˚.・⊹ ࣪ ˖ cap 3

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Eu nunca cheguei a conhecer ninguém de verdade.

Muito menos eu.

A questão é que de uma certa formas todos somos irrelevantes em nossa forma de ser. O fato de eu não me conhecer não me torna mais ou menos do que alguma coisa.

Porque considerando em parâmetros, todos nós somos meros pedaços de lixo. Não apenas esses primatas que eu tenho que dividir o meu mundo.

Tudo é relativo.

Eu sou insignificante. Mas durante a minha vida insignificante, eu devo fazer algo de bom durante essa minha vida. Devo melhorar a existência insignificante de outras pessoas.

Livrando as impurezas desse mundo.

O pequeno corpo deixado inconsciente por mim está em meus braços agora. De jeito nenhum ela pode ter ideia de qual é o meu paradeiro e de meu culto.

Meu cabelo e o seu cabelo macio ficando desajeitados por causa do vento. Meu olho impedido de ser aberto por causa da claridade do dia.

Eu sinceramente não sei o que eu estou fazendo. É muito arriscado.

Não vou trazer-la para lá. Mas mesmo assim não posso deixar ela sozinha.

A minha maldição nos deixa em uma casa antiga. Que eu reconheço como uma das casas na qual eu matei todos os seus moradores, há um tempo.

A moradia está à venda depois do ocorrido, mas duvido muito que alguém a compraria.
O lugar é isolado, no meio das montanhas. O contato humano mais próximo é a 10 km.

Quando abro a porta de madeira, me deparo com todos os móveis ainda la, a única mudança realizada foi a tintura das paredes, que anteriormente eram pintadas pelo vermelho do sangue.

O local era desnecessariamente grande, o sofá, as cadeiras, tudo parecia relativamente pequeno em comparação com a estrutura do imóvel.

Assim que entro, ouço um pequeno murmúrio escapar de seus lábios. Ela está acordando.

"Eu senti tanta falta sua, você não tem ideia."

A ponho deitada no sofá de couro, esperando a hora que ela acordasse. Ela sempre foi um pouco mais alta do que a média, mas mesmo assim continua tão pequena e delicada. Sua pele macia, parecendo seda. Seu cabelo brilhante e enrolado com pequenas ondas no final de suas pontas. Tudo nela me faz entrar em desespero.

Desespero de nunca mais ver-la de novo, como eu achei que aconteceria da última vez que nos vimos.

"Você 'tá delirando"

[Nome] e Satoru, as duas pessoas que eu mais esperei que viessem comigo. Lado a lado.

O dia que mais me senti traído. O dia que eu mais traí.

Não posso cobrar-los por algo que eu sei que os dois não poderiam fornecer agora. Mas ainda dói.

[Nome] abre os olhos com rapidez, olhando em volta tentando reconhecer o local onde se encontra, e quando seus olhos encontram os meus, sua feição de desespero parece um pouco mais calma.

— Sequestro também faz parte das atividades do seu culto? — diz, tentando se levantar, ainda grogue.

Sentia falta de seu sarcasmo.

— Ocasionalmente, mas principalmente quando tem uma xereta tentando impedir as meus planos.

— Você acha que eu estou me importando com o que você faz. Eu só quero terminar com a minha parte da missão. — Seu cabelo caindo sobre sua cara impede a minha análise sobre sua expressão, mas com certeza deve estar me olhando com desdém agora.

— Não parecia que você não se importava ontem. — me levanto de uma das cadeiras de frente ao sofá — enfim, você queria me achar. Parabéns, me achou. Mas eu não posso simplesmente deixar você andar por aí sabendo que eu vou estar sendo seguido. Você sabe das minhas táticas tanto quanto eu sei das suas.

Ela ajeita seu cabelo enquanto olha para mim.

— Satoru com certeza já sabe que você me sequestrou. Seu planinho tosco não vai durar muito tempo. — me diz com um sorriso orgulhoso.

— Eu te garanto que ele não vai te achar tão cedo. Você vai ficar aqui comigo até eu achar necessário. Também suspendi as atividades do meu culto. — seu sorriso automaticamente desaparece de seu rosto. — Você vai ter tudo o que precisar, não se preocupe.

Não posso me dar o luxo de simplesmente acabar com tudo que comecei.

E quem sabe eu consigo fazer ela se aliar a mim.

- Você é doente. Olhar na sua cara de novo me da nojo. - finalmente se levanta do sofá e começa a andar pela casa tentando identificar onde fica cada coisa.

Por um momento eu quis que aquela mudança do tom de voz dela acontecesse, para eu ter certeza que era mentira.

Mas não é.

—-

CAPITULO NOVO IHUUU
dessa vez bem curtinho 🥹🥹
(nao revisado)

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⏰ Última atualização: Mar 27 ⏰

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