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Com um buquê de rosas azuis, eu me ajoelhei em frente à pedra com resquícios de musgos e quase já coberta por gramas, que marcava o último leito terreno de minha mãe. O silêncio do cemitério trazia uma calma triste, um reverente respeito aos que aqui descansam. As lágrimas brotam nos meus olhos, tão frequentes nesses encontros silenciosos, enquanto eu limpo cuidadosamente a placa, revelando o nome da mulher que me deu a vida.

— Mãe. - comecei, minha voz vacilando, como sempre acontece nessas ocasiões. — Mais um ano se passou. Tantas coisas aconteceram... Eu queria poder compartilhar cada momento contigo. Eu consegui mais uma vez... a empresa está crescendo cada vez mais. Eu sempre te disse que esse era meu sonho, né? - soltei a respiração que nem sabia que estava segurando, olhando para as rosas em minhas mãos, as favoritas dela. — Eu tento ser forte, sabe? Por você, por mim, mas principalmente... por ela.

Houve uma pausa, um momento onde eu engoli o nó em minha garganta, pensando em como continuar. — Ela está crescendo tão rápido, mãe. É esperta, gentil... e tem seu olhar. Cada vez que ela sorri, é como se um pedaço de ti ainda vivesse conosco. - coloquei as rosas sobre a pedra, meu coração apertado pela mistura de dor e amor.

Suspirei, procurando por palavras que pudessem de alguma forma expressar o emaranhado de sentimentos dentro de mim. — Às vezes, é tão difícil... A solidão é esmagadora, mesmo estando rodeada por tantas pessoas que clamam meu nome e idolatram a imagem que apresento ao mundo. Eu tento esconder essa fragilidade e vulnerabilidade por trás da arrogância e da grosseria. Mas, no fim do dia, quando o último flash das câmeras se apaga e o silêncio toma conta, é a tua ausência que ecoa mais alto.

Levantei os olhos para o céu cinzento, procurando por algum sinal, alguma resposta. — Mas eu não estou completamente sozinha. - continuei, um sorriso triste nos lábios. — Há a Rosé, que além de me irritar diariamente, me manteve na linha todos esses anos. E há... ela. Prometo a você, mãe, que vou cuidar dela. Protegê-la com tudo que eu tenho. Ela é a melhor parte de mim... a melhor lembrança de ti.

Respirei fundo, tentando encontrar força nas minhas próprias promessas, nas lembranças de uma vida que não volta mais. — Eu sinto tanto a sua falta, todos os dias. Mas eu sei... Eu sei que devo seguir em frente.

Me levantei, limpando as lágrimas que teimavam em cair. — Até a próxima, mãe. - murmurei, dando um último olhar ao túmulo antes de começar a caminhar de volta à minha vida, uma vida onde não é possível mostrar toda essa vulnerabilidade.

Lalisa Manoban's Point of View.

Às sete horas da manhã, e nós estávamos de pé. Eu estava morrendo com uma ressaca gigante, Jisoo, pelo contrário, parecia leve como uma pena. O lugar estava mais calmo do que o usual, pois Jennie ainda não tinha chegado, deixando o ambiente preenchido apenas com a presença dos outros funcionários. Então, para que aproveitar o pequeno tempo antes da opressora chegar, resolvemos nos juntar a Seulgi na recepção para conversarmos.

— Lisa, se eu fosse você, já começaria a melhorar minha aparência, porque você está parecendo uma morta-viva. - Seulgi zomba.

— Isso é culpa da Jisoo. - eu digo, e ela me olha de lado com um olhar mortal. — Por que você me deixou beber tanto ontem? - resmungo, esfregando a mão nos meus olhos.

— Você tem mesmo uma cara de pau, né? - ela diz, dando-me um leve tapa no ombro. — Bem feito. Quero ver como você vai lidar com a Jennie... ou como ela vai lidar com você, né?

Secret Lovers (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora