The first caos

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~ Pov Jungwon ~

Julho. Um ótimo mês para se mudar para um continente completamente diferente eestranho aos meus olhos, ter que aprender inglês na marra por um casamento que nem sequer queria que acontecesse, mas estava disposto a melhorar para minha mãe, já que
ela pediu com educação e seu jeitinho doce. Eu só não entendia como aquela mulher tão adorável e simpática tinha se apaixonado e casado com o ogro que era meu padrasto, que agia de forma repulsiva e agressiva não só com ela, mas também com meu irmão mais
velho. Notava que ele era o mesmo escroto babaca com o próprio filho, então ele meio que era assim sempre. Desprezível. Nem tudo seria ruim, já que conhecia pelo menos um dos meninos que estudaria na faculdade de lá. Conheci o Heeseung há pelo menos uns 5 anos, desde que nos encontramos em uma página para fãs de Slipknot, uma banda interessante para garotos de
14 anos em sua fase rebelde da adolescência. Costumávamos conversar todos os dias sobre qualquer coisa, desde o almoço da escola até partes complicadas das famílias um do outro. Sabemos quase tudo sobre nós, e definitivamente essa amizade era tudo de bom para mim. Era uma forma de me distrair um pouco dessa realidade simples e repetitiva de todos os dias, falar sobre coisas aleatórias e passar o tempo. Obviamente, durante esse
tempo todo, sentimos muito medo de nunca nos conhecermos de verdade, pessoalmente e tudo mais, mas felizmente isso iria acontecer, e ainda seríamos colegas na mesma faculdade!
A casa que eles compraram era enorme, com um quarto para cada um e ainda mais dois de hóspedes que eram grandes e já estavam mobiliados, assim como grande parte da casa, que tinha móveis luxuosos e chiques. Quando entramos pela primeira vez, a primeira coisa
que passou pela minha cabeça foi que minha mãe só se casou com aquele babaca por conta do dinheiro, e se esse realmente fosse o motivo, eu não a julgaria tanto. Eu e meus irmãos, quase ao mesmo tempo, notamos a escada no centro da casa e, como se tivéssemos telepatia, sabíamos exatamente o que estávamos pensando. No mesmo segundo, nós três corremos em direção ao corredor dos quartos para escolher qual ficaria melhor para cada um.
Eu não queria um quarto muito grande, apenas um que tivesse uma janela grande o suficiente para ver o que acontecia na rua e cuidar da vida alheia. O Jeongin queria o quarto que tivesse o closet para guardar todas as suas roupas de marca, e o mais novo membro
da família, Riki, queria apenas um quarto onde pudesse deixar a bateria dele para fazer seu barulhinho em paz. Felizmente, todos os quartos foram escolhidos tranquilamente entre nós
três, cada um entendendo a necessidade do outro e concordando na divisão dos espaços. Logo que escolhemos nossos quartos, voltei ao hall da casa para pegar minhas malas e fui arrastando-as até o quarto, deixando-as em cima da cama grande de casal já colocada ali,
para logo descer até lá de novo e pegar as caixas com minhas coisas. Estava animado e assustado ao mesmo tempo, já que faltava tão pouco para as aulas começarem, ainda mais por não saber falar inglês muito bem, errando várias palavras e com o sotaque forte do
coreano habitual. A pior parte, claro, seria conhecer pessoas novas em um lugar completamente novo. Se não fosse por Heeseung, eu estaria acabado.

Depois de levar tudo que era meu para o quarto, comecei a arrumar. Precisava terminar antes do jantar e deixar tudo bonitinho para dormir tranquilo à noite. No fim, ficaram faltando apenas as caixas com meus action figures, quadrinhos e alguns pôsteres das bandas e filmes que eu gostava. Não via a hora de colocar o pôster do Malfoy na parede próxima à minha cama. Faltavam 20 minutos para o jantar, então resolvi tomar um banho e vestir o pijama antes de ir, mas assim que saí do banheiro, vi os meninos parados ao lado da escada em silêncio, e só por estarem quietinhos, fiquei curioso. Me aproximei para olhar lá para baixo também e tentar entender o que estava acontecendo.

— Eles estão brigando de novo — comentou Riki, soltando um longo suspiro. Eu franzi o cenho levemente e olhei para o mais velho, que tinha uma expressão séria no rosto.

— Ele disse que agimos como crianças por causa da forma como fomos ver os quartos. Será que ele queria que a gente se odiasse? Ou que excluíssemos o Riki? — O mais velho falou com ironia na voz, afastando-se do corrimão. — E eu aposto vinte dólares que ele vai falar do seu pijama — acrescentou, sorrindo antes de começar a descer as escadas.

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