Secret Lovers (Jenlisa)

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Jennie Kim's Point of View.

Namorada?

Tenho absoluta certeza de que a mulher com quem ela estava se pegando ontem não é aquela ali. Coitada, como vive com galhos na cabeça?

Beijar, transar, namorar, trair, ela pode fazer tudo isso, mas durante o horário de trabalho? Na minha empresa? Se eu discutir com Rosé novamente e o assunto for ela, entregarei uma folha repleta de motivos para demiti-la, juntamente com os argumentos que terei. Como se isso já não fosse suficiente, ainda tenho que lidar com meu pai, que não só me liga incessantemente, mas também perturba Rosé, que não tem nada a ver com a situação. Ele acredita que incomodando as pessoas ao meu redor conseguirá chamar minha atenção, e o pior é que está funcionando.

— Ele ligou e não foi muito amigável. Mandou que você fosse até lá imediatamente.

— Eu já tinha planejado ir até lá de qualquer forma. Preciso visitar minha princesa.

— Ela deve estar enorme. Você deveria trazê-la para sairmos juntas algum dia.

— Vou pensar na sua sugestão. - falei, brincando.
A única coisa que realmente me fazia feliz era ver o rosto pequeno e cheinho da minha pequena.

— Quer que eu avise a Lisa para que ela vá com você? - era inevitável que esse nome surgisse em algum momento de nossas conversas, não importando se fosse no início, meio ou fim do diálogo.

— Não precisa, eu despacharei ela.

— Espero que dê tudo certo. Me ligue se acontecer alguma coisa. - acenei e logo saí do escritório.

Quando cheguei à recepção, Manoban estava sentada, como de costume, mas logo se levantou para ficar ao meu lado.

— Precisa de mim? - ela perguntou.

— Não será necessário, eu irei sozinha. - continuei andando e ela ficou para trás.

Dirigi-me ao estacionamento e peguei o carro. Esse momento, por mais que tenha o seu lado ruim, tem o seu lado bom também. Minha pequena... Ultimamente, venho ficando sem tempo para visitá-la, mas sem dúvida irei compensá-la. O trajeto até o prédio onde meu pai morava sempre trazia uma mistura de emoções. As ruas, que eu conhecia tão bem desde a infância, agora pareciam diferentes. Ao estacionar o carro, respirei fundo, tentando afastar a ansiedade que costumava me acompanhar nessas visitas. Tomei o elevador até o andar do apartamento. O corredor parecia mais estreito a cada passo que dava em direção à porta, a qual eu bati assim que fiquei em sua frente.

Após alguns segundos, a porta se abriu e pude ver sua alta figura. — Ah, finalmente decidiu aparecer. Estava ocupada demais para a sua família? - ele disse com um tom carregado de ironia.

— Ocupada demais para você, para ser honesta. Que, além de me ligar a interromper minhas reuniões, decidiu começar a ligar para Roseanne também. - respondi, descarregando minhas palavras sobre ele. Os cantos de sua boca torceram-se num esboço de sorriso, mas seus olhos frios não se suavizaram, mantendo-se duros.

Ele se afastou, permitindo-me entrar. O lugar estava desoladoramente silencioso, com garrafas de vinhos importados e caros espalhadas pelas mesas.

— Onde ela está?

— A babá a colocou para dormir. - ele respondeu, sentando-se no sofá com uma taça de bebida na mão.

— Você contratou uma babá?

— Claro, não posso ficar aturando aquela criança insuportável. Quer atenção e brincadeiras o tempo todo. E, como você, tenho coisas mais importantes para fazer. Estou comprometido e dedico todo o meu tempo à minha noiva. - ele disse enquanto enchia outro copo de vinho. — Aceita?