Volume 1: Capítulo 2 - Civilização...

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P.O.V Diogo

Após horas de caminhada, finalmente avistamos algumas casas à distância. Durante essa viagem tranquila, Laylah me forneceu muitas informações e fiz alguns testes com a minha magia. Fiz com que minha mana circulasse pelo meu corpo como se fosse sangue, o que, em várias histórias de animes e mangás, fortalece o corpo - algo que Laylah confirmou.

Quanto mais nos aproximávamos da civilização, o cheiro de esterco invadia minhas narinas, fazendo-me tapar o nariz rapidamente. Tentei suportar o odor e continuei caminhando, mas quanto mais perto chegava, mais o cheiro me incomodava. "Não dá!" gritei em minha mente, usando minha mana para purificar o ar que entrava nas minhas narinas, como se estivesse usando uma máscara de oxigênio.

"Ufa... melhor", comentei mais aliviado, em um murmúrio.

"Jovem Amo, eu recomendo que aja como alguém forte e nobre", disse Laylah. Fiquei intrigado, mas decidi obedecer. Endireitei as costas e usei meu guarda-chuva como uma bengala, entregando minha mochila a Laylah. Ao nos aproximarmos da entrada da cidade, senti vários olhares sobre mim. Pelas roupas desgastadas e estranhas das pessoas que nos observavam, percebi que pertenciam à classe mais baixa deste mundo.

Dirigi-me a uma mulher que conversava com outra: "Senhora, pode me dizer onde estou?" Ao ouvir minha pergunta, as mulheres me encararam, confusas. "Qu'est-ce que tu as dit?" Hum... diferença de idioma, parece ser algo semelhante ao francês.

"Laylah, podes perguntar onde fica uma pousada?" Quando pedi isso, meu anjo assentiu e se dirigiu às senhoras.

"Pardon mesdames, mon Jeune Maître veut savoir où se trouve une pousada." Quando Laylah falou, senti um pouco de vergonha. Entendo bem o francês, mas não consigo falar direito, e ela realmente precisava me chamar de Jovem Amo?

"Oh, oui, au bout de la route, il y a une petite auberge." A mulher de cabelos negros respondeu a Laylah, que assentiu e começou a caminhar. Eu a segui.

Enquanto observava ao redor, senti-me desconfortável. Havia fezes e outras sujeiras nas ruas, casas de pedra com telhados de palha, galinhas circulando, pessoas trabalhando nos campos e nenhuma criança brincando, apenas trabalhando. Algumas mulheres e meninas trabalhavam em casa. Nenhuma casa parecia ter mais de duas divisões, e senti o olhar de várias meninas, o que me preocupou um pouco. As terras pareciam ser cultivadas com cevada ou centeio, e à distância, avistei um pequeno rio e um moinho de vento.

"Laylah, isso não parece muito uma história de fantasia?" questionei, realmente confuso. Nos mangás e animes que vi, as pessoas nestes mundos medievais costumam ser mais alegres, e as cidades não parecem tão deprimentes.

"Jovem Amo, não se pode esperar que um mundo seja perfeito, especialmente um que passa pela Idade Média", respondeu Laylah. Tive que concordar. "Neste mundo, embora haja elementos de fantasia, ainda é um mundo real, com problemas como discriminação, racismo, questões sociais e muitos outros desafios que a humanidade enfrentou em seus tempos mais sombrios."

Fazia sentido para mim. Após caminhar um pouco mais, avistei uma casa maior que as outras. Era um prédio um pouco mais imponente, de dois andares, com cerca de 20 x 30 metros. Sua construção parecia ter mais detalhes e cuidado que o restante das casas, com o uso de tábuas de madeira junto aos blocos de pedra - presumi ser granito ou algo parecido. As janelas eram pequenas, com vidros sujos, típicos da época medieval, e o telhado apresentava algo estranho, que parecia semelhante às telhas modernas, mas não tinha certeza.

