Capítulo 23

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Rolou um clima maravilhoso no quarto quando acabei entrando, as meninas estavam todas abraçadas com o César, ele revelou como se sentia em relação a sua sexualidade e fiquei emocionada quando ele repassou cada palavra dita em minha ausência. Ele merecia o mundo pois eu não acharia justo ele não ter uma vida boa, feliz e repleta das suas ações bondosas para o mundo.

Estava na frente das arquibancadas checando se achava um lugar bom, mas o pessoal estava demorando e fui conferir o porque quase caí pra trás quando vi Carol e as meninas com suas camisetas rasgadas.
O que aconteceu aqui ? — Carol se vira para mim.
Aparentemente o Eduardo não sabe jogar sem trapacear — Fiquei furiosa e me virei para ir atrás dele do outro lado da quadra, mas Pedro me segura.
Hei calma aí, nada de violência pode piorar para as meninas, vamos manter a calma, o Fabrício e o Joel teve alguma ideia e estão indo atrás das coisas — Suspiro ainda irritada.
Tá bom,mas ele não escapou da sua punição — Ele sorri mas logo mucha.
O que foi? — Ele me puxa para um canto mais afastado das meninas.
Ontem o papai me ligou — Ergo a sombrancelha.
O que ele disse ? — Ele parece impaciente, inquieto e principalmente sem jeito de me contar — Pedro já se faz horas que essa ligação ocorreu, o que aconteceu com a minha mãe? — Vejo uma lágrima cair de seu olho.
Ela está no hospital, ele prometeu me ligar assim que tivesse notícias, mas nada até agora — Não, ainda estava cedo para isso, ela só iria para o hospital quando eu fisse dezoito, se bem que antes ela nunca ficou tanto tempo fora de casa e nunca se divorciou.
Eu vou até lá e não me impeça, eu preciso ver ela — Ele balança a cabeça em negativo — Você não tem esse direito Pedro ela e minha mãe — Ele bufa.
Você não vai querer ver como ela está — Como assim? Como ela está?
— Como assim Pedro? Você já a viu? — Ele não me respondeu — Pedro você foi lá sem mim? Porque ?
— Ele pediu pra não deixar você a ver daquele jeito, você ficaria mal e não sairia de lá — Concordo.
Claro Pedro, ela e minha mãe, nossa mãe — Me viro para as meninas e depois pra ele — Faça a Carol se sentir especial, e não me espere pois não vou voltar — Ele segura minha mão mas eu me solto e corro para o quarto e pego minha mochila.

Quando estou saindo do quarto Fabrício e Joel passam por lá e ficam confusos pela mochila e minha cara de choro.
O que aconteceu Liv? — Joel pergunta.
Preciso sair daqui agora — Ele se preocupa mais — Por favor façam a Carol e as meninas se sentirem especiais e deem o maior apoio para elas, em dobro por mim — Fabrício chega mais perto e segura meus ombros.
O que esta acontecendo Olivia? Você estava tão bem ontem — Meus olhos enchem de lágrima pela primeira vez na frente deles.
— Aparentemente minha mãe não e ninguém me contou nada — Ele se assusta e olha para o Joel.
Eu vou com você — Ele se vira para o Joel e entrega algumas camisetas em sua mão, mas antes que se vire para mim o interrompi.
Não — Eles me olham confusos.
Como não? você não pode sair daqui desse jeito Olivia — Nego com a cabeça .
E vocês não podem deixar as meninas sem rostos conhecidos, me deixem ir sozinha — Eles negam.
Liv não posso te deixar assim — Fabrício fala.
Não estou pedindo — Luisa aparece.
Gente, as meninas não têm mais tempo — Luisa está ofegante, deve ter corrido — O que aconteceu ?
Deixem a Carol feliz — Falo e saio dali antes que prolongasse mais e eu não pudesse ver minha mãe.

