021.

408 50 10
                                    

People fall in love in mysterious ways...

People fall in love in mysterious ways

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

VIOLA HARRIS

— Tá na hora de você falar com a sua mãe...— Viola diz, se separando daquele que devia ser o terceiro ou o quarto
beijo que Luke dava nela.

Ela também não poderia reclamar. Aquele maldito não tinha culpa de ter uma boca tão gostosa e beijar tão bem.

— Tá bom, tá bom.— Luke diz e eles voltam até onde May estava. Assim que vê o filho, ela corre até ele.

— Me desculpa, meu filho. Eu realmente não devia ter feito um acordo com o seu pai sem falar com você. Mas eu estava desesperada.

— Tudo bem, mãe. Eu te entendo. Mas, por favor, não procura mais nenhum contato com meu pai sem falar comigo antes? Pra eu te fazer desistir da ideia?

— Tá bem, filho. Prometo que não vou procurar contato com seu pai. Agora vamos pra casa? Hoje foi um dia cheio pra todos nós.

— Ah, eu com certeza vou! Que saudade da minha cama. Acreditam que eu tive que dormir no chão?— Viola pergunta.— E eu ainda tenho que ver se não tô desempregada no Phil's...

— Acha que ele te demitiria por isso?— Luke pergunta.

— Não dá pra ter certeza. O Phil é um cara legal, mas...não é todo mundo que aceita empregar alguém que foi preso por roubo.

— É, você tem razão. E o seu ex-chefe? Você vai ver ele?

— Com certeza vou.

— Eu vou contigo.

— Não vai mesmo. A chance dele te tirar do sério é alta e você não pode bater nele. Eu nem vou te avisar quando for.

— E a Vivi?— May pergunta.— Vai contar pra ela que foi presa? Tive que inventar que as coisas lá no Phil's atrasaram ontem e você foi dormir na casa de uma colega sua e o celular tava sem bateria.

— Eu...não sei. Se eu contar, ela vai se sentir ainda mais culpada e um peso pra mim. E eu odeio que a minha irmã se sinta assim...

— Sabe o que eu acho?— May diz— Ela se sente um peso porque você não divide com ela nem as suas inseguranças e sempre quem poupar a Vivi de tudo. Ela tem uma doença grave, sim, mas é uma adulta com sentimentos e sua irmã mais velha, diga-se de passagem. Divide seus problemas com ela. A Vivi vai te acolher...

— Acho que...você tem razão, May. Já chega de adiar essa conversa.— Viola diz e então seu olhar se desvia pra Luke.— Depois a gente se fala...

— Obrigado, Viola.— Luke diz e a garota sente que ele não está se referindo só a ajudá-lo na prisão.

— Eu que agradeço, Luke...— agradece também, até porque ele já tinha feito muito mais por ela sem nem se dar conta.

E Viola não sabia se gostava disso, ou se sentia medo do quanto já estava envolvida com Luke.

Assim que chegou em casa, Viola só queria um banho e roupas limpas, pra tirar aquele cheiro de prisão que devia estar impregnado em seu corpo.

— Vivs, graças a...Deus!— Vivienne diz assim que vê a irmã chegando.— Eu...estava...preocupada...você tá...bem?

— Eu tô. Mas...acho que a gente precisa conversar.— Viola diz, respirando fundo e sentando ao lado da irmã.

— O que...aconteceu?

— Você...se lembra que até bem pouco tempo eu tinha dois empregos?— Viola pergunta e Vivienne assente.— Um era no Phil's e o outro...eu dizia que era como atendente de um hospital.

— Sim. Eu...eu lembro.

— Eu...menti, irmã. Na verdade, eu...não trabalhava num hospital. Só disse isso porque foi a coisa menos...vergonhosa que me passou pela cabeça.

— E com o que você trabalhava?

— Fazendo pequenos roubos...em troca de dinheiro. Teve uma época que foi meu único emprego, até conseguir o Phil's, mas como só um não...conseguia dar conta dos gastos, tive que ficar nos dois.

— Você...está me dizendo que...virou uma ladra...por minha causa?

— Não foi por sua causa. Foram as circunstâncias. Eu também tava revoltada pela morte da mamãe...— diz e não deixa de ser verdade. Viola queria algo que lhe desse adrenalina, que a fizesse se sentir viva, pra afastar a vontade que tinha de acabar com a própria vida. — Eu não quero que ache que isso pode ter sido sua culpa.

— Você correu tanto risco. Poderia até ter sido presa...— E então Vivi faz uma pausa.— Você foi, né? Presa?

— Ontem...— Viola diz assentindo.— Armaram pra mim. Me perdoa, Vivi! Achei que pudesse cuidar de nós duas, que pudesse te proteger e dar conta sozinha. Mas acho que não posso.— diz e começa a chorar, ajoelhando pra abraçar a irmã.

— Isso é tão injusto com você, irmãzinha...— Vivi diz.— Eu... devia cuidar de...nós duas. Não...o contrário. Você se esforça tanto.

— Você já cuidou de mim. Muito. Só quero retribuir. Me perdoa?

— Perdoo. Perdoo se me prometer que vai passar a viver a sua vida sem ser em função da minha.

— Mas você é tudo que eu tenho.

— E quando eu me for? Você vai ficar sem nada? Eu nunca quis que a sua vida estivesse atrelada à minha, Viola.

— De novo com esse papo?

— Você sabe que tá cada vez mais perto de acontecer. Por que não fala com a May? Chama ela pra vir passar o Natal aqui...Pede pra ela trazer o filho. Ele...voltou, não é?— Vivi diz sorrindo e Viola sabe o que ela estava querendo dizer.

Aquele seria o último Natal da irmã com ela. Viola podia sentir isso. Vivi queria que Viola não só tivesse lembranças boas dele, como também garantir que ela não estivesse sozinha no próximo.

— Vou falar com eles, mana.— Viola diz, dando um beijo na bochecha de Vivi e saindo de perto dela, correndo até o banheiro para tomar banho, mas também, para chorar baixinho, porque, pouco a pouco, Vivi estava indo.

E ela só partiria de vez quando tivesse certeza que Viola ficaria bem e que não estaria sozinha.

E ela só partiria de vez quando tivesse certeza que Viola ficaria bem e que não estaria sozinha

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acho essa relação de irmãs delas duas tão bonita e ao mesmo tempo tão triste. Quis explorar ela um pouco mais hoje.

De um lado, temos a Viola vendo a pessoa que ela mais ama no mundo se despedindo. Do outro, temos a Vivi sabendo que está indo, mas querendo garantir que a irmãzinha não vai ficar sozinha.

Não garanto que vai ter outro hoje, mas vou tentar.

A marca de Hermes| Luke CastellanOnde histórias criam vida. Descubra agora