Capítulo 8

8 1 0
                                    

Eu não acredito que realmente vou ter que lidar com o Eros pelo resto da minha noite de folga.
- Então, ruivinha. - Eros falou ainda sentado na banqueta ao meu lado.
- Então o que? - Falei à contragosto.
- Quer dizer que você acha que estou te perseguindo? - Ele pergunta sorrindo enquanto rondava o dedo indicador na borda do copo de caipirinha.
- Se isso aqui fosse um livro Eros, com certeza eu seria a mocinha e você o meu stalker. - Falei de brincadeira e dei um gole na cerveja long neck.
- Isso implica com o fato de que no final você acaba ficando comigo. - Eros falou dando um gole na caipirinha.
- E desde quando isso é regra? Na vida real um stalker pode me perseguir e me matar. - Falei com um certo desdém e dei mais um gole.

Eros passou um minuto me analisando após a minha fala e logo em seguida soltou uma gargalhada sincera. O homem logo se levantou da banqueta, se direcionou até mim, girou a minha banqueta abrindo um espaço entre as minhas pernas para logo em seguida ficar em pé entre esse espaço e apoiar as mãos uma em cada lado da bancada me cercando. Por um momento eu parei de respirar, ele estava muito perto e me analisava de cima à baixo.
- Acha que eu te mataria, ruivinha? - Ele fala em tom de deboche e chegando mais perto, fazendo com que eu por reflexo me apoiasse na bancada tentando me afastar.
- Fisicamente? Não, mas psicologicamente? Com certeza, já está me matando de puro tédio e loucura. - Respondi erguendo o queixo e cruzando os braços.
- Garota, você é carne de pescoço né? - Eros fala dando mais um de seus sorrisos de canto de boca.

Me preparei para responder à altura mas meu celular vibrou na hora sinalizando uma mensagem.

Leta: Amg, tô indo pra casa do
           Túlio bjs 💋

Eu: Tá, bjs fica bem 💋

Fechei o chat e guardei o celular, Eros me encarava com uma certa desconfiança.
- Quem era? - Perguntou semicerrando os olhos.
- Não te interessa, você não acha que anda querendo se meter demais na minha vida não? - Falei séria e logo em seguida o empurrando para tirá-lo do espaço entre as minhas pernas e levantei num salto. Fiquei tonta, o álcool começou a correr pelas minhas veias.
- Ótimo, como se não bastasse um stalker eu também tenho que ficar tonta com a bebida. - Falei para mim mesma, porém Eros escutou e sorriu.
- Quer um apoio? - Eros perguntou com um leve tom brincalhão.
- Não, eu estou indo embora. - Falei e dei alguns passos em direção à porta.
- Ué, mas já? - Ele questionou incrédulo.
- Sim, a minha amiga me trocou por um cara e estou bem cansada então vou pra casa. - Respondi com indiferença logo abrindo a porta.
- Entendo, posso pelo menos te dar uma carona? - Eros questionou me olhando com um ar de inocente.
- Tá, pode. - Falei só conseguindo lembrar do quão confortável era o banco do carro dele.
- Ok. - Falou e logo em seguida começou a me acompanhar.

Saímos do bar e andamos um pouco até chegarmos ao carro de Eros. Assim que chegamos ele logo abriu a porta do carona para mim.
- Obrigada. - Falei adentrando no carro e me acomodando no banco do carona.
- De nada, garotinha. - Ele respondeu com um leve sorriso nos lábios e se direcionando para o lugar do motorista.

Eros se acomodou no banco do motorista, colocou o cinto e me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- O quê? - Perguntei confusa.
- Não vai colocar o cinto de segurança? Se eu bater, vai dar merda para você. - Falou sério e cruzou os braços.
- Você não vai bater. - Falei o olhando.
- Eu acho que você confia demais em mim, garotinha. - Ele diz com um sorrisinho de canto, fazendo com que eu revirasse os olhos e colocasse o cinto.
- Pronto, satisfeito badboy? - Falei cruzando os braços e fazendo bico.
- Que bonitinha, ela tá chateada. - Eros falou em tom de deboche e deu partida no carro.

Passamos metade do caminho em silêncio e a outra metade eu acabei cochilando.
- Ruiva, nós chegamos. - Pude ouvir a voz do motorista falando baixinho em meu ouvido e senti uma carícia com a ponta dos dedos em meus cabelos.
- Hum? - Perguntei confusa mas logo abrindo os olhos.
- Chegamos na sua casa, garotinha. - Repetiu Eros, com a mesma cautela anterior.
- Ah sim. - Respondi entendendo.

Saí do carro com Eros em meu encalço, apertei o botão pra que a portaria abrisse e adentrei o prédio junto à Eros.
- Boa noite. - Falei para o porteiro, que assentiu e deu uma olhada desconfiada para Eros.

Chamei o elevador e fiquei esperando ele chegar.
- Posso saber por que você está aqui dentro do prédio comigo? - Perguntei olhando para Eros com desconfiança.
- Para ter certeza que você chegou bem e segura. - Ele falou colocando as mãos nos bolsos da calça.

Continuei o olhando com descrença, até que o elevador chegou e eu adentrei junto com o moreno ao meu lado e apertei o botão do andar.
- Então... - Eros começou.
- Então? - Perguntei o incentivando a continuar.
- Como foi o seu dia? - Ele perguntou de forma casual.
- Teria sido melhor se você não tivesse aparecido e eu não tivesse segurado vela pra Violeta, mas fico feliz por ela, a garota só estuda estava precisando viver um pouquinho. - Respondo cruzando os braços e saindo do elevador assim que abriu no meu andar.
- E você não precisa viver um pouquinho? - Eros pergunta me seguindo enquanto me dirijo à porta do apartamento.
- Não, eu preciso dormir. Ando vivendo até demais. - Respondi e comecei à procurar a chave na bolsa.

A chave não está na bolsa. Começo a me desesperar e viro a bolsa para baixo, fazendo com que tudo que havia dentro dela caísse.
- Tá tudo bem aí? - Eros pergunta agachando para me ajudar a catar minhas coisas.
- Não, perdi a chave do apartamento... - Falei rápido enquanto guardava as minhas coisas.
- É sério? Uma camisinha? - Eros pergunta olhando para o pacotinho em sua mão.
- O quê? Eu também tenho que me precaver, já pensou se acontece algo? - Eu respondo e ele me entrega.
- Eu vou ligar pra Violeta, devo ter deixado a chave na bolsa dela. - Falei e Eros assentiu.

Liguei pra Leta mais de quatro vezes e todas as vezes foram encaminhadas pra caixa postal, estava começando a ficar irritada com isso.
- E então? - O moreno pergunta aproximando-se de mim.
- Ela não atende. - Respondi e desliguei a chamada pela sétima vez.
- Bom... você pode dormir lá em casa. - Eros falou e eu o olhei com desconfiança.
- Que outra opção você tem hum? - Ele pergunta e tenho que concordar, de todas as pessoas que eu conheço ele é o que mora mais perto.
- Ok então, mas só dessa vez também. - Falei e chamei o elevador.
- Beleza. - Eros falou com um risinho de canto de boca.

Após vinte minutos estávamos dentro do carro do BBGMED à caminho do apartamento dele e eu estava um tanto ansiosa, parecia que havia algo me dizendo que iria acontecer alguma coisa. Agora se era boa ou ruim, eu já não sabia dizer.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Aug 31 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A vida REAL de uma UniversitáriaOnde histórias criam vida. Descubra agora