nove

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Jão, point of view,
São Paulo.

Era o dia mais esperado desde o começo desse mês, a gravação do clipe. Seriam duas diárias, uma pra gravar com a Anitta e outra para eu gravar algumas coisas sozinho, mas como tinham mais coisas com a Anitta, o dia seria cheio.

Chegamos no set às cinco da manhã, tudo já estava montado, então ensaiamos um pouco e fui me arrumar. Malu estava animada com o fato de me matar, mas pedi para não contar nada a ninguém, menos uma bronca por hora seria interessante.

— Bom dia, lindo! — Disse Pedro, quando chegou no meu camarim. Minha maquiadora deu um sorriso pro mesmo, se afastando um pouco de mim, dizendo que ia buscar água. Eu sabia que não era isso, mas não me opus, não dormimos juntos de ontem pra hoje, então queria ver ele um pouco.

— Bom dia, amor! — Falei e logo percebi o que falei. Abaixei a cabeça, me sentindo extremamente envergonhado.

— Ei, bom dia, amor meu! O Quito quase que não me deixa dormir, achei que ia ser assassinado essa noite! — Afirma o moreno rindo, pondo meu rosto pra cima e me dá um selinho.

— Tadinho do meu menino, deve tá sendo ruim pra ele, Peu! — Ele me olhou de forma indignada depois da minha exclamação.

— Eu quase não durmo a noite e o coitado é ele?! Sinceramente! — Ele fingiu que ia sair, quando o puxo, fazendo ele se sentar em meu colo.

— Como é dramático, achei que eu era o dramático dessa relação!

As vezes os papéis se invertem! — Ele responde rindo, e me dá mais um selinho. — Tenho que ir, o senhor tem que terminar de se arrumar, e eu vou ver os dançarinos.

— Tudo bem, te vejo daqui a pouco! — Dou mais um selinho no mesmo, Pedro sai e então, alguns segundos depois a maquiadora volta para terminar o que estava fazendo.

[...]

Anitta já estava com a arma na mão, estávamos gravando a tanto tempo que eu nem sabia que horas eram. Mas essa seria nossa última cena com ela, já que sujaria toda minha roupa.

Você vai morrer no clipe?! É sério? — Questiona Pedro, indignado.

— Eu e a Malu fizemos esse roteiro foda, querido, super se encaixa na letra! — Respondi, tentando não rir com a situação.

— Vou ter que me juntar à sua mãe e te obrigar a parar de fazer isso! Todos os clipes você morre no final. Para com isso! — O coreógrafo bateu em meu peito levemente.

— Então andou vendo meus clipes, é?! — Puxei o mesmo pela roupa para lhe dar uns beijinhos, mas sou recusado.

— Você não vai me enganar com esses beijinhos, não agora! Vamos terminar isso, pois ainda vou pra casa, pegar Quito e ir pra sua casa! — Afirmou o mesmo, e eu nem tinha convidado ele para ir, mas ainda sim estava contente de que o Palhares iria ficar comigo por vontade própria.

— Tudo bem, sem estresse! Vamos logo! — Consegui roubar um selinho do mesmo, que revirou os olhos de maneira carinhosa, indo para trás das câmeras.

E então fizemos a última cena.

[...]

Já estávamos em casa, Quito agora era acariciado por Chicória, de maneira talvez um pouco agressiva, enquanto eu esperava o mesmo na cama, escrevendo uma música nova.

— O que tanto digita, amor?! — Pergunta ele, deitando no meu lado, pondo a cabeça em meu ombro.

— Uma música nova.

"Fotos suas sem roupa, discussões inacabadas, filmes nossos proibidos, tudo ficou na minha casa" Por que estou sentindo que essa também é pra mim?!

"Orgulho ferido, eu estava louco, falei mal de você, mas volto atrás, amor próprio é bom, mas o seu é mais!" É totalmente pra você, semana passada você tava chato, amor! — Respondi, levando um tapa do mesmo.

— Põe assim, "então pode me lamber, me enrolar, me apertar, pode me acender, eu vou te fazer lembrar que a gente não deu tão errado assim!" Se é sobre semana passada! — Tínhamos fumado alguns becks semana passada. Uma leve discussão se iniciou sobre o que somos, o orgulho estava meio ferido, e falei mal dele, assim como ele falou de mim. Algo bobo, mas enfim, aconteceu.

— Quer terminar de escrever aquela nossa outra música? — Perguntei assim que anotei a ideia que ele me passou.

— Claro! Onde terminamos?! — Ele se ajeitou mais em meu ombro.

— Naquela parte, "cada festa cada praia, os rolês na madruga, a alma sempre sou eu e você!" Sabe o que ficaria bom? "Tão estranho nós estamos, vivos nesses mesmos dias, nesses mesmos anos!"

— Nossa, ficaria foda! Põe também, "mesmo plano, hora exata, você me ama e eu te amo!" — Disse ele, fazendo-me dar um selinho forte nele, Pedro riu durante o beijo, prendendo seus braços em meu pescoço.

"Alinhamento milenar, você não acha?!" — Sussurrei contra seu ouvido, sentindo o mesmo arrepiar.

— Namora comigo?! — Soltou ele do nada, fazendo-me olhar em seu rosto, estava vermelho, com lágrimas nos olhos.

Eu vou pra sempre te escolher, te amo pra caralho! — Respondo, e então iniciamos um forte beijo. E outras coisas também.

[...]

Estávamos viajando, sim, você não leu errado, primeiro fomos em Los Angeles, pois tanto eu, como o Palhares, tínhamos trabalhos lá, fomos à Grécia, e agora estávamos em Roma.

— Não corre, Pepeu! Sabe que ainda não tenho tanto fôlego assim! — Peço quando chego perto do mesmo, que estava olhando uma pintura obsena.

— Já fomos em tantos lugares, vivemos tantas coisas, você faz shows, mas não tem fôlego o suficiente?! Conta outra, Romania! — Disse Tófani, rindo, tínhamos ficado em um quarto em Atenas, antes de vir para Roma, vivemos muita coisa em um mês.

— Vimos tetos de capelas, mas eu prefiro o céu da sua boca! — Puxei Pedro, que estava rindo, lhe dando um selinho.

Você é meu alinhamento milenar... Mas o Renan deve tá querendo nos matar agora, você precisa entregar o álbum.

— Eles vão me esperar, quero que seja supersônico! — Afirmei, fazendo o mesmo me olhar com carinho.

— Ele já é, pois tudo que você faz é, João... Te amo! — Perco o ar por alguns minutos, ainda não havia me acostumado com a facilidade de dizer te amo pra ele.

— Eu também te amo, e de todos os meninos e meninas que eu já amei. Escolhi você, e em todas as outras vidas, eu vou te escolher. — Exclamei, juntando nossas testas.

Na hora exata, você não acha? — Sussurrou contra meus lábios, sorri com isso.

— Acho pra caralho! — Falei também baixinho contra seus lábios, e nos beijamos.

Eu amo ele. Amo tanto que não cabe no peito. Alinhamento milenar, você não acha?!

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Penúltimo, n tô pronta

Capítulo Revisado
Palavras: 1095

ᴅᴀɴçᴀ ᴘʀᴀ ᴍɪᴍ, au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora