Voltando mais ou menos a rotina

113 12 160
                                    

Lembrete: essa fanfic é +18 com avisos e gatilhos

(Para saber mais, leia a sinopse)


Childe e Zhongli voltaram a se encontrar por duas vezes na semana durante os horários do almoço e/ou da janta depois da reconciliação. Apesar de terem feito as pazes, ainda havia um clima de tensão semelhante a "pisar em ovos". Afinal, ambos tinham consciência de que ainda havia questões mal resolvidas entre eles, mas nenhum dos dois parecia muito propenso a querer discuti-las.

Como se não bastasse esse clima de tensão em certos momentos, o fatui ruivo estava passando por alguns conflitos internos desde que caiu a ficha sobre a sua paixão pelo consultor.

Childe não era bom com sentimentos amorosos; era um completo leigo. Ele podia ter experiências em relações sexuais – tanto com homens quanto com mulheres -, mas era uma anta em relação a romances. Para a infelicidade do jovem, ele duvidava sobre o que sentia por Zhongli era apenas uma simples paixonite que sumiria após uma noite de transas.

Childe gostava do deus. Esta era a pior parte: ele tinha uma queda muito grande pela porra de um deus; mais especificamente, um Arconte.

O pior de tudo:

O Arconte Geo de Liyue.

Childe tinha um juramento em se manter leal a Arconte Cryo. Ele jamais poderia virar as costas para a czarina, ao menos que quisesse ser um homem morto. Todos os Fatuis sabiam dessa regra: Atreva-se a trair a Tsaritsa e conhecerá o coração mais gelado de Teyvat.

Childe sabia a quão assustadora a czarina podia ser, mas não tinha medo; tinha admiração. O poder grandioso e inabalável da Arconte Cryo despertou o desejo do ruivo em servi-la como um servo leal. Tornou-se um Mensageiro Fatui ao jurar completa lealdade a sua deusa.

Mas eis que estava Childe, quebrando a cabeça para entender como ainda possuía sentimentos por Zhongli, o Arconte Geo de Liyue, mesmo após ter sido enganado pelo deus?

Talvez fosse pelo fato de ter se apaixonado por Zhongli que a traição doera tão profundamente.

Childe suspirou, incapaz de concentrar na papelada de contratos bancários em sua mesa. Ele ainda estava com o torso do corpo enfaixado e o braço direito estava em faixas sem precisar de imobilização. Não havia mais curativos cobrindo metade de seu rosto e nem a sua pele parecia a de um cadáver recém-morto. Ekaterina cortara o seu cabelo para o corte habitual, seguindo as orientações de seu chefe – o fatui era quem cuidava do próprio cabelo, pois era paranoico demais para confiar uma tesoura a uma pessoa desconhecida. Agora, Childe estava bem mais apresentável e saudável do que um mês atrás.

Childe suspirou, se inclinando em sua cadeira, e olhou para uma caixa de madeira escura em sua mesa. Havia um par de hashi vermelho em um pano dourado brilhante. Tinha um desenho de um dragão dourado e uma fênix flamejante que se complementavam quando juntavam os pauzinhos. Era um presente que Zhongli lhe dera, apesar de ter sido o próprio fatui quem pagou no final.

Childe se lembrava do dia em que recebera aqueles pauzinhos. Havia sido uma semana antes da viajante Lumine aparecer em Liyue. Quem imaginaria que tudo viraria de cabeça abaixo logo depois?

Childe havia perguntado uma vez ao Zhongli se havia algum significado específico para os hashi, mas, surpreendentemente, o deus havia dito que era apenas um capricho.

Childe não sabia se confiava nesta afirmação agora.

Alguém bateu na porta do escritório com luzes leves iluminando o cômodo. Childe fechou a tampa da caixinha com os hashis antes de permitir que Ekaterina entrasse.

O Deus DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora