capítulo 6

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Eu realmente espero que nosso plano dê certo.
Está um dia muito bonito para quem vai treinar para sobreviver em um mundo demonioco. Falando em mundo demonioco, eu ainda não conversei com os meus pais sobre a outra dimensão. Eles têm uma cabeça muito aberta, talvez acreditem, ou vai mandar todos nós para um hospício. Mas hoje, hoje é o dia de abrir o jogo para meus pais.
Estou sentada na varanda da minha casa com Ben e Aidan, esperando os outros. Estamos em completo silêncio, o que é um pouco estranho já que Aidan está aqui. Mas considerando isto, ele nunca pareceu triste, o que me leva a pensar se ele já ficou com medo ou triste, sempre que olho para ele, sempre está com um sorriso no rosto.
Eu levanto a minha cabeça e vejo os gêmeos se aproximarem.
- Oh, lá estão eles!- diz Aidan levantando a cabeça também.
Tyler está com uma blusa azul escrita "No" e Taylor com uma blusa também azul escrita "Yes" que me fez dar uma risada discreta.
Logo atrás deles está Logan de capacete e patinete.
Sério que precisa usar capacete pra andar de patinete? Mas, já que é Logan, faz um pouco de sentido.
-Bom, já que todos estão aqui vamos entrar- digo me levantando e todos me seguem.
Abro a porta e não vejo meus pais.
- Mãe? Pai?- chamo e na mesma hora eles giram juntos.
- Na cozinha!
Ando até lá e todos vêm atrás.
- O que estão fazendo?- pergunto
Eles se viram pra mim com um sorriso instaurado de orelha a orelha segurando uma travessa cheia de petiscos caseiros.
-Lanches!- dizem animados.
Sério?
Não vejo necessidade de nada disso. Daqui a poucos minutos eles estaram arrasados pela história ou irão me tachar de maluca maconheira, então, os lanches não serão necessários.
Todos param atrás de mim observando os meus pais.
- Eu estou vendo isso... Mas pra que isso tudo?- pergunto.
Eles se olham um para o outro com cara de quem querem me contar algo.
- Bem... É que geralmente vc e seus amigos só vem e saem rápido para o cemitério...- diz meu pai e minha mãe completa.
-Mas quando vocês ligaram dizendo que tinha algo para nós dizer. Agora é a hora, então...
-fuzemos uns lanches para acompanhar.- completa meu pai.
Meus olhos vão de um lado para o outro tentando acompanhar a conversa. Tenho quase certeza que meus amigos fazem o mesmo.
Amigos?
Será que são realmente meus amigos.
Somos apenas um grupo que acidentalmente acabamos em uma dimensão demonioca.
Somos companheiros...
Todos vão para a sala se sentar e começam a pepear.
Eu continuo no meu lugar, congelada
Corto o meu pensamento balançando a cabeça. Mas meu corpo gela quando sinto uma mão em meu ombro.
- Ash? Tudo bem?- Pergunta Aidan Em um tom melancólico.
Tiro sua mão do meu ombro e me viro rápido no susto e vejo sua cara de preocupação e curiosidade.
O pensamento de amizade me assustou.
Eu e ele somos amigos?
- Tô... Tô legal- dou um sorriso um pouco suave e sua expressão mudou um pouco.
-Certo, vamos.
Ele abre espaço para eu ir na frente, e eu vou.
Aidan coloco suas mãos nos bolsos e me segue. Sento- me bo sofá e ele senta ao meu lado colocando a perna uma em cima da outra com uma postura horrível.
- Então, o que as crianças querem conversar?- Meu pai pergunta.
Sua cicatriz está pior hoje.
Meu pai tem um cicatriz horrível que vai do meio da bochecha até o meio da sua garganta. Ele nunca me contou o que havia acontecido, mas como ele é militar, com certeza foi em alguma briga que ele se meteu ao longo da sua vida.
-Hm... Certo.- Digo me levantando e apagando as luzes da casa e acedendo apenas o abajur da sala erguendo uma das minhas tranças enormes ruivas.
A cara dos meus pais é indecifrável, e a do pessoal é assustados.
Meu pai ergue uma das suas sobrancelhas esperando que eu fale algo, mas não digo.
- Sua sombra? Era isso que queria nos mostrar?
Que? Será que eles não conseguem ver? Então, só a gente conseguem... Estranho.
- Devíamos notar algo de errado?- Pergunta minha mãe.
Volto a ligar todas as luzes novamente.
- An... Hm, deixe pra lá. Esqueçam isso tá.- Falo olhando para o chão segurando meus cabelos.- Mas precisamos da ajuda de vocês.
Volto para o plano inícial que é ajudar Logan.
Conto tudo que deveria contar sobre o acontecimento de hoje e peço-lhes ajuda com o que precisamos e pedi para ensinarmos pelo menos o básico.
Eles se entreolham.
- Eu não ligo de ajudar vocês.- fala meu pai.
-Eu também não... Na verdade pode até ser divertido.- afirma minha mãe.
- só tenho uma condição.- começa- Não quero nenhum drama desnecessário de outros pais quando seus filhos começaram a chegar em casa com machucados.
- entendi pai, obrigada.
- de nada, soldado.

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