Fabrício não veio atrás de mim, devo ter deixado ele bravo e aparentemente até o Joel porém não posso fazer muito em relação a isso, não agora. Estou indo para o quarto que a recepcionista me orientou a ir e paro na frente da sala e suspiro fundo pela primeira vez desde que saí da escola, ela não pode me deixar agora, por favor agora não, eu tenho tanto para ela ver. Tomo coragem de entrar e não tem ninguém lá além dela, meu pai dele ter deixado ela de novo ou apenas saiu, não me importa que ela ainda estava respirando, e viva. Me sento na beirada da cama e ela abre os olhos devagar e tenta levantar mas coloco a mão em seu ombros suavemente.
Não levanta mãe, descanse — Ela não tenta outra vez, tiro as mão de seu ombro e seguro uma de suas mãos e choro, ela consegue conversar muito pois está com dor no peito de acordo com a recepcionista — Mãe, papai não deixou que eu soubesse e eu vou brigar com ele por isso mas isso não vem ao caso não quero te deixar nervosa — Paro de falar nele pois seus batimentos aumentaram — Eu não posso perder você agora — Ela se ajeita na cama devagar e eu fico em alerta.
Tudo bem filha, eu estou melhor que ontem — Ela fala meio baixo. Suspiro e fechou os olhos e ela aperta minha mão — Me conta como foi lá, e o Fabrício? — Sorrio entre lágrimas.
Mãe, agora não é uma boa hora pra isso — Ela nega com a cabeça e abre o braço e entendo aquele gesto e me deito ao seu lado, ela fazia isso sempre que iria me contar uma história ou pedia para mim contar sobre meu dia — Tudo bem vou contar — Mexo em meu cabelo.
Conta desde o motivo dele te dar aquele presente criativo e lindo — Sorrio.
Ontem a noite iria sair com um menino, conheci ele quando fui buscar o Pedro — Me lembrei do sermão que ela me deu quando descobriu — Mas o Fabrício apareceu lá em casa bem na hora em que estava decidida a sair pois estava esperançosa dele ir se declara para mim não cometer um erro. Ele estava todo vermelho pelo vento que estava lá fora, pediu para irmos caminhar e bom ele o fez o que eu achei que nunca faria, se declarou para mim e bom a senhora sabe o que veio depois — Ela sorri.
Não sei me diga você — Sorrio.
— Ele me beijou, como você descreveu quando beijou o papai pela primeira vez, foi incrível, frio na barriga e depois veio a calmaria e ontem quando cheguei na escola ele estava sorridente mas foi tudo por água abaixo pois o menino, o Isaac apareceu no portão atrás de mim e ele ficou bravo achando que eu tinha alguma coisa com o tal menino, ficamos o dia todo sem nos ver ou nos falar, e bom o belo filho que a senhora crio me levou até ele ao anoitecer e me obrigou a conversar com ele — Ela passa a mão em meus cabelos e eu sorrio. — Conversamos e acabei me abrindo sobre meus sentimentos com ele e nos resolvemos, foi boa a sensação deveria ter ouvido a senhora antes em relação a isso .
Eu disse — Ela sorri.
Mas hoje não o deixei me ver mal, Pedro escondeu de mim que a senhora estava aqui, ele se ofereceu para vir junto mas eu o neguei, fui fria com ele, não gosto que me vejam assim
— Minha filha precisamos de apoio em momentos assim e posso ser sincera? — Balanço a cabeça que sim — Ele só quer seu bem, ele pode ser calculista com certas coisas mas aparenta querer ver minha filha feliz, e eu queria muito ver essa felicidade sua, e espero que pelo menos me de netos com esse rapaz —Sorrio.
Credo mãe, ele fala de casamento e você fala de filho, eu ainda só tenho quinze — Ela sorri.
Você tem razão viva o momento, ame, se aventure e viva tudo que sua idade te oferece, menos gravides cedo tudo bem? ainda quero te ver fazendo história nas televisão, já imaginou fazer uma novela? eu assistiria todos os dias, não perderia um capítulo só pra te ver — Ela fala com um brilho nos olhos mas me lembro onde ela está e seu grau com a leucemia — Ei não fique mal, sabe que te verei onde quer que eu esteja não sabe? — Concordo com a cabeça — Você ainda tem um futuro brilhante, mas não se atole só de trabalho tudo bem? Eu quero que seu pai seja avó e seu irmão, o tio imaturo e babão — Gargalhamos, e escuto uma batida na porta e olho para lá.
Posso interromper ? — Era meu pai.
Pode sim — minha mãe diz e ele se senta na poltrona a nossa frente e sorri, está com os olhos inchados e fundos parece que nem dormiu.
Já que estamos contando histórias, vou revelar um segredo — Eu não queria que ele me contasse o porque foi embora — Não queríamos te contar do câncer porque sabíamos que você pararia de viver por isso inventamos o divórcio, fui atrás de médicos especialistas em São Paulo — Olho confusa para minha mãe .
E por isso que eu falava que ia visitar amigas na cidade vizinha, era para você não querer ficar grudada em mim e esquecer a adolescência — Fico chateada e ela passa a mão no meu cabelo.
Nunca quis ir embora, mas também estava sofrendo  perder seu amor e ainda ter erros com os filhos a seres consertados e um desafio e tanto — Ele tem razão mas isso não apaga as mentiras deles mas eu não os julgo, eu faria o mesmo — Então ajudei sua mãe de longe, e até me certifiquei do bem estar do seu irmão quando foi embora — Ok isso era chocante — Eu só não queria ter que lidar com a dor na hora que perdesse sua mãe, foi demais e vocês bravos comigo só me fez querer mais ir embora, quando falei pra sua mãe sobre isso ela concordou e então fui embora, mas não pra deixar vocês mas sim tentar ajudar — Ela sabia de tudo então, mas mesmo assim abriu mão do seu amor pelo bem da sua sanidade e bom para dar esperanças...
Acabei dormindo ao lado da minha mãe, mas  depois de um tempão ouvi aqueles barulhos de parada cardíaca e me assustei, tentei abrir os olhos mas o som sumiu e eu abri os olhos mas não estava mais no hospital, o que aconteceu???

🪩

Oii meu amores, esta acabando 🥲 queria fazer uma temporada sobre a última temporada quando lançar o que vocês acham? xoxo, florzinha 💕

Meu Passado/ Fabrício AzevedoOnde histórias criam vida. Descubra agora