Capítulo - 1

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O interfone toca indicando que ele chegou, isso causa um frio na barriga em Amaury que atende e diz pra deixarem ele subir. Experimenta mais uma vez a comida notando estar boa, desliga o fogo e vai pra sala.

- Ok calma Amaury, calma - Amaury fala sozinho enquanto anda pela casa arrumando os últimos detalhes.

- Pegou mesmo a mania do Ramiro né Amaury - Amaury ri de si mesmo - falando sozinho igual ele.

Coloca na mesa o jogo de jantar que ganhou da mãe quando ela foi visitá-lo, abaixa um pouco a música de Djavan que tocava no momento em sua playlist de clássicos do MPB.

"Você disse que não sabe se não
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?
Quando é assim, deixa vir do coração"

Escuta batidas na porta, respira fundo, arruma as próprias roupas vendo se está tudo certo e vai abrir.

- Oi - sorri Diego, balançando um pouco pra frente e pra trás ansioso.

Amaury o olha de cima a baixo. Diego vestia uma calça jeans clara um pouco rasgada e uma regata branca, no pescoço uma corrente fina de pequenas pedras brilhantes em prata, já ele vestia uma calça jeans um pouco mais escura e uma blusa vermelha.

- Oi, entra - Amaury também sorri saindo do caminho dando espaço pra ele entrar.

Fecha a porta e se aproxima abraçando Diego do jeito carinhoso que sempre faz quando se vêem como se a distância e o tempo que estavam separados tivesse que ser preenchido com o toque, o aconchego do abraço e do cheiro um do outro.

Depois da festa de despedida da novela eles não se viram, cada um ocupado com seus afazeres, responsabilidades com outros trabalhos e talvez até mesmo adiando esse encontro. Mas sabiam que não poderiam adiar mais, esse momento tinha que chegar, esse encontro tinha que acontecer. Desse modo Amaury quem fez o convite pra Diego jantar em sua casa, o que o surpreendeu pensando ser brincadeira que ele costumava fazer mas quando viu que a expressão do mesmo continuava séria à espera de uma resposta, ele prontamente respondeu que iria mesmo que no fundo sentisse uma ansiedade se espalhar pelo corpo.

- Cheiro bom.

- Perfume novo, gostou ?

Se afastam do abraço.

- É bom, mas falei da comida - diz Diego com um sorriso debochado, fazendo Amaury fingir dar um tapa em sua coxa.

Os dois se olham por um momento, ainda um pouco próximos.

"Você sabe que eu só penso em você
Você diz que vive pensando em mim
Pode ser, se é assim
Você tem que largar a mão do não"

Djavan cantava ao fundo enquanto os dois se mantinham perdidos nos olhos um do outro tendo Amaury ainda com as mãos na cintura de Diego.

- Eu... Trouxe vinho - Diego estende a sacola.

- Um perigo - brinca pegando e indo colocar na mesa.

- Com medo é ? - Diego provoca quando o outro volta.

- Não, nem um pouco.

- Uhm - Diego ri baixo começando a andar pelo cômodo olhando todos os detalhes.

- Precisamos conversar.

- Eu sei... É aconchegante aqui, aposto que fez faxina hoje nos 80 cômodos né.

- Fiz - Amaury da risada de chaleira clássica.

Diego para de frente pra um quadro onde via Amaury ao lado de algumas pessoas, conseguia identificar o pai, a mãe e a irmã pois já os conhecera. Toca com a ponta dos dedos no rosto de Amaury pela foto.

- Eu fiz nosso jantar... Vamos comer antes que esfrie - tira Diego dos devaneios.

Os dois comem entre conversas aleatórias e um clima agradável. Depois da jantar os dois sentam no tapete da sala, ambos com uma taça de vinho.

- Diego...

- Eu sei... eu sei o que quer dizer - Diego olha por um momento pra ele, mas logo desvia o olhar pra taça bebendo um longo gole.

O clima fica um pouco mais denso pois os dois sabiam o que esse encontro significava. Já tinham tido essa conversa antes e não tinha acabado bem.

- Vem cá - pega a taça de Diego e deixa na mesinha junto com a sua.

Levanta e estende a mão puxando ele pra perto, leva as mãos até a cintura fina do ruivo. Agora Baby 95 da Liniker tocava suavemente.

- O que tá fazendo?

- Xiu - Amaury diz baixo começando a movimentar o corpo em passos leves.

Diego suspira e segue os passos do maior ao que sobe as mãos pelos braços, ombros até posicionar ao redor de seu pescoço.

Os dois são embalados pelo ritmo leve da música, os olhares não se deixam por nenhum segundo, mergulhados em tantos sentimentos de desejos, sonhos, medos.

"Eu não sou de beber, mas se beber melhora
E se beber me adora, baby
Traz logo esse rosé com esse licor de amora
Nossas línguas namoram e o jambo treme
Me beija, teu balanço me suspende
'To derretendo na sua frente"

E como na música Diego se sentia derreter enquanto Amaury aproximava mais o rosto do seu até estarem tão próximos que sentiam a respiração quente um do outro, quebrando a distância colando seus lábios em um beijo calmo. Amaury sobe uma das mãos até a nuca e puxa leve os cabelos pelo local fazendo Diego inclinar a cabeça pra o lado e sentir a língua do moreno adentrar sua boca trazendo junto o gosto do vinho, fazendo ele sentir o corpo todo arrepiar. O beijo que antes estava calmo se tornou uma mistura de mãos tocando e explorando o corpo, línguas se entrelaçando, mordidas no lábio e ofegos manhosos.

Quando o ar não se fazia presente se afastaram pra respirar e controlar os ânimos. Mas mantiveram a proximidade dos corpos colados.

- Não quero que isso acabe - Diego suspira

- Não precisa acabar.





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