[05]

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Roier quando chegou em casa já era noite,  havia poucos guardas do lado de fora. O que era muito estranho, afinal sempre tiveram mais de 20 do lado de fora. Ao passar pelo corredor do quarto do seu pai ouviu gritos abafados e a porta entreaberta.

O mexicano olhou pela abertura da porta e viu a pior imagem que poderia ver. Seu pai com um pano na boca e Cellbit com uma faca nas costas dele, Roier ficou horrorizado.

— isso é por ter tocado no Roier seu nojento— falou Cellbit no ouvido do homem mais velho que estava no seu último suspiro, e finalmente cortou a garganta do homem.

Havia sangue para todos os lados, Roier queria gritar, mas a voz não saiu. O sangue jorrava, Cellbit olhou para a porta vendo Roier paralisado e a cada instante a poça de sangue escorria até abaixo da porta, alcançando os pés de Roier.

—..Guapito..— falava Cellbit desesperado pelo mexicano que estava paralisado sem uma expressão exata, o híbrido foi até ele e o tirou de perto da porta — perdão Guapito.. — falava Cellbit fechando a porta e deixando Roier do lado de fora

Roier estava confuso, assustado e com tanto medo. Ele se afastou e foi pro seu quarto, a dor era imensa, porém, ele sentiu um alívio enorme. Roier se mudou de roupa e analisou seus sapatos sujos de sangue.

— é tão nojento.. — falava Roier pegando os sapatos indo para a floresta colocar fogo

Roier jogou os sapatos no fogo e decidiu ficar quieto sobre o que aconteceu, até que um alarme soa, os guardas procuravam por Roier que rapidamente apagou o fogo e foi para o castelo.

— Príncipe Roier.. seu pai ele foi assassinado — falava um dos guardas se curvando para Roier

— Meu tio morreu?— perguntou Roier fingindo Surpresa e ficou levemente triste

— sim, ele foi encontrado com facadas e um corte enorme em seu pescoço e também tem o coração que Sumiu — falava o guarda levemente enjoado — ele tinha um corte enorme no peito..o senhor deseja uma procura de busca?—

— não.. ele até que mereceu.. — falava Roier tentando manter a calma — e por mais que tenha sido assassinado não me importo.. eu posso ver o corpo?— perguntou Roier vendo o guarda o levar

— não acho que seja uma cena agradável. — falou o guarda o levando até o corpo no chão

Roier olhou sem uma sequer expressão de dó ou medo. Sua expressão era séria ele se aproximou e olhou o rasgo enorme onde deveria estar seu coração.Nada além de sangue e órgãos e sem um coração.

Roier se virou para os guardas e olhou para eles e saiu lentamente do quarto.

— nenhum de vocês irão avisar isso a povo do vilarejo ninguém pode saber, se algum de vocês contar não serei nada misericordioso— falava Roier saindo e vendo uma das empregadas — limpem a bagunça desse quarto, e queimem esse corpo.. ele não merece ter um túmulo digno —

Roier foi pro seu quarto e deitou na cama levemente aliviado, sentia um pingo de empatia pelo seu tio porém, ele não conseguia esquecer daquela cena e tudo que viveu com aquele homem.

Roier se sentia sujo nojento, e nem a morte parecia ruim o suficiente para aquele homem. As pessoas que ignoravam o que aquele homem fez com Roier mereciam sofrer.

O coração de Roier apertou e uma raiva subiu a sua cabeça, ele queria torturar todos que sabiam daquilo, todos que sabiam da dor que ele sofria todas as vezes que aquele velho o tocou e ninguém fez nada.

Lágrimas escorrendo pelo seu rosto de maneira sutil e lenta, o frio do vento era mais carinhoso do que tudo a sua volta

De repente alguém cobriu seu corpo com o cobertor, ele olhou para cima e viu uma sombra de um homem alto com orelhas de gato ele sabia quem era.

— obrigado — Roier agradeceu com uma voz chorona e soluçando, um beijo gentil pouso em sua testa e uma voz rouca e gentil disse a seguir

— boa noite — Cellbit disse vendo Roier se sentar na cama e o abraçando

— fica por favor.. — falava Roier puxando cellbit em um abraço

— eu tô todo sujo ainda — Cellbit tentou se afastar mais Roier ainda estava com lágrimas em seu rosto

A única iluminação era a luz da Lua, Cellbit hesitou sair. Mas era impossível não ir embora, ele deu um beijo sobre a testa de Roier e soltou de si as mãos de Roier.

— sinto muito Guapito, não posso ficar hoje.. talvez amanhã — falava Cellbit indo para a janela e saindo

Roier se calou e se deitou, ainda podia sentir o cheiro do perfume do loiro ele olhou para o seu lado no criado mudo vendo o anel que Cellbit deixou com ele.

O sono surgiu e a dor foi indo embora, ele fechou os olhos e lentamente dormiu. Ele apenas queria que o mundo não fosse tão cruel com ele.

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