O COMEÇO DO FIM DA HUMANIDADE

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No alto da colina o vento batia tranquilo mexendo levemente as folhas nas árvores, os meus fios de cabelo e a grama sobre os meus pés. Pássaros eram ouvidos no fundo, estávamos um pouco longe da cidade então o barulho da feira, das pessoas, das crianças, não eram mais ouvidos, apenas a calmaria da natureza.

Depois de um tempo recolhendo os pedaços de madeira no chão com a Mikasa me levantei para esticar as costas, ficar muito tempo abaixada não fez muito bem para ela. Nesse momento, meus olhos seguiram para o garoto que dormia confortavelmente encostado perto do tronco de uma árvore a alguns metros de nós.

— Não é justo, por que o Eren fica dormindo enquanto a gente faz todo o trabalho? - perguntei a Mikasa que terminava de pegar os últimos gravetos e colocava no suporte.

— Deixa ele, Diana. - ela falou indiferente. Olhando uma última vez para o garoto dormindo encostado no tronco da árvore fui até Mikasa ajudando-a com o seu suporte.

— Vamos acordar ele. - falei tomando os últimos pedaços finos de madeira que restavam e os colocando no suporte, que, teoricamente, o Eren deveria ter colocado. Mikasa concordou e foi na frente, eu seguindo logo atrás. Assim que chegamos perto do Eren a garota começou a chamá-lo sacudindo levemente o seu ombro. O garoto acordou em um supetão e parecia assustado, eu me aproximei de Mikasa a fim de ver o estado dele mais de perto.

— O que... Mikasa? Diana?... - a voz dele era fraca e ele parecia um pouco desnorteado e confuso, seus olhos estavam pesados devido ao sono que ainda estava no seu corpo.

— Já tá na hora de ir. - Mikasa respondeu

— Tá tudo bem, Eren? - perguntei estreitando os olhos em sua direção. Ele não me parecia muito bem, estava suando mesmo o tempo estando agradável.

— O que estamos fazendo aqui? - agora sentado ele colocou a mão na cabeça fazendo uma massagem no local.

— Bom, eu e a Mikasa viemos pegar lenha. Você aparentemente só veio para dormir. - falei dando as costas para ele e indo pegar o meu suporte de madeira.

— Para de implicar com ele, Diana. - Mikasa me repreendeu, eu apenas revirei os olhos e segui em frente.

— Não, ela está certa, desculpe por não ajudar. - olhei para trás em direção ao Eren, ele ainda estava com a mão na cabeça esfregando os olhos agora. — Parece que eu estava em um sonho muito longo, mas... não me lembro como era. - revirando os olhos terminei de colocar o suporte nas minhas costas e fui em direção a Mikasa ajudá-la a colocar o dela. Ela me agradeceu e se virou para o garoto.

— Eren, porquê você está chorando? - assim que a ouvi falar isso me virei rapidamente para ver se ele estava realmente chorando. Seu rosto não estava vermelho, mas dos seus olhos pingavam lágrimas longas.

— E-eu não sei...- ele tocou o rosto para conferir se realmente estava chorando.

— Você tá bem mesmo, Eren? - perguntei novamente. O menino só enxugou as lágrimas que restava no seu rosto e se levantou.

— Eu estou bem, acho que só foi uma poeira que entrou no meu olho. - ele rapidamente pegou o suporte que eu e Mikasa enchemos de gravetos e colocou nas costas. — Não falem para ninguém que eu estava chorando. - eu e a menina de cabelos pretos nos entreolhamos.

— Se você me der um biscoito da padaria da senhora Lee eu não abro minha boca para ninguém. - falei sorrindo e já sabendo que receberia um olhar de reprovação da Mikasa.

— Ah não enche, Diana! - ele gritou com raiva, eu apenas dei a língua pra ele.

A Mikasa mandou nós dois pararmos, mas ficamos nos alfinetando o caminho todo de volta para a cidade. No meio do percurso acabamos por encontrar o Senhor Hannes, ele era próximo da família do Eren e não perdeu a oportunidade de pegar no pé do menino. Como sempre, o Eren ficou gritando como um maluco e eu e a Mikasa tivemos que esperar ele acabar de brigar com um guarda o dobro do tamanho dele.

FOGO E SANGUE - Imagine Attack on titan Onde histórias criam vida. Descubra agora