Capítulo 24

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Lá estava Hoseok, segurando sua barriga enquanto o vermelho cobria suas coxas e infundia no ar o cheiro de ferro.

Yoongi estava totalmente congelado. Muitas instâncias e inseguranças estavam girando dentro dele. As batidas de seu coração ecoavam em seus ouvidos como um tambor automático. Tudo o que podia ver à sua frente era o ômega sobre o balcão, lágrimas e gemidos de puro medo sendo o único outro som no restaurante. Tudo o que podia ver eram os rastros vermelho escorrendo e pintando uma obra de arte assustadora nas coxas alheia.

Enquanto os gemidos e cheiros angustiados de Hoseok permeavam o restaurante, ele se viu incapaz de mover seu corpo. O carmesim estava bombeando os flashbacks que tentou enterrar bem no fundo de sua consciência. Os gemidos do ômega foram acompanhados de gritos seguidos pelo farol brilhante de um veículo se aproximando da janela de um carro.

"Jin hyung," Yoongi sussurrou, espontaneamente. Ele não conseguia tirar os olhos do vermelho, era uma cor que nunca mais queria ver em sua vida. "Não," ele grunhiu para ninguém em particular quando suas mãos começaram a ter espasmos e tremer. O alfa se sentiu preso na areia movediça, enraizado até o ponto, mas sentindo como se estivesse sendo sugado por ela. Os sons ficaram mais abafados e a sensação da areia nos ouvidos o entorpeceu.

- Yoongi! - Hoseok gritou, o som estridente o balançou profundamente.

Seus tímpanos estavam à beira de sangrar por causa do grito, a sensação de água gelada espirrando sobre ele destruiu efetivamente o mini ataque de pânico que estava tendo. Em um instante, o alfa sentiu suas pernas dormentes começarem a se mover, a correr por todo o restaurante até ficar ao lado do ômega ferido. Ele hesitou em colocar as mãos em Hoseok considerando seu aviso anterior, o dedo se contorcendo de desejo de sentir que ele ainda estava ali.

- Ok, ok, não entre em pânico! - Yoongi disse mais para si mesmo do que para Hoseok, que agora estava o olhando para com adagas fracas. O ômega ainda estava agachado, mas agora seus joelhos tremiam de medo e ameaçavam desabar.

Mesmo em estado de pânico, Yoongi sabia que precisava acalmá-lo antes de fazer qualquer outra coisa. Ele timidamente estendeu a mão para agarrar o ômega pelos quadris, encolhendo-se internamente quando sentiu o homem enrijecer sob seu controle.

- Hoseok, segure-me. Vamos sentar antes que eu peça ajuda, ok? - ele o acalmou, tentando manter a própria agitação e respirando para acalmar o outro.

O ômega assentiu fracamente antes de se virar e passar os braços em volta do seu pescoço. A barriga proeminente estava agora presa entre os dois, efetivamente lembrando a ambos qual era sua principal prioridade.

Yoongi silenciou sua mente de pensamentos errantes, cantarolando repetidamente que tinha que salvar seu bebê primeiro, antes de qualquer outra coisa. Ele passou os braços por baixo das costas de Hoseok e facilmente o levantou do chão. Os rastros de cheiro de ferro atacaram suas narinas, suas mãos tremendo e quase o avisando sobre deixá-lo cair. Seus olhos examinaram o espaço em busca de um lugar para sentar ou deitar o ômega.

A cadeira ao lado do balcão parecia boa, Yoongi apertando-o contra si enquanto se aproximava. Ele lentamente depositou Hoseok na cadeira, a posição efetivamente expondo seu nariz à glândula odorífera do ômega. Ele não sentia mais cheiro de gardênia, tudo o que cheirava era puro medo. Yoongi sabia que precisava se apressar, afastando-se relutantemente dele para encontrar um telefone que pudesse usar.

Hoseok estendeu a mão antes que pudesse recuar, dedos trêmulos agarrando-se vulneravelmente ao material do seu blazer.

- Estou com medo, não quero perdê-lo...- ele sussurrou enquanto soltava o soluço preso na garganta. O pequeno ser dentro dele que tinha tudo o que esperar, que carregou por tanto tempo, estava em perigo.

Erro (Sope)Onde histórias criam vida. Descubra agora