on your knees (3)

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"Amor e desejo são coisas diferentes. Nem tudo o que se ama se deseja e nem tudo o que se deseja se ama".

Hannibal leu em algum lugar, em algum livro, e em sua ótica própria de enxergar o mundo, fazia sentido.

Amor era apenas um sinônimo para uma reação química no cérebro enquanto o desejo, um impulso nervoso que misturava uma parte primitiva.

Contudo, sempre havia um contudo, aqui estava, sentado, olhando para o nenhum ponto específico em seu suntuoso escritório silencioso, a espera, à espera de alguém que sabia que tão cedo não veria.

Preso em um labirinto feito de sua própria mente e desejo.

Algo intrigante era como a natureza fez os alfas, fortes, potentes, ainda mais se comparar com ômegas do mesmo sexo.

Em sua mente ainda existia vestígio de quando percebeu o que era, como era, se viu assim de uma forma que não diria que era o típico como os demais, mas quando realmente descobriu de onde vinham os Lecter, isso tomou uma proporção maior, ainda mais, quando começou a se aventurar no seu "esporte".

Suas habilidades avantajadas somente deixa o "esporte" mais interessante.

Ainda mais, depois da primeira vez que sentiu o cheiro do medo.

O cheiro de sal e misturado com um odor amargo.

Mas o ponto central não é para falar do eu alfa do nobre doutor, mas sim, do nobre alfa doutor que, há algumas semanas, exatamente, desde a noite de deflorou o perfilador do FBI Will Graham da forma mais copiosa a qual sua mente criativa e fantasiosa pode desfrutar, ficou um tanto quanto a mais, digamos, obcecado.

Em sua vida, teve diversas experiencias, das quais, oscilavam entre boas e ruins, mas, poucas delas chegaram aos pés de ter o poder sobre Will Graham.

Seu palácio mental estava repleto de quadros do belo ômega de olhos azuis, pendurados em lugares de destaque para que, sempre que quisesse apreciá-los, fossem a primeira coisa que veria.

Ter o poder sobre Will, sobre o corpo e a pele macia, farta e avantajada de Will, se equipar de provar a mais doce sobremesa feito por um chefe especialista e que se recusa a fazê-la para qualquer um. Ter sobre os toques de seus dedos a carne farta de suas nádegas, um sonho realizado, de duas coxas, e rente as narinas o odor límpido de seus cabelo sem aquela colônia vagabunda que ele usa escondendo o seu esplendoroso odor natural, e entre seus dentes, a pele dele, era a própria promessa realizada.

Somente não subjugada em ter o poder sobre a vida ou morte dele.

Aquela noite, o corpo do professou repousou sereno e relaxado como nunca havia lhe visto sobre o seu, calmo, como se estivesse dopado, o que de certa forma estava.

Will era um ômega que nunca teve contato até então com um alfa, e querendo ou não, como detestava e amaldiçoava a natureza periodicamente e seus instintos, seus hormônios reagiam a presença de alfas, e ter, em palavreado popular, acoplado com um, depois de tanto tempo de seu primeiro cio, e em sua situação mental e física, sendo a segunda, perto do seu período cio, desencadeou uma sequência de hormônios a qual seu corpo não estava acostumado a receber, e isso, misturado ao seu cansaço físico (e mental) imerso na dopamina, o fez relaxar e dormir como um perfeito filhote.

Aquela noite, Lecter ficou um considerado tempo observando Graham dormir, pensando.

Seria fácil matá-lo, bastava quebrar seu pescoço, era mais fácil, evitaria que Will despertasse e resistisse, reação que se caso tentasse sufocá-lo aconteceria, e sumir com o corpo, não seria problema, tinha o local ideal, sua pequena fazenda de cogumelos precisava de novos adubos, ou, poderia recriar algum quadro da renascença com ele, talvez, uma estátua? Will poderia ser um belo Apolo, ou um Ares Ludovisi, sem mencionar algumas receitas que poderia preparar com tamanha iguaria.

HURRICANE - HannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora