10 - Vem dançar

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A música era lenta, mas muito envolvente, vários casais dançavam a valsa em compasso ao redor de um casal principal, o brilho das joias da rainha refletia em todos nós, mas era tão bonito de ver que não percebi quando ele se aproximou de mim e est...

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A música era lenta, mas muito envolvente, vários casais dançavam a valsa em compasso ao redor de um casal principal, o brilho das joias da rainha refletia em todos nós, mas era tão bonito de ver que não percebi quando ele se aproximou de mim e estendeu a mão. Harry estava com o uniforme militar com as condecorações em seu peito, estava de quepe e sorrindo, segurei sua mão e ele me levou para o meio do salão. Ao nosso redor estavam todos que conhecíamos, era tudo tão familiar e então, uma voz doce chamou por Harry e William

- Meninos? – a voz vinha do primeiro degrau da escada, o primeiro degrau da altura do piso em que estávamos, todos os olhares foram direcionados a ela

Então ela abriu os braços como fazia quando encontrava eles há anos atras, aquelas cenas que todos já haviam testemunhado, com amor que era só dela. Harry caminhou primeiro e William atras dele. Tudo congelou, e de repente o ângulo mudou, eu estava atrás de Harry, que abraçava a mãe, e ela me olhou, sorriu e eu entendi que era um sonho.

Ela soltou os meninos e se levantou para minha direção, falou alguma coisa, mas eu não consegui ouvir direito, sua voz era tão baixa, só consegui entender "vem". Quando tentei me aproximar dela para segurar sua mão que estava estendida em minha direção, eu acordei.

Me virei na cama, e vi pelo relógio que estava atrasada para a aula

- QUE MERDA!

Pulei da cama, e vesti a primeira coisa que vi em cima da minha cadeira, jeans, camiseta gola alta e bota, estava chovendo só para variar, e eu não ia ter tempo nem de arrumar o cabelo. Peguei um gorro atras da porta e vesti, sai do apartamento ainda passando o braço pelo meu casaco de chuva, eu ia chegar atrasada e perder a primeira aula porque com certeza o ônibus não ia passar nesse exato momento.

Quando sai do prédio, e desci as escadas, vi um carro preto parado no meio fio, mas não vi nenhum fotografo então não deveria ser ninguém interessado na "provável" namorada do Principe Harry, dei alguns passos na calçada e alguem me chamou de maneira muito polida.

- Senhorita Diana?

- Oi? – Virei o rosto para o senhor de social, ele era de idade e parecia com certeza um motorista, me mantive afastada por segurança, eu ainda não tinha muito certeza de até onde as notícias sobre minha pessoa já haviam vazado a mídia

- Eu fui enviado pelo Principe Harry, para levar a senhorita ao Campus da Universidade. – ele sorriu educadamente

- Entendi, muito obrigada – eu olhei o carro e fui em direção a ele, o celular no bolso da minha blusa tocou e quando vi era Harry – Bom dia Alteza

- Bom dia Alteza – ele riu – Bill já chegou para te buscar?

- Sim, mas não precisa enviar carros para me levar a universidade – eu entrei no carro e Bill fechou a porta – Eu vou aceitar hoje porque estou atrasada

- Eu fico mais tranquilo de você usar o motorista, e logo vai ser mais usual você andar com ele, os fotógrafos vão começar a ir atrás de você

- Vamos falar e pensar nisso depois? – respirei fundo – Te vejo hoje?

- Não, tenho um compromisso, mas talvez podemos jantar a noite

- Claro, nos vemos Alteza

- Se cuida.

Eu tinha quase certeza que mesmo sem Harry na faculdade, ele ainda deixava alguns seguranças vagando por lá, mesmo que ninguém soubesse quem eu era, eu sabia que era uma questão de tempo até o que o evento fosse de alguma forma divulgado, por meio de fofoca ou por meio de algum comunicado da família Real, afinal de contas, Harry era o ultimo príncipe na linha de sucessão do trono solteiro ainda.

Assisti a aula como sempre, na hora que sai para a troca das aulas, algumas meninas no corredor passaram por mim e sussurraram alguma coisa, mas eu dificilmente dava importância para isso porque na maioria do tempo eu sempre fiquei sozinha. Se pudesse passava o intervalo na biblioteca lendo alguma coisa ou conversando algum assunto com o professor.

Quando desci no pátio havia um grande burburinho de pessoas, falando alto e olhando para os celulares, parecia que alguma coisa tinha acontecido no mundo, e todo mundo estava muito preocupado, estando na Inglaterra só tinha um assunto que movia tanto as pessoas assim: Família Real. Eu caminhei ate um banco e tirei meu celular do bolso, me virando de costas as pessoas, talvez imaginando que eu poderia ser o centro daquele alvoroço, meu celular então tocou e era Harry

- O que foi Henry? – minha voz era baixa, mas urgente

- Alguem sabe de você ... de nós dois Alteza – a voz dele era dura, mas era triste – vou passar para te pegar, evite que te vejam

- A universidade está uma loucura, o portão da frente já deve estar tomado de fotógrafos – eu abaixava a cabeça cada vez que alguem passava por mim

- Fique no portão da rua de trás, eu te pego lá – e ele desligou

Olhei para os lados pensando "bom, agora f*deu". Mas tentei não chamar muita atenção para a minha pessoa, arrumei a touca no meu cabelo de forma a esconder ele e também um pouco do meu rosto. Peguei o café que tinha comprado na cafeteria e desci as escadas pensando em pegar o caminho mais longo para o portão de trás, mas também o que evitava a maior multidão.

Passei do lado de uma caixa de "achados e perdidos" e vi um moletom verde com capuz e peguei ele, tirei minha jaqueta longa, deixando-a na caixa e vestindo o moletom para que eu pudesse ficar ainda mais "invisível". Até que deu certo, ninguém me parou até eu chegar ao portão, fiquei de pé só esperando algum carro preto parar e poder ver o sinal de Henry.

Eu encostei no pilar ao lado do grande pilar e respirei fundo, a partir de hoje tudo mudaria, eu já não era mais uma pessoa normal, eu era mesmo a namorada de um príncipe, parece que eu precisava da confirmação da mídia e das pessoas para que fosse real. Então me lembrei do sonho da noite passada, e percebi que entendi agora o que Lady Di me falava, era apenas "Vem dançar"

A buzina tocou e eu voltei do meu devaneio, abri os olhos e vi o carro no meio fio, me esperando. Corri poucos passos e a porta abriu, entrei e senti o cheiro de hortelã que sempre me confortava, era Henry, ele me abraçou forte e me beijou carinhosamente na minha testa. Virou ao motorista e ordenou como uma figura real

- Para o Royal Lodge, por favor 

A Realeza em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora