01 - Pesadelo

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STELLA BELLOLI 💌

Despertador, que coisa irritante, não? Mal deitei na cama e ele já tocou. Ódio. Faço um esforço para levantar, e na força do ódio entro no banheiro. Fui dormir quase quatro da manhã terminando um trabalho de história e o pior é que levanto às cinco. Ou seja, não dormir nada! Minha motivação é que hoje é sexta, glória a Deus, amanhã dormirei até domingo se possível.

Ao sair do banho, escolho uma calça cargo preta e um moletom da mesma cor, coloco um tênis branco e penteio meu cabelo. Minha escola não obrigava os alunos à usarem uniforme, ainda bem porque os uniformes são horríveis.

Antes de sair do quarto, pego minha mochila e desço.

- Bom dia, querida! - disse meu pai, com uma xícara de café em mãos, típico de todo brasileiro.

- Bom dia, pai. - sorrio pegando um pedaço de bolo.

Eu e meu pai vivemos sozinhos desde sempre praticamente. Minha mãe? Teve complicações na hora do meu parto e não conseguiu resistir. Os médicos tentaram salvá-lá, mas só conseguiram me salvar.

Atualmente, moramos na Espanha, em Barcelona para ser mais específica, meu pai e eu nos mudamos pra cá quando eu tinha 15 anos, por causa de algumas coisas que aconteceram no Brasil. Eu até que gostei, porque assim fico mais perto do meu primo, que é como um irmão mais velho pra mim. Minha relação com o meu pai é equilibrada, digamos assim, sempre tivemos uma boa relação, mas claro que brigamos às vezes, principalmente depois das coisas que aconteceram lá no Brasil.

- Está com uma cara de zumbi, não dormiu a noite? - ele me encara.

- Tecnicamente não, fiquei acordada até tarde terminando um trabalho. - respondo pensando se devo voltar para a minha cama ou não.

A campainha toca e meu pai vai atender.

- Bom dia, tio Gustavo. - diz Sophia, minha melhor amiga, entrando sorridente. - Bom dia, Stella. Eba bolo. - ela pega um pedaço de bolo e se senta à mesa.

Sophia e eu nos conhecemos quando me mudei pra cá e desde então não nos desgrudamos mais.

- Cara, como você consegue ficar contente às seis horas da manhã? - encaro-a com minha "cara de zumbi", como meu pai disse.

- Por que eu durmi direito e você não. Eu te falei para terminar aquele trabalho semana passada mas você não quis me ouvir. - ela dá de ombros e mostro língua pra ela. - Vamos?

- Vamos, tchau, pai.

- Tchau, tio.

[...]

Ao chegar na escola, vou até meu armário para pegar alguns livros e me assusto quando alguém fecha ele rapidamente.

- Tá maluco?! - olho para ele.

- Desculpa se te assustei, gatinha. - era Juan, o garoto mais popular e mais babaca do colégio. - Só queria te dar um bom dia.

- Estava bom até você chegar. - digo, com cara de poucos amigos.

Juan tirou esse ano para dar em cima de mim. Todas as garotas queriam ficar com ele, menos eu, e ele está fazendo de tudo para ficar comigo. Mas isso não vai acontecer. Não vou perder meu tempo com um garoto insuportável e metido igual ele.

Escrito Nas Estrelas - Pedri GonzálezOnde histórias criam vida. Descubra agora