enfiou, sem ânimo, uma calça preta justa e uma camisa vinho. Com alguma sorte, ele iria se esforçar bastante no papel de paquerador de mesa de bar. Com isso em mente, passou uma maquiagem um pouco mais carregada do que o normal, Magnus amava se maquiar, era relaxante pra ele, sua marca registrada era seu delineado.

Ao chegar no hotel, sentiu-se um pouco incomodado. Quem era ele, afinal? Um profissional, usado por um homem meio bobo para que esse bancasse o Don Juan em sua farsa?

Magnus nunca havia feito o estilo passivo. Ergueu o queixo. Alexander podia acabar descobrindo que não bastava ler um capítulo de livro para se dar bem com um cara como ele.

Entrou no ambiente pouco iluminado do bistrô e olhou ao redor. O lugar estava bem cheio. Quase todas as mesas estavam ocupadas e no bar havia alguns bancos livres. Magnus preferiu o bar. O garçom o viu e sorriu.

— Já vou atendê-lo.

— Obrigado. — Ele devolveu o sorriso.

Não conseguia decidir o que beber. Quando o garçom voltou, ainda não havia escolhido.

— Será que tomo um vinho branco?

O garçom balançou a cabeça e se inclinou para mais perto dele.

— Não para um cavalheiro lindo como você.

Caramba, ele o estava paquerando. O plano já estava funcionando. Modéstia à parte... Magnus piscou para ele.

— O que você sugere?

Ele apoiou os cotovelos na bancada do bar, um centímetro mais próximo do que o necessário e o estudou.

— Estou pensando em algo exótico, mas ao mesmo tempo refrescante. Talvez algo picante, com um toque de sal. E para sua sorte sou o melhor especialista em Margarita deste lado da Cidade.

Magnus deu uma risada sensual. Ele era fofo. Parecia ser alguns anos mais jovem que ele, mas certamente tinha atitude e não perdia tempo em flertar com quem podia.

— Uma Margarita parece uma ótima ideia. Obrigado.

A preparação do drinque era uma verdadeira performance circense, com garrafas girando e malabarismos. Magnus estava adorando o show. O drinque era realmente perfeito.

— Qual o seu nome? — ele perguntou, enquanto limpava a bancada com um pano.

— Magnus. E o seu?

— Les. Não me lembro de ter visto você antes por aqui.

— Não costumo vir aqui. — Tinha namorado um engenheiro e uma vez estiveram no lugar depois de uma peça de teatro. Mas já fazia mais de um ano. Na verdade, desde que havia terminado com o lindo, mas insosso, Issac, havia uns seis meses, Magnus já não saía muito à noite.

— O que te traz aqui, hoje? Está esperando alguém? — Ele não escondia o olhar e o jeito safado

— Está, sim — respondeu uma voz grossa e meio irritada por trás de Magnus. Ele se virou e viu Alexander com uma cara de homem traído.

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