Castle (4)

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Duas semanas confusas e tensas passaram após seu cio, as quais Will ficou imerso em casos e notas.

Antes de seu afastamento, deixou um trabalho para sua turma.

Como futuros perfiladores, ter o pensamento acima do crítico era essencial para ver brechas e pistas de crimes que passariam despercebidos por muitos, então, usando um dos casos que tinha trabalhado meses atrás, no qual, um homem de meia idade fanático religioso iniciou uma onda de assassinatos que perdurou mais de oito meses, vitimando mulheres de cabelos ruivos entre vinte e trinta anos por acreditar que eram a encarnação do mal e bruxas.

A fim de proteção das identidades das vítimas e famílias, retirou ou alterou dados pessoais e informações que deixem nítido quem era vítima específica.

Mesmo para fim didáticos, não cabia a si expor essas pessoas e suas famílias, e dentre essas coisas, mudou também algumas coisas como características e situação do crime, e entregou como trabalho da turma.

Os alunos teriam que desvendar a morte de seis garotas de cabelos curtos, de diferentes etnias e idade da mesma cidade.

Não foi de longe o trabalho mais difícil que lhes deu, tão pouco, achou que duraria muito tempo para ser feito, e não ficou surpreso ao voltar e ter uma pilha feita dele em sua mesa.

Um a um, no tempo que tinha fora das cenas dos crimes, e do sumiço do estripador, leu os trabalhos, e com orgulho, pode dizer, que embora usassem métodos diferente, os alunos chegaram a um denominador comum de culpado, no caso, o carteiro que tinha uma ex-namorada de cabelos curtos na época que mantinham um relacionamento, e que enxergavam em todas as vítimas a ex- companheira.

Contudo, um em particular chamou sua atenção, um dos alunos, cujo também chegou ao denominador comum do assassino, colocou uma observação na vítima 4.

Na nota na última página do trabalho, ele explicava uma possível falha em relação ao tempo entre percursos relatado no depoimento do carteiro incluso no material para estudo. Para ele cometer o crime, ele teria que ter atravessado uma distância de mais de cem quilômetros em alta velocidade em um curto período, e não cometer nenhum erro desde o momento que abordou a vítima até a limpeza do local onde o corpo foi desovado, além que pelo foi descrito no laudo, o uso da força nesta vítima em questão tinha indícios que foi maior que nas demais vítimas, e isso apontava para um possível imitador.

Will leu o comentário em sua mesa, e um lampejo veio em sua mente.

Como mencionado, havia usado um caso que trabalhou há algum tempo, e fora os nomes, etnias e ponto que ligava as vítimas, as evidências e metodologia do crime, era mesma.

Lendo a nota do aluno, o interrogatório do homem voltou a sua mente.

Estava novamente em pé atrás do vidro escuro, e do outro lado Jack conversava com o senhor Howeed dentro da sala de interrogatório.

— Seis vítimas... — Jack disse, e sobre a mesa, espalhou as fotos da cena dos crimes onde os corpos foram achados, junto com as fotos mais detalhadas dos hematomas e marcas da perícia.

— Seis?! — Clark Howeed, repete, e por um momento pareceu pensar.

Os olhos verdes do homem de meia idade foram de Jack para o vidro escuto refletindo ambos, mas seu olhar, pareceu que pôde enxergar mais do que seu próprio reflexo, conseguia atravessar a película grossa do vidro, ver os olhos azuis atrás dos óculos de Will.

Will balançou a cabeça, olhou em volta, e em cima da mesa, viu seu celular.

Eram sete da noite, de uma quarta-feira, eram sete horas de um dia que teria consulta com seu psiquiatra, o qual, evitava igual o demônio evita a cruz.

HURRICANE - HannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora