51.

619 77 14
                                    

- Meu Deus, ela tem peitos muito bonitos. - Chloe falou enquanto mastigava uma pipoca.

- De fato. - Christopher afirmou junto.

- Concordo, mas os seus são mais. - Juniper riu, deixando a garota em seu colo tímida.

Os outros gargalharam. Primeiro pelas afirmações aleatórias, depois por estarem vendo logo Chloe Gómez com vergonha de piadinhas sexuais.

Celine repousava o rosto no pescoço de Matthew, sentada ao lado dele com as pernas jogadas sob o colo deste. Nos últimos dias, não conseguiam muito tempo para conversar, mas quando estavam juntos era tudo sempre leve. Os Sturniolo haviam feito uma viagem para Boston, onde passaram quatro dias, e isso somado a alguns dias de gravação, o trabalho regular da garota e a busca por um apartamento em Nova York, os distanciara consideravelmente.

- Amor, pega um chá gelado pra mim? - Ela pediu com uma voz rouca ao ouvido dele.

Isso também nunca mudava, sempre gerava calafrios no corpo de Matthew.

- Sim, espera aí. - Sorriu sem jeito, levantando-se do sofá.

Ele saiu da sala sentindo aquele frio costumeiro no estômago, indo em direção a cozinha. Já se acostumara tanto a caminhar pela casa de madrugada que nem
via a necessidade de acender as luzes.

Tateou a ilha em frente a pia e alcançou o puxador da geladeira, que aberta causou um relance de luz quase cegante para ele. Se esticou para pegar a garrafa lacrada que havia no topo, quando sentiu um par de mãos geladas rodearem sua cintura.

- Você ainda vai me matar com essas mãozinhas de cubo de gelo. - Disse com o susto, segurando a garrafa que quase foi ao chão.

- Desculpa, não podia evitar essa cinturinha de princesa. - Ela riu, apertando-o após empurrar a porta da geladeira, fechando novamente.

- Sem cócegas. - Ordenou fingindo ficar bravo. - E eu podia levar seu chá gelado no sofá.

- E eu por acaso vim pelo chá gelado? - Sorriu, enganchando os braços no pescoço dele. - Estava com saudade.

- Eu também. - Ele suspirou como um alívio ao contornar o corpo dela em um abraço. - Qualquer hora você vai pra Boston com a gente, conhecer nossa casa lá.

Matthew fez uma careta ao perceber o possível duplo sentido da frase. Fazendo-a gargalhar.

- Já entendi que você quer muito me mostrar a sua outra cama. - Provocou por saber quão envergonhado ele ficava.

- Cala a boca. - Ele riu, revirando os olhos.

Agora a única fonte de iluminação vinha da sala, com apenas parte da cozinha tendo fracos raios da luz azulada pela televisão. Matt estava encostado no balcão logo ao lado da geladeira, as unhas da garota arranhavam sutilmente sua nuca e passavam pelo cabelo, em um cafuné confortável.

- Vou sentir falta desse rostinho. - Ele acariciou a bochecha dela, enquanto seu outro braço ainda envolvia o corpo.

Celine sorriu ladina, sem nada responder. Parte de si ficava feliz em ouvir aquilo com certo tom de tranquilidade, esse assunto cada vez mais gerava conflitos internos nela, não queria que o rapaz fosse um deles também. Então sem esperar mais, ele a beijou.

As mãos frias e a língua quente, ambos tinham as respirações calmas como uma praia no início da manhã. Ou como as árvores balançando pelo vento sutil. Ou como qualquer dia bonito.

- Posso te mostrar uma coisa, lá em cima? - Ele perguntou ao se separarem.

A reação dela foi impagável, os olhos castanhos arregalados e a boca franzida para baixo com surpresa.

pretty days | matt sturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora