HYUMI

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✮⋆˙ Boa leitura!

✮⋆˙ Lembrando: É tudo puramente ficcional, criei disciplinas completamente diferentes do que se tem dentro do curso de fotografia para esse segundo capítulo, mas irei me aprofundar no estudo das mesmas ao decorrer da fic para ficar mais bonitinho.


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A sala era grande e espaçada. Tinha inúmeras cadeiras e alunos já sentados e formando os seus grupos. Seguro a alça da minha bolsa carteiro e encho os pulmões de ar antes de começar a me dirigir para um dos assentos que estavam disponíveis e ironicamente, era na mesma fila que ele.

Sunghoon estava com os olhos vidrados para a paisagem que se desenhava lá fora. A chuva tinha aparecido há alguns segundos atrás. Os pingos molhavam o vidro da janela e a expressão no rosto dele era indecifrável.

Aproximo-me me sentando na última cadeira da fileira, por mais que as cadeiras entre nós estivessem vazias, não queria me aproximar dele. Não queria causa incômodo naquele momento.

Tiro a minha bolsa de mim e coloco sob a mesa à minha frente, tirando dali meu bloco de notas e uma caneta para no caso de que tenha algum trabalho ou atividade.

Eu estava animada com a prospecção de ter um trabalho em equipe. Poderia ser difícil no começo, como sempre era, mas estar em um grupo com pessoas diferentes e histórias diferentes me motivava de um jeito.

Coloco os objetos sob a bolsa e espero o professor chegar, mas claro, eu olhava de vez em quando para Sunghoon. Queria entender como ele poderia ter uma irmã como a Young Ja, ela era calorosa demais. Algo que parecia claramente ser o oposto dele, além de que, os dois não pareciam compartilhar as mesmas características.

O som da porta da sala é soado pelo recinto, fazendo alguns alunos voltarem a sua atenção ao professor que se dirigia ao púlpito que estava centralizado na frente do quadro negro. Ele trazia consigo um livro.

O que será que vai ser a aula?

Ele gargareja e coloca o livro sob o púlpito — Atenção! Prazer em conhecê-los — ele diz, sua voz soando por todo o lugar. Era clara e firme — Sou Kim Jong Seon! O professor de vocês de Arte paisagística e também da Teoria dos ângulos — ele diz — Bom, como é o primeiro dia de vocês não farei nada pesado, juro — alguns alunos soltaram uma risada, mas não entendia o motivo — Hoje farei apenas uma pequena dinâmica...

Ele diz saindo de trás do púlpito e indo para a frente do mesmo, cruzando os braços e encarando a sala calmamente. Observando cada um.

— A dinâmica será assim — ele começa depois de um suspiro — Quero que vocês observem a pessoa ao seu lado e diga a impressão que ela dá de você. Impressões são importantes para a composição de uma imagem, de uma foto. E quero ver as percepções de vocês sobre.

Minha espinha gelada agora. Eu teria que trabalhar com Sunghoon?

Olhei para ele de soslaio, e estranhamente, ele me encarava. Novamente aqueles olhos. Fechei os meus e contei até dez, tentando acalmar as batidas no meu coração. Quais seriam as chances dele acabar falando algo que poderia ser rude? Não duvidaria, ele parecia alguém que gostava de ficar só com o pouco de tempo que eu o observei.

Mas precisava participar daquela dinâmica, me ajudaria a me adaptar melhor e ter mais familiaridade. Engoli em seco e respirei fundo, me virei na cadeira e encarei Sunghoon de volta.

A expressão no seu rosto era como uma estátua grega entalhada com cuidado. Mesmo tendo quatro cadeiras de distância, conseguia ver a precisão da simetria que tinha o nariz e os lábios dele. Seus olhos eram aquilo que mais se destacava em seu rosto. Pareciam guardar inúmeras emoções, experiências, tinha muitas coisas escondidas atrás daquele abismo.

Me senti nervosa ao encarar diretamente seus olhos. Senti medo dele ver o que tinha dentro de mim. A alma patética que eu era. Ver os defeitos que eu não queria que ninguém mais soubesse.

