Eu e eles para sempre ~ 𝐓𝐎𝐌 𝐊𝐀𝐔𝐋𝐈𝐓𝐙

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• TOM KAULITZ

Um flash de luz da cortina penetrou meus olhos que pareciam estar colados por dias. Uma sensação de ardência infiltrou meu corpo todo e apenas resmungos conseguiram sair da minha boca. Sem abrir os olhos, eu passei minha mão sobre o meu braço e senti o mesmo todo enfaixado, logo, o desespero tomou conta.

- O que?! - digo abrindo meus olhos, confuso por estar em um quarto que não era o meu - Onde eu estou? - Porque estou todo enfaixado?! - pergunto tentando me levantar da cama até que uma enfermeira passa pela porta e adentra

- Opa, o meninão acordou! - diz com uma caderneta e uma lanterninha em mãos, chegando perto de mim, abrindo meus olhos e ligando a lanterna

- O que está fazendo?! - Pergunto sem entender

- Estou realizando um teste de reflexo pupilar para ver se  está tudo bem. - diz desligando a luz e anotando algo na caderneta

- Eu-eu... - digo gaguejando

- Não se preocupe, vou chamar seus amigos! - diz se retirando

- TOM! - ACORDOU! - Georg diz pulando de alegria juntamente de Bill e Gustav

- Finalmente, maninho! - Você quase nos matou de preocupação! - diz abrindo os braços para me abraçar

- Cadê a Michelle?! - pergunto ainda confuso enquanto tento a avistar

- Nossa, mal dá um abraço no irmão e já quer saber dela! - diz revirando os olhos em brincadeira

- Foi mal, é... - QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO?! - EU ESTOU NO HOSPITAL? - digo em desespero, tentando sair da maca - Não me digam que eu fiquei em coma por anos e perdi minha adolescência! - digo fazendo drama

- Calma, você só perdeu cinco anos da sua vida! - Georg diz, ironizando

- O QUE?!

- É brincadeira dele, Tom... - Michelle diz com a mão sobre a testa enquanto adentra o quarto

- Oi! - digo a observando dos pés a cabeça

- Oi, como está se sentindo?! - pergunta enquanto se senta na beira da maca, me olhando e acariciando meus pés

- Eu-eu... - logo, uma onda de raiva percorria pela minha espinha com meu semblante ficando triste - Estou bem. - digo curto e grosso

- Ahm... - Que bom! - diz meio confusa mas ainda sorridente

- Bom, acho que hoje você recebe alta do hospital! - Bill diz enquanto coloca uma bandeja de comida em meu colo, fazendo minha boca salivar

- OPA! - Eu bem que estou merecendo um banquete. - digo enquanto olho para Michelle

- Isso aí não é nada, logo quando receber alta vai comer um belo banquete... - a menina diz enquanto se levanta da cama

- Come aí! - Gustav diz apontando para a comida

- Meninos, eu posso falar com o Tom a sós por favor? - Chelle pergunta, me fazendo entalar com a comida

- Ui, claro!

- Fiquem a vontade! - Georg diz enquanto os meninos saiam, dando risada

- Não queria te incomodar mas, você lembra do que aconteceu com clareza? - pergunta se sentando ao meu lado

- Na verdade não me lembro... - Estou confuso... - Eu só sei que tem a ver com a Hanna e o Thomas.

- Sim. - Quem te deixou assim foi o Thomas, ele te espancou. - diz passando a mão em meu rosto, dedilhando meus machucados

- Por qual motivo?

- Na verdade, você estava muito embriagado e chegou na casa dele já batendo boca e deu no que deu... - diz olhando para os lados

- Espera aí... - Eu me lembro... - Eu escutei a Hanna falando com ele sobre um plano e-

- Sim. - Eles estavam planejando postar um vídeo íntimo da Hanna com um garoto idêntico a você com ela aparentemente desacordada para te acusar de... - Você sabe. - diz olhando para mim com os olhos entristecidos

Eu apenas escutava tudo em completo silêncio. Lágrimas se formaram no canto dos meus olhos, fiquei amargurado só de lembrar daquilo tudo. Eu não sei exatamente como explicar mas me subiu raiva da Michelle...

- E aquela sua acusação de assédio também ia ser postada. - diz em uma voz doce mas com um toque amargo - Desde o começo eu não fui com a cara daquela zinha. - Bem que eu te avisei. - diz com um olhar de sinceridade

- O que queria que eu fizesse?! - Aceitasse a sua opinião mal informada dela e esquecesse? - Para eu ficar sozinho de novo? - Sinceramnte, não obrigado. - digo revirando os olhos

- Seria melhor para você ficar sozinho do que sofrer mais! - diz tentando segurar minhas mãos mas logo sendo afastada por mim

- E o que você sabe sobre meu sofrimento? - Não sabe como foi pra mim ouvir um tanto de acusações falsas pela pessoa que eu, mesmo que por pouco tempo, confiei meu tempo e meu corpo. - digo tentando parar as lágrimas

- Você poderia ter confiado em mim desde o começo quando eu descobri que ela não te contou sobre o irmão dela por motivos de interesse. - diz enquanto engole em seco meu desaforo

- Confiar em você... - Grande piada. - digo debochando

- Poxa, Tom. - Eu sempre fui sua amiga! - Uma amizade minha valia muito mais do que um rolo qualquer. - diz me encarando com o olhar abatido

- Esse foi o problema! - Sempre foi minha amiga, mas me deixou apaixonar-me por você para no final me deixar desamparado. - Eu só procurei alguém para tampar o buraco que era de não ter você comigo, mas como você mesma já disse, você valia muito mais que um rolo qualquer. - Digo as palavras que estavam entaladas a tempos enquanto me levanto da cama

- Não levante! - diz tentando me fazer deitar de volta mas sem sucesso

- Me deixa! - digo levantando mesmo assim - VOCÊ SE INTROMETEU ONDE NÃO FOI CHAMADA! - Se deixasse que eu resolvesse isso sozinho, talvez eu não ficasse sem ninguém. - digo chegando meu rosto perto da garota, que lacrimejava - Mas já que a Michelle não pode ficar um segundo sequer sem se meter na minha vida, ela resolveu ir tomar uma guerra que não era dela!

- O QUE?! - ISSO ENVOLVIA A BANDA, A NOSSA BANDA! - E OUTRA, EU NÃO ME INTERESSO POR NADA PESSOAL SEU, AO CONTRÁRIO DO QUE VOCÊ PENSA! - diz me dando um empurrão e virando as costas

- VAI EMBORA?! - digo fazendo com que a mesma pare na porta - Está vendo, é isso que você faz, esquece as pessoas e a deixa sem saber para onde ir. - Você é uma vela dentro de um túnel, ilumina e guia por um tempo mas simplesmente apaga por um vento passageiro, deixando todos no escuro. - digo enquanto a garota engole em seco e dá as costas

- Tom?! - O que aconteceu aqui?! - Bill pergunta me encarando

- Nada, porra! - exclamo em tom alto

- Caralho, você mal acordou e já fez merda. - diz rebatendo

- Parece que hoje alguém não vai ganhar banquete... - Gustav diz, tentando amenizar o clima ali

- Cala a boca. - digo revirando os olhos

Eu odeio a Michelle. Ela se vitimiza até não poder mais e depois tenta jogar a culpa no colo de alguém inocente. Eu nunca mais vou deixar ela e nem nenhuma mulher mexer tanto comigo e entrar tanto assim na minha vida. Se ela quer briga, ela terá.

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eita amores, babados acontecendo hein...

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