Secret Lovers (Jenlisa)

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Jennie Kim's Point of View.

Acordo com uma sensação de peso na cabeça, como se um bloco de concreto tivesse sido instalado dentro dela durante a noite. Os primeiros raios de sol se infiltram impiedosamente pelas frestas da janela, atingindo-me diretamente nos olhos. Esfrego-os com as costas das mãos, tentando encontrar algum alívio para a luz intensa e minha ressaca avassaladora. À medida que o mundo começa a entrar em foco, tanto fisicamente quanto mentalmente, sinto o calor e o peso de outro corpo contra o meu, formando uma conchinha. Numa reação quase instintiva, me sento bruscamente, virando-me para olhar quem está ao meu lado.

POR QUE ELA ESTÁ AQUI? NA MINHA CAMA?

— AH! - grito, surpresa e confusa.

A mulher desperta com o susto, vira-se confusamente e cai da cama num movimento desajeitado. Levanta apenas a cabeça, uma expressão de pura confusão em seu rosto sonolento, e pergunta. — O que houve? O que aconteceu?

Ela então se levanta, passando a mão pelo cabelo, tentando, sem sucesso, dar alguma ordem ao caos dos fios levemente bagunçados.

— POR QUE VOCÊ ESTÁ NA MINHA CASA? E POR QUE DIABOS ESTAVA NA MINHA CAMA? - minha voz sai mais alta do que pretendo, num misto de indignação e confusão absoluto.

Enquanto tento recuperar algum sentido de normalidade, eu a observo. Ela está usando uma calça social bem cortada e uma camisa com mangas longas, agora amassada, com um botão desabotoado de forma descuidada. Os cabelos, que normalmente caem de maneira disciplinada, hoje parecem ter vivido uma tempestade própria.

Sua voz rouca me traz de volta à realidade. — Por que você pediu para que eu ficasse.

— Eu pedi? Por que eu pediria para você ficar aqui? E ainda mais dormir na minha cama? Só se eu estivesse louca!

— Talvez você na versão sóbria não pediria, mas você na versão bêbada literalmente insistiu. Eu realmente não queria ficar, mas...

Permaneço confusa, ainda não acreditando no que ela acabou de explicar, apesar do tom de sinceridade que ela tentava transmitir. Minha mente gira em mil direções, tentando conectar os pontos de uma noite que mal consigo me lembrar.
Observo minhas roupas jogada pelo chão e uma série de pensamentos estranhos me ocorre.

— A gente... TRANSOU? - eu grito. — VOCÊ TRANSOU COMIGO ENQUANTO EU ESTAVA INCONSCIENTE?

— O QUE?! CLARO QUE NÃO, POR QUE ESTÁ DIZENDO ISSO? - ela grita de volta, deixando transparecer o nervosismo em sua voz.

— Então por que eu estou com outras roupas? - aponto para minhas vestimentas jogadas pelo chão.

— Você é quem quis tomar um banho antes de dormir. Você entrou no banheiro por conta própria, tomou banho sem ajuda e se trocou sem ninguém.

— Eu não me lembro de nada disso. - finalmente abaixei o tom, minha raiva se dissipando aos poucos enquanto a confusão tomava seu lugar.

Lalisa suspirou, cansada mas disposta a reconstruir a confiança.

— Jennie... quero dizer, senhorita Kim... eu jamais faria algo assim, jamais faria algo sem o consentimento de alguém. Você estava bêbada, sim, mas tudo que fiz foi ajudar você a entrar em casa e a se sentir confortável. Apenas te ajudei.

Olhei para minhas próprias mãos, entrelaçando os dedos num gesto nervoso enquanto tentava assimilar tudo. Respirei fundo, balançando a cabeça levemente, como se para limpar os últimos vestígios de dúvida.

— Eu... eu não deveria ter insinuado isso. Está tudo tão confuso na minha cabeça. - murmurei, envergonhada por ter a acusado sem qualquer prova além de minhas próprias roupas trocadas.