O Contrato Esquecido

Capítulo 23

Susan Bones sentou-se olhando pela janela, observando a neve cair em cortinas silenciosas, cobrindo a terra enquanto contemplava o quão estranha sua vida havia se tornado. Em pouco menos de seis meses, Susan descobriu que estava noiva, que seu pretendente não era outro senão o Menino-Que-Sobreviveu e o solteiro mais cobiçado do Semanário das Bruxas, Harry Potter. Ela então lutou com ele para se tornar sua amiga. Literalmente lutou, como em um duelo, e quase foi morta quando Harry a atingiu através de uma sala, quebrando suas costelas. Então, Susan e Harry começaram a namorar. Eles conseguiram superar alguns dos problemas típicos de relacionamento. O problema era que, embora Susan soubesse que a vida de Harry estava em constante perigo, ela nunca havia entendido realmente em que alvo ele e qualquer pessoa associada a ele estavam. Mesmo depois que sua casa foi totalmente queimada.

Ela entendeu agora. Melhor que a maioria. Ela ainda não conseguia se lembrar do que havia acontecido, mas estava tomada por uma verdadeira tempestade de emoções por ter sido amaldiçoada e ter passado mais de um mês inconsciente. Um mês de inferno que terminou com um despertar quase de conto de fadas, com Harry Potter a pedindo em casamento.

Harry apresentou o anel bastante simples com seu tradicional diamante no centro e duas safiras de cada lado, apenas um dia depois de Susan ter acordado. Harry havia dito que as pedras azuis gêmeas o lembravam dos olhos dela. Ela riu baixinho para si mesma quando se lembrou dele lhe apresentando o anel. Ele era tão ignorante, mas seus olhos brilhavam de tanta felicidade. Ela finalmente acordou e pelo que lhe disseram mais tarde, evitou ir ao St. Mungus.

Susan lembrou-se de ouvir as vozes de seus amigos enquanto dormia e de seu desespero para acordar. Foi como um pesadelo de um mês. A única voz constante era a de Harry. Embora ela não tivesse ideia do que ele lhe dissera durante esse tempo, Susan sentiu-se reconfortada ao ouvi-lo. Sua tia havia lhe contado que Harry se recusou a sair do seu lado e teve que ser forçado a ir às aulas e aos treinamentos. Susan ficou triste e lisonjeada ao mesmo tempo. Isso até ela ouvir falar que o progresso dele estava diminuindo em qualidade. Então ela ficou chateada.

Susan ficou em Hogwarts por mais dois dias antes de Madame Pomfrey permitir que ela voltasse para casa pelo resto do feriado, embora ela estivesse confinada a uma cadeira de rodas. Seus músculos haviam atrofiado em grande parte devido à maldição. Susan tinha sido assegurada de que se ela mantivesse seu regimento de poções, ela voltaria ao normal no início do semestre. Enquanto isso, ela estava gostando de ser atendida por Harry.

Desde que eles chegaram na casa de Harry, seu novo noivo, e estavam se curvando para ajudá-la. Susan gostava especialmente quando ele a carregava para cima e para baixo nas escadas. Ele não queria arriscar que ela caísse da cadeira de rodas enquanto a levitava. Susan achou super fofo e aparentemente sua tia concordou com ela. Susan tinha visto sua tia sorrindo maliciosamente como na noite anterior, quando Harry levou Susan para a cama.

Por outro lado, Amelia impediu Harry de ajudar Susan a tomar banho, o que Susan planejou meticulosamente para ficar um pouco mais íntima de Harry. Susan nunca iria perdoar a tia por isso. Não que teria sido tão bom de qualquer maneira. A doença de Susan estava impedindo que ela e Harry comemorassem seu noivado de maneira adequada. Susan se cansou muito rapidamente e Harry foi muito nobre. Isso a estava frustrando infinitamente. Ela ainda não conseguia realizar o mais simples dos feitiços.

Susan respirou fundo e reajustou sua posição na cama, estremecendo ao fazer isso. Embora ela não estivesse nem perto da quantidade de dor que originalmente a colocou em coma, ela ainda sente pontadas de irritação, especialmente na coluna. Ela olhou para o relógio e viu que já passava das duas da manhã. Não tinha conseguido dormir muito desde que finalmente acordou, então passou as noites fazendo o dever de casa. Esta noite, porém, ela simplesmente não conseguia se concentrar.