Sinfonia No.9

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3 anos depois

       Sentada em sua cama que ficava perto da janela, Haru observava o dia chuvoso e frio do Canadá. Encolhida no canto, com sua coberta e seu notebook a frente onde ela começou tentando fazer as atividades da sua faculdade, mas ignorou o que precisava fazer e no final estava assistindo a uma entrevista. Mais especificamente a entrevista do pai dela.

  Ele havia conseguido se tornar professor da Academia de Artes, coisa o qual ele queria muito, mas ainda não havida concluido seu objetivo que se tornar Professor Mestre.
   Haru que mesmo não lembrando de boa parte das coisas por conta do seu acidente, ela se lembrava da infância e na maior parte do tempo da voz do pai dela falando sobre seu objetivo. No fundo, ela sentia raiva por ele ter conseguido e torcia para que ele não se tornasse Mestre.

    A hierarquia da Academia Nacional de Artes em Seul era bem definida, apenas os melhores entravam e apenas os melhores dos melhores permaneciam. A seleção tanto para alunos quanto para professores era criteriosa, não é atoa que o pai da Haru mesmo tendo anos de prática só havia conseguido seu lugar agora.
   Mas além dos professores existiam os Mestres, eles que avaliavam as candidaturas para a matrícula e também mensalmente os alunos e davam a classificação. Os alunos eram divididos em Classes A, B e C. Sendo que a classe A eram apenas os melhores e a classe C eram os "não tão bons", visto que se o aluno permanecesse na classe C por dois meses ele era "convidado a se retirar". Não era um sistema saudável, mas ninguém reclamava, os alunos e seus pais se orgulhavam em ostentar o título de Aluno Classe A.

    Haru, após ter sido mandada para o Canadá muito de repente ainda não lembrava de muita coisa. Apenas acordou e mal se recuperou, o pai dela deu a desculpa de que ela precisava continuar um tratamento no Canadá. Ela pensou que ele ficaria com ela, ou que assim que terminasse o tal tratamento ela poderia voltar para seu país natal. Mas não, ele apenas a deixou lá e depois disse que ela havia ganho de uma amiga dele uma bolsa de estudos para terminar o ensino médio, já que o "acidente" a impossibilitou e após isso poderia estudar artes cénicas em uma faculdade no Canadá mesmo.
   Ela, sozinha, sem reconhecer rostos e confusa com suas memórias precisou se virar para conseguir se adaptar a mudança bruta. Lembra uma vez que em uma crise ligou para o pai chorando implorando para voltar para casa e ele apenas respondeu "Estou ocupado agora." E nem se quer ligou ou mandou mensagem para ela.
    A única vez que ele a visitou foi quando após mais uma crise Haru decidiu que voltaria para o país, comprou as passagens mas cometeu o erro de ligar para ele, que a convenceu a o esperar e quando ele chegou no Canadá conseguiu a fazer permanecer por lá mesmo. Infelizmente ela ainda se sentia amedrontada em ir contra a decisão dele.

     Mas nem tudo foi terrível, quando ela se mudou para o novo alojamento da faculdade foi recebida por Yejin , sua colega de quarto que a acolheu de maneira gentil, dizendo: "temos até o mesmo sobrenome, seremos como irmãs" e Haru confiava nela, tanto que até lhe contou sobre sua condição, depois disso Yejin nunca alterou a cor ou o cumprimento do cabelo, dizia que era mais fácil para que fosse reconhecida, mesmo após Haru dizer que a reconhecia pela voz.

      Voltando para o momento atual, Haru estava pensativa demais. O motivo era a carta com envelope vermelho que estava em cima da sua mesinha de estudos, a carta de aprovação da Academia de Artes no qual estava escrito também que ela era "Classe A".
Ela estava feliz, era seu sonho, mas muito aflita pois nunca havida passado por cima de uma decisão do seu pai, e voltar para seu país com certeza o faria ficar completamente irritado. Não que agora ela se importasse, pois depois que ele se tornou professor ela pensou no quão injusto era ela nao poder seguir seu sonho também, e em como ele parecia a evitar de todas as formas possíveis. E por falar nele, em sua entrevista foi questionado sobre a família. Haru até olhou para o monitor, aguardando a resposta.

La vie en rose- (Hwang Hyunjin)Onde histórias criam vida. Descubra agora