Lúgubre Insanidade

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Fumo minha morte,
Bebo a sorte que resta até o copo secar.
Passo meus dias em casa,
À espera de que batam na porta,
Digam que o fracasso que me atormenta
Não mais importa
E que estou livre.

Mas dizem que ela é dura,
Quem, através de um ruído, sussurra
Para que eu fume e beba mais,
Tendo como único motivo
O alívio libertador
De quando tudo acabar.

Porém, ainda havia um medo corrosivo
Canibal de ruelas e entranhas de porcelana,
Que vivia a me espiar através da janela

Marchando incansavelmente em madrugadas frias,
A escoltar até o dia em que eu me entregaria.
Chego a acreditar que ele joga um jogo,

Onde não sou o adversário,
E sim, somente uma peça do xadrez fervoroso
Entre cegos pelo ilusório
E homens realistas.

Ouço a campainha a tocar,.
Junto com o tilintar do vidro do copo,
Perdido na mesa bagunçada de minhas mentiras,
Onde as últimas gotas de minha bebida anunciam fuga,

Enquanto preguiçosamente,
Arrasto-me até uma linha tênue
E abro a porta.
É uma visita ilustre, impune, sincera.
Conheço bem esta
E a abraço forte,
Onde o clarão também me cega.

Palavras DesnudasOnde histórias criam vida. Descubra agora