Sinfonia No.6

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    Alguns dias se passaram desde o "acidente", porém ninguém na escola falou sobre o assunto e nem se quer se ouviu o nome de Haru, era como se ela nunca tivesse existido. Hyunjin notou quando foi fazer a chamada um um após o ocorrido e não viu o nome da garota na lista.
   Mas ele sabia o que tinha acontecido, e sabia o porque de não falarem a respeito do assunto.

     Ele fez uma denúncia no dia que o policial o visitou, mas após aquele dia nunca mais viu ou ouviu nada a respeito do processo  e o policial que antes havia o visitado nem atendia as ligações. Enquanto isso, Yumi permanecia vivendo sua vida normal, como se nada tivesse acontecido.
   A situação era infeliz para Hyunjin que estava preocupado com o que poderia acontecer com sua amiga, o hospital ficou de avisar se houvesse algo de diferente e isso tirou noites de sono do rapaz que ficava acordado desenhando para tentar ficar mais tranquilo e nas manhãs seguintes acabava dormindo boa parte das aulas, sabia que não estava sendo produtivo mas também não tinha o que fazer.

    Cerca de duas semanas depois ele finalmente recebe a ligação do hospital, avisaram que Haru não estava mais na UTI e havia sido trasferida para o quarto, sem riscos mas também sem previsão para que ela acordasse.
   Era um avanço, ele ficou tão feliz que não conseguiu se controlar, matou as aulas da tarde e correu para o hospital onde ela estava.

    Chegando no quarto do enorme hospital, a viu ainda desacordada e com sua cabeça enfaixada, o médico explicou de forma breve sobre o procedimento e sobre o trauma, aparelhos a monitoravam e ainda uma sonda que a alimentava. Ele foi até ela, soltou sua mochila e segurou delicadamente a mão da garota

—Ainda bem que você está a salvo, logo mais estará acordada. Vamos nor formar juntos. – ele diz baixinho —Foi tão preocupante não ter notícias suas e é tão difícil ver a Yumi vivendo tranquilamente enquanto você está aqui. –ele diz com tristeza. Hyunjin era muito sentimental, principalmente quando se tratava de alguém próximo —Você passou por tanta coisa em pouco tempo...

  O médico disse que antes ela havia passado por uma situação parecida após um acidente de carro, e não fazia muito tempo então seu quadro poderia ser agravado e ter consequências nos quais eles não saberiam até ela acordar.

—Eu vou vir te ver sempre que eu puder –promete —Até você ficar bem de novo. – ele sorri, e arruma a coberta dela — Não vou te deixar sozinha mais uma vez.

    E ele cumpriu o que disse, sempre que podia ele ia até o hospital. Chegava cedo, ficava lá sentado ao lado dela, as vezes dormia, lia um livro, desenhava, contava uma história ou apenas ficava em silêncio olhando a grande parede de vidro ao lado da cama.

—Lembrei que você sempre elogiava meus desenhos, até o pior deles –ele diz enquanto se concentrava em terminar um desenho, geralmente dizia coisas aleatórias na esperança de que ela o escutasse ou até reagisse — Você diz que eu sou talentoso. Eu espero desenhar tão bem quanto você toca piano, vamos estudar juntos na Academia de Artes e eu irei em todos os seus recitais se você for ás minhas exposições.

   Após algumas horas apenas no quarto, ele e decidiu ir até o refeitório para respirar um pouco.
   Desceu para o lugar que ficava no térreo em uma área quase do lado de fora, pediu um café e uma fatia de bolo e se sentou em uma das mesas, estava concentrado em seu celular e só viu alguém colocar uma bandeja na sua mesa.

—Com licença, eu posso me sentar com você? –Hyunjin se surpreendeu com a voz grave, e ao olhar encontrou um rapaz loiro, com uma aparência e sorriso simpático. Hyunjin tinha certeza que ele parecia brilhar.

—Pode –Hyunjin responde surpreso

O rapaz se sentou no mesmo instante, sorrindo e o olhou

–Meu nome é Felix, prazer –ele se apresenta

La vie en rose- (Hwang Hyunjin)Onde histórias criam vida. Descubra agora