Eu não acredito que realmente vou ter que lidar com o Eros pelo resto da minha noite de folga.
- Então, ruivinha. - Eros falou ainda sentado na banqueta ao meu lado.
- Então o que? - Falei à contragosto.
- Quer dizer que você acha que estou te perseguindo? - Ele pergunta sorrindo enquanto rondava o dedo indicador na borda do copo de caipirinha.
- Se isso aqui fosse um livro Eros, com certeza eu seria a mocinha e você o meu stalker. - Falei de brincadeira e dei um gole na cerveja long neck.
- Isso implica com o fato de que no final você acaba ficando comigo. - Eros falou dando um gole na caipirinha.
- E desde quando isso é regra? Na vida real um stalker pode me perseguir e me matar. - Falei com um certo desdém e dei mais um gole.Eros passou um minuto me analisando após a minha fala e logo em seguida soltou uma gargalhada sincera. O homem logo se levantou da banqueta, se direcionou até mim, girou a minha banqueta abrindo um espaço entre as minhas pernas para logo em seguida ficar em pé entre esse espaço e apoiar as mãos uma em cada lado da bancada me cercando. Por um momento eu parei de respirar, ele estava muito perto e me analisava de cima à baixo.
- Acha que eu te mataria, ruivinha? - Ele fala em tom de deboche e chegando mais perto, fazendo com que eu por reflexo me apoiasse na bancada tentando me afastar.
- Fisicamente? Não, mas psicologicamente? Com certeza, já está me matando de puro tédio e loucura. - Respondi erguendo o queixo e cruzando os braços.
- Garota, você é carne de pescoço né? - Eros fala dando mais um de seus sorrisos de canto de boca.Me preparei para responder à altura mas meu celular vibrou na hora sinalizando uma mensagem.
Leta: Amg, tô indo pra casa do
Túlio bjs 💋Eu: Tá, bjs fica bem 💋
Fechei o chat e guardei o celular, Eros me encarava com uma certa desconfiança.
- Quem era? - Perguntou semicerrando os olhos.
- Não te interessa, você não acha que anda querendo se meter demais na minha vida não? - Falei séria e logo em seguida o empurrando para tirá-lo do espaço entre as minhas pernas e levantei num salto. Fiquei tonta, o álcool começou a correr pelas minhas veias.
- Ótimo, como se não bastasse um stalker eu também tenho que ficar tonta com a bebida. - Falei para mim mesma, porém Eros escutou e sorriu.
- Quer um apoio? - Eros perguntou com um leve tom brincalhão.
- Não, eu estou indo embora. - Falei e dei alguns passos em direção à porta.
- Ué, mas já? - Ele questionou incrédulo.
- Sim, a minha amiga me trocou por um cara e estou bem cansada então vou pra casa. - Respondi com indiferença logo abrindo a porta.
- Entendo, posso pelo menos te dar uma carona? - Eros questionou me olhando com um ar de inocente.
- Tá, pode. - Falei só conseguindo lembrar do quão confortável era o banco do carro dele.
- Ok. - Falou e logo em seguida começou a me acompanhar.Saímos do bar e andamos um pouco até chegarmos ao carro de Eros. Assim que chegamos ele logo abriu a porta do carona para mim.
- Obrigada. - Falei adentrando no carro e me acomodando no banco do carona.
- De nada, garotinha. - Ele respondeu com um leve sorriso nos lábios e se direcionando para o lugar do motorista.Eros se acomodou no banco do motorista, colocou o cinto e me olhou com as sobrancelhas arqueadas.
- O quê? - Perguntei confusa.
- Não vai colocar o cinto de segurança? Se eu bater, vai dar merda para você. - Falou sério e cruzou os braços.
- Você não vai bater. - Falei o olhando.
- Eu acho que você confia demais em mim, garotinha. - Ele diz com um sorrisinho de canto, fazendo com que eu revirasse os olhos e colocasse o cinto.
- Pronto, satisfeito badboy? - Falei cruzando os braços e fazendo bico.
- Que bonitinha, ela tá chateada. - Eros falou em tom de deboche e deu partida no carro.Passamos metade do caminho em silêncio e a outra metade eu acabei cochilando.
- Ruiva, nós chegamos. - Pude ouvir a voz do motorista falando baixinho em meu ouvido e senti uma carícia com a ponta dos dedos em meus cabelos.
- Hum? - Perguntei confusa mas logo abrindo os olhos.
- Chegamos na sua casa, garotinha. - Repetiu Eros, com a mesma cautela anterior.
- Ah sim. - Respondi entendendo.Saí do carro com Eros em meu encalço, apertei o botão pra que a portaria abrisse e adentrei o prédio junto à Eros.
- Boa noite. - Falei para o porteiro, que assentiu e deu uma olhada desconfiada para Eros.Chamei o elevador e fiquei esperando ele chegar.
- Posso saber por que você está aqui dentro do prédio comigo? - Perguntei olhando para Eros com desconfiança.
- Para ter certeza que você chegou bem e segura. - Ele falou colocando as mãos nos bolsos da calça.Continuei o olhando com descrença, até que o elevador chegou e eu adentrei junto com o moreno ao meu lado e apertei o botão do andar.
- Então... - Eros começou.
- Então? - Perguntei o incentivando a continuar.
- Como foi o seu dia? - Ele perguntou de forma casual.
- Teria sido melhor se você não tivesse aparecido e eu não tivesse segurado vela pra Violeta, mas fico feliz por ela, a garota só estuda estava precisando viver um pouquinho. - Respondo cruzando os braços e saindo do elevador assim que abriu no meu andar.
- E você não precisa viver um pouquinho? - Eros pergunta me seguindo enquanto me dirijo à porta do apartamento.
- Não, eu preciso dormir. Ando vivendo até demais. - Respondi e comecei à procurar a chave na bolsa.A chave não está na bolsa. Começo a me desesperar e viro a bolsa para baixo, fazendo com que tudo que havia dentro dela caísse.
- Tá tudo bem aí? - Eros pergunta agachando para me ajudar a catar minhas coisas.
- Não, perdi a chave do apartamento... - Falei rápido enquanto guardava as minhas coisas.
- É sério? Uma camisinha? - Eros pergunta olhando para o pacotinho em sua mão.
- O quê? Eu também tenho que me precaver, já pensou se acontece algo? - Eu respondo e ele me entrega.
- Eu vou ligar pra Violeta, devo ter deixado a chave na bolsa dela. - Falei e Eros assentiu.Liguei pra Leta mais de quatro vezes e todas as vezes foram encaminhadas pra caixa postal, estava começando a ficar irritada com isso.
- E então? - O moreno pergunta aproximando-se de mim.
- Ela não atende. - Respondi e desliguei a chamada pela sétima vez.
- Bom... você pode dormir lá em casa. - Eros falou e eu o olhei com desconfiança.
- Que outra opção você tem hum? - Ele pergunta e tenho que concordar, de todas as pessoas que eu conheço ele é o que mora mais perto.
- Ok então, mas só dessa vez também. - Falei e chamei o elevador.
- Beleza. - Eros falou com um risinho de canto de boca.Após vinte minutos estávamos dentro do carro do BBGMED à caminho do apartamento dele e eu estava um tanto ansiosa, parecia que havia algo me dizendo que