Capítulo 3

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Hoseok foi escoltado escada acima por sua avó e seu irmão mais velho, as lágrimas continuando a escorrer por seu rosto. Seus parentes retiraram uma pequena pasta de algum lugar no fundo do armário e o ajudaram a fazer as malas.

O ômega continuou a soluçar enquanto seus pais se recusavam a fazer contato visual com ele. Seu coração estava quase rasgado ao ver a expressão de decepção em seus olhos. Se pudesse voltar no tempo, ele faria isso para nunca ter chegado perto do alfa da cidade.

Vovó Jung o abraçou contra o peito e acariciou seus cabelos escuros suavemente. Ela o ajudou a colocar o mínimo de roupa que tinha na mala. Hoseok não parava de soluçar, os olhos estavam vermelhos e seu nariz e bochechas também coravam.

Ele chorou até dormir naquela noite enquanto ouvia o próprio batimento cardíaco no quarto silencioso. Mais lágrimas apareceram em seus olhos enquanto pensava na vida crescendo dentro dele. Ele nunca quis que fosse assim, como iria encontrar o pai na enorme cidade de Seul?

Seus olhos estavam tão inchados e vermelhos na manhã seguinte que teve dificuldade para abri-los. Ele foi ao banheiro e se jogou mais uma vez no vaso sanitário. Hoseok sentiu-se enojado ao olhar para seu jantar leve no vaso sanitário e começou a soluçar mais uma vez. Foi seu irmão quem foi ao banheiro e o levou para baixo.

Toda a família Jung se recusou a fazer contato visual com ele durante o café da manhã. Hoseok estava mais uma vez chorando enquanto saía correndo da sala de jantar. Ele se trancou dentro do quarto e baixou todas as persianas, depois chorou no escuro e odiou seu corpo. O que o entristeceu ainda mais foi que ninguém veio ver como estava.

Foi no final da tarde que ouviu o clique da porta do seu quarto. Hoseok virou os olhos atordoados e encontrou os olhos gentis de seu irmão mais velho. Seus lábios tremeram enquanto suas emoções não conseguiam acompanhá-lo. Seu irmão mais velho simplesmente sentou-se ao lado dele e deslizou-lhe um prato com alguns sanduíches e arroz.

Hoseok estava com fome, mas parecia uma tarefa árdua comer porque, de qualquer maneira, não ficaria em seu estômago. Seu irmão sorriu calorosamente para ele e levou o pão triangular aos zeus lábios. O ômega deu uma pequena mordida e engoliu lentamente, mas não conseguiu sentir o gosto de nada.

- ... Hyung, como vou encontrá-lo? - ele resmungou enquanto puxava os joelhos contra o peito. Os pequenos rios em suas bochechas encharcaram suas calças desbotadas. Seu irmão ficou em silêncio, mas sentiu uma ideia se formando.

Hozeok suspirou enquanto enxugava as lágrimas, não havia como reverter o que já aconteceu.

- Não há nada que a internet não possa resolver. - concluiu seu irmão mais velho enquanto colocava o de pé.

Hoseok ficou pasmo, não havia internet na ilha. Seu irmão enxugou as lágrimas e o fez parecer apresentável antes de saírem de casa. Os dois percorreram o caminho familiar pela estrada da ilha, mas manteve sua cabeça baixa. Os rumores se espalharam rapidamente pela pequena comunidade e parecia que toda a ilha já sabia que estava grávido. Seu irmão apertou sua mão para tranquilizá-lo enquanto caminhavam até a pequena biblioteca.

A triste biblioteca da ilha tinha um único computador. Era um dos modelos mais antigos e demorava quase uma eternidade para carregar uma página. Quase ninguém o utilizava por falta de conhecimento de tecnologia. Seu irmão o levou até o dispositivo quadrado branco e o fez sentar ao lado dele.

Hoseok esperou quase dez minutos para a coisa ligar e quase meia hora para abrir uma página na web. Ele digitou o nome que lembrava de ter visto no alfinete do alfa e observou a espiral girar enquanto o computador tentava ao máximo não morrer naquele momento.

Erro (Sope)Onde histórias criam vida. Descubra agora