Dead or Alive

Apostas magicas

Kalel Stokes

Sinto uma dor excruciante em todo o corpo, me lembro de pequenos flashes de memória. O carro capotando, gritos, sirenes e tudo apagou.Será que eu morri? Eu não poderia certo, meu pai deveria ter me colocado em um dos melhores hospitais dessa cidade de merda. Minha cabeça protesta ao ouvir vozes e suspiros vindos dos pés de minha cama.Tento abrir os olhos, o que foi certamente em vão, já que a luz branca, do que espero ser um quarto de hospital, me cega. Demoro um tempo até abri-los de novo e piscar diversas vezes até me acostumar. Olho para o teto sem cor, suspiro.

— Você acordou, achei que finalmente tivesse morrido.

Me assusto com a voz feminina e olho para os pés de minha cama onde um homem e uma mulher estavam a me encarar.

— Quem são vocês?!__ grito enquanto me afastava, será que isso era uma pegadinha de Isaac?__.

— Por que todos perguntam isso?, que merda__ a estranha revira os olhos __.

— Eles não tem culpa Belelux, pare de tentar assustar o garoto com esse seu humor __ o homem fala calmamente enquanto sorri __.

— Esqueci o quanto os humanos podem ser burros __ a mulher suspira __.

Olho confuso para ambos. Humanos?Por que a garota pronunciou como se não fosse humana também?!Afinal, eles eram claramente humanos

— Sua vez  __o homem disse apontando para a cama__.

Espera, era um baralho. Por que eles estavam jogando cartas em cima da cama em que eu estava?

— Droga __ gritou irritada __.

— O que houve, acha que vai perder essa alma?.

— Vai se ferrar Jekes, a alma desse garoto me pertence.

— Como assim minha alma?!.

— Eu não vou explicar, fique a vontade __ a mulher exclamou com uma voz monótona enquanto pegava outra carta do monte __

O homem suspira e deixa suas cartas, viradas para baixo, em cima da cama. Virando-se para mim, ele abre um sorriso e se aproxima.

— Me desculpe, deveríamos ter te explicado o que esta acontecendo. Meu nome é Jekes e o daquela mulher ali é Belelux, mas vocês humanos comumente nos chamam de vida e morte. Estamos aqui para decidir seu destino Kalel, depois do acidente em que você se envolveu entrou em coma, no começo acreditamos que melhoraria e, após um tempo, você acordaria. No final, se passaram 6 meses e o seu corpo continuava no mesmo estado, então Belelux apareceu.

— Não me coloque como vilã, é o meu trabalho recolher almas __ a garota murmurou __.

Olho espantado para o homem e começo a rir alguns segundos depois. Admito que dessa vez Isaac foi longe demais com suas piadas.

— Tudo bem, quanto Isaac te pagou para me dizer essas falas, pode falar.

Ouço um suspiro irritado e logo depois a garota joga suas cartas no colchão.

— Ótimo, se esse humano não acredita, eu posso recolher a alma dele e esquecer essa aposta idiota.

A mulher levanta o braço e alguns segundos depois uma foice aparece em sua mão. Espera, FOICE? Que porra é essa.

— Belelux, está assustando o garoto.

— Fala como se eu me importasse __ caminha até mim e aponta a lâmina para minha garganta __.

— ESPERA! __ grito __ por favor, não me mate, quanto você quer? __ olho para ela que franziu o cenho __ eu posso pagar, me diga quanto você quer para me deixar vivo e eu pago!!

— Por que criaturas inferiores acham que podem comprar tudo?

— Por favor, só me deixe viver.

— Ótimo, se quer viver, tente em outra vida, ou seja, na droga do destino você acreditar.

— Chega, apostamos quem levaria a alma dele, por que não o deixamos vivo enquanto terminamos as três rodadas finais?__ Jekes toca e abaixa a lâmina __ Ele poderá resolver as pendências que tem no mundo mortal e nós terminaríamos o jogo.

— Para acabar trapaceando e me impedindo de recolher a alma do humano?

— Não irei te impedir, se ganhar o jogo.

— Tudo bem, façamos outra aposta, a cada momento em que ele se comportar como um tolo com  os outros humanos é um ponto para mim, mas, se ele for uma pessoa boa, um ponto para você . No final das partidas somaremos esses pontos.

— Ótimo.

Jekes aperta a mão de Belelux e olha para mim, o homem se aproxima e toca minha testa, sinto uma onde forte de sono me atingir. Não sei quando fechei os olhos, mas sei que quando os abri novamente estava no mesmo lugar, com diversos tubos e fios ligados a mim.

Eu não me lembrava de nada antes de despertar.