"Jovem Amo, entramos?" A voz de Laylah me tirou dos pensamentos. Olhei para ela e assenti. Ela abriu a porta à minha frente e me permitiu entrar. Lembrando-me do que ela havia dito, endireitei as costas e entrei com dignidade. "Aquelas aulas de etiqueta e atuação estão servindo para alguma coisa", pensei, lembrando-me das aulas que minha mãe me obrigou a ter desde os 4 anos.

Dentro do que presumi ser a pousada, o primeiro andar parecia dividido em duas áreas. A principal - onde eu estava - lembrava um antigo bar, com mesas e bancos de madeira desgastada e chão de terra batida. O balcão à minha frente era de uma madeira escura - que parecia ter problemas de umidade e cupins. Atrás dele, uma garota que parecia ter 12 ou 13 anos, com longos cabelos castanhos cobertos por um pano, olhos esverdeados e sardas nas bochechas. Ela usava um vestido de farrapos e parecia entediada. Atrás da garota, havia uma prateleira com garrafas de vinho - acho - e algumas chaves penduradas.

Ao me aproximar do balcão, a garota rapidamente olhou para mim e seu rosto entediado deu lugar a um sorriso. "Esse sorriso é mais falso que o Sol ser amarelo!", pensei sarcasticamente. Era óbvio que ela não tinha ideia ou vontade de trabalhar ali.

"Deux chambres, s'il vous plaît", disse Laylah, olhando para a garota, que desviou o olhar de mim para Laylah.

"Une chambre coûte 5 yeur par nuit, avec la nourriture, c'est 8 yeur", informou a pequena garota. Então seriam 16 yeur por noite. Presumi que yeur fosse a moeda utilizada aqui... Espere! Como vou pagar? Eles aceitariam minhas moedas de euro?

"Il ne s'agit que de deux nuits, avec repas s'il vous plaît", disse Laylah, fazendo-me olhar para ela enquanto pegava uma bolsa, não sei de onde, e entregava duas moedas cinzas ou prateadas. "Moedas de prata?", pensei. Depois, a pequena garota devolveu quatro moedas marrons ou de bronze. "Moedas de bronze?", passou pela minha cabeça. A garota pegou duas chaves e as entregou a Laylah, e nós seguimos em direção às escadas para o segundo andar.

Com o rangido das escadas, comecei a pensar. "Ok, o nome da moeda é Yeur, e parece que a moeda de prata vale 10 Yeur, já que Laylah deu duas para pagar 16, e a garotinha devolveu 4 moedas de bronze. Então, presumo que uma moeda de bronze valha 1 Yeur." Ao terminar meu pensamento, observei o que tinha à minha frente: um corredor com várias portas, tudo feito de madeira.

"Jovem Amo, aqui está sua chave. Meu quarto fica bem em frente ao seu", disse Laylah, tirando-me dos meus pensamentos. Olhei para ela, peguei minha chave e minha mochila.

"Obrigado, Laylah. Tenha uma boa noite. Amanhã quero que você me explique o poder monetário deste mundo e mais um pouco sobre a igreja", pedi de maneira mais tranquila. Ela apenas respondeu com um "Como desejar, meu Jovem Amo. Tenha bons sonhos".

Ao entrar no que seria meu quarto, analisei o ambiente: aproximadamente 3 x 3 metros, uma cama e um criado-mudo. Perto da porta, havia um cabide para casacos ou chapéus. Aproximei-me da cama e notei que o cobertor era áspero, o colchão parecia ser um saco de algum tecido recheado de palha, assim como o travesseiro.

Suspirei um pouco, tirei meu casaco e o pendurei no cabide. Coloquei minha mochila perto da cama e, em seguida, retirei dela um cobertor, colocando-o sobre o colchão. Sentei-me na cama e peguei meu laptop da mochila, ligando-o. Assim como meus celulares, o leitor de digitais não funcionou, então digitei o PIN. Abri o Word para começar a escrever um diário sobre o que aprendi. Terminei de escrever e fechei o laptop para dormir.

Deitei-me na cama e senti desconforto com o travesseiro e o cobertor. Coloquei o travesseiro sob o cobertor, mas não havia muito o que fazer quanto ao cobertor áspero. Então, tirei-o e usei meu casaco como cobertor.

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⏰ Última atualização: Mar 30 ⏰

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