As palmas das minhas mãos suavam sob meu colo, num movimento rápido, as passo sob o tecido da minha roupa. Sunghoon parou de me observar e virou seu corpo para frente. Era isso?

Um sopro alívio passou passou por minha mente e virei meu corpo de volta a posição que estava antes.

— Pelo jeito, tem alguns que se empolgaram demais — diz o professor olhando para atrás de mim, viro a cabeça minimamente e vejo que um rapaz e uma mulher conversavam animadamente, mas pararam assim que o professor falou — Enfim, quero que vocês tentem encontrar cenários com a mesma impressão que a pessoa que você observou, mas só na próxima aula.

O sinal toca, anunciando a próxima aula, que seria Teoria da composição das cores.

(...)

Andava na direção da biblioteca. Naquele dia, alguns professores já tinha nos dado algumas listas bibliográficas que seriam úteis até o final do curso. E eu queria ler antes que acabasse as cópias disponíveis na biblioteca.

Abro a porta de vidro com uma das mãos, sentindo o ar gélido do ar condicionado bater em meu rosto. Os pelos do corpo se arrepiaram e abraço meus braços numa tentativa de fazer atrito sob os mesmo para esquentá-los.

A biblioteca era enorme. Tinha dois andares repletos de livros fora o térreo, mesas espalhadas com inúmeros alunos de inúmeros cursos daquele campus. Vou até a bibliotecária, mas ao mesmo tempo que eu chego nela, ele chega.

Automaticamente saio de perto, fingindo que tinha algo interessante numa prateleira próxima. Sunghoon não pareceu se importar.

— Bom dia. Gostaria de saber onde é essa sessão? — ele pega o papel que estava no bolso da sua calça e aponta para o mesmo, após desdobrá-lo.

A moça olha com atenção e aponta para o andar de cima — Ali. Boa sorte.

Ele assente, guardando o papel de volta em seu bolso e se dirigindo às escadas que ligam para o segundo andar. Bom, talvez eu só devesse seguir ele, não? É onde eu queria ir de todo jeito.

Espero ele subir e sumir entre as prateleiras de cima para fazer o mesmo. Assim que chego, ando em cada uma delas, lendo as placas que tinham nas estantes. Ao achar a que procurava, entro no estreito corredor de estantes que parecia sombrio, mesmo com as luzes ligadas. Sunghoon não estava ali.

Coloquei a mão sob o peito e suspirei de alívio. Fui olhando atentamente os nomes de cada uma das prateleiras que eram organizadas em ordem alfabética de autor. Quando encontro o livro que o professor mencionou hoje mais cedo, fico nas pontas dos pés, alcançando-o, mas assim que coloco a mão sinto uma mão gélida sob a minha.

Viro meu rosto e ele estava ali.

Tiro a mãos rapidamente, mas com isso acabo me desequilibrando e ele apenas segura meu braço, e eu recupero o equilíbrio.

— Pelo jeito, além de invasiva, é stalker. — Sua voz é fria. Arqueio a sobrancelha.

Stalker? Mas estamos no mesmo curso, e eu só queria bater um papo com você, se eu soubesse que você era assim...  — eu digo me soltando do seu agarro. Ele pega o livro.

— Então, por que não foi para outras prateleiras que possuem os demais autores e foi logo nesse? E eu sempre aparento ser assim.

— Agora, devo justificar o motivo de ter ido atrás desse livro primeiro? — digo, ignorando o segundo comentário, soando um pouco impertinente sem querer. Não era o que eu queria, nada estava acontecendo como eu queria naquele dia, mas não aceitaria ser chamada de algo que eu não sou.

— Sim, mas enfim, pare de me seguir. Não é porque você é amiga dela que agora eu tenho que ser o seu amigo. — ele diz, sucinto, pegando o livro e saindo dali logo em seguida.

E começou o que acabou nos colocando em uma baita comédia grega.

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Obrigada por lerem, pelos votos e leituras! O que andam achando da fic? Ficarei feliz em saber! Até a próxima e fiquem bem, pimpolhos!

Still monster ๋࣭ ⭑ ๋࣭ ⭑Park SunghoonOnde histórias criam vida. Descubra agora