Esperança

418 62 21
                                    

Na minha janela havia um sabiá.
Ele não piava, vivia a me espiar
Certa vez, não viera a pousar no parapeito
Daquela varanda meio sem jeito

Preocupada, certa vez o chamei
e sem resposta, lá fiquei
Tamanho afeto, tamanho carinho

Por um simples passarinho!
O que havia de errado?
Passaram-se dias, semanas
E aquela história não me descia a garganta.

Chegou a um ponto
Do parapeito sentir-se vazio,
Nem o alpiste fazer mais sentido,
E só me restarem preocupações.

Ele não voltaria.
E nada podia-se fazer,
Senão ficar na varanda
À espera de um tal sabiá.

Palavras DesnudasOnde histórias criam vida. Descubra agora