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Na suave penumbra do quarto, envolvida pelo aconchego dos lençóis, estava mergulhada em um sono tranquilo e revigorante, embalada pelos sonhos que dançavam em minha mente. O silêncio era interrompido apenas pela respiração suave e constante, até que, de repente, uma voz delicada e familiar ecoou suavemente ao meu redor, como um sussurro reconfortante que me puxava suavemente de volta à realidade, despertando-me para mais um dia. Aos poucos, fui emergindo do sono profundo.

Enquanto as pálpebras pesadas se erguiam lentamente, fui recebida pelos olhos brilhantes e radiantes da pequena, que saltava com alegria ao meu redor. Seus saltos na cama eram como pequenos raios de sol que iluminavam cada canto do quarto, enchendo o ambiente com uma energia contagiante e irreprimível.

— Bom dia, mamãe! - ela cantarolou com uma voz, sua empolgação transbordando em cada palavra. — Acorda!

Com um sorriso nos lábios e o coração transbordando de amor, rendi-me à alegria contagiante de Aurora, permitindo-me ser arrastada pela correnteza de energia e felicidade que ela emanava. Ao despertar por completo, acolhi Aurora em meus braços, sentindo seu calor e ternura envolverem meu coração, preenchendo-o com uma sensação de plenitude e gratidão. E então, como se fosse um ritual sagrado entre nós, comecei a enchê-la de cosquinhas, fazendo-a contorcer-se de risos e gargalhadas, celebrando juntas o início da manhã com a inocência e alegria de uma criança.

Depois dos momentos de brincadeira e carinho, seguimos juntas para a rotina matinal, cada gesto sendo acompanhado pela presença animada e curiosa de Aurora, que absorvia o mundo ao seu redor com admiração e encantamento. Enquanto eu realizava minha higiene pessoal, ela observava com olhinhos curiosos, fazendo perguntas inocentes e demonstrando um interesse genuíno em cada detalhe do processo.

Com passos leves e sorrisos cúmplices, chegamos à cozinha, onde fomos recebidas por Maria, a mulher que cuidava da casa com dedicação e afeto. Cumprimentei-a, expressando minha gratidão e apreço por sua presença constante. Aurora dirigiu-se a Maria com um brilho nos olhos e um sorriso travesso nos lábios.

— Viu, eu falei que ela acordaria! - exclamou Aurora, apontando para mim com um ar de triunfo e felicidade.

Maria, com um sorriso gentil, respondeu com ternura. — Você falou mesmo, pequena.

— O que temos para comer hoje?

— Adivinha, é o seu favorito. - Maria diz.

— Hmm. - ela faz um barulho pensativo. — Panquecas!

— Com muita calda, do jeitinho que você gosta. - Maria oferece um sorriso.

Nos sentamos à mesa e tomamos nosso café, Maria também não ficou de fora.

A tarde chegou, já havíamos almoçado e estávamos apenas assistindo filmes de princesas. Céus! Foram tantos filmes que estava começando a delirar. Eu estava deitada no sofá enquanto Aurora estava no tapete em frente à televisão, às vezes assistia, às vezes brincava com alguns brinquedos.

— O filme acabou, mamãe. Você gostou?

— Eu adorei. Qual vai ser o próximo?

Ela se levanta e vem até mim, apoiando seus braços ao meu lado no sofá. — Eu não sei... eu queria tomar sorvete agora, lembra que você falou?

— Lembro sim. Eu vou buscar agora para você, tudo bem? Qual sabor você quer?

Ela se encolhe, agindo tipicamente como uma criança que quer dizer algo mas tem um certo receio. — É... é que eu queria ir no parque... Sabe, lá tem os meus sorvetes favoritos.

— Querida, não podemos ir ao parque hoje, é um local público e desprotegido. - explico para Aurora, tentando encontrar uma maneira gentil de negar seu pedido. — Você sabe que não podemos sair assim...

Secret Lovers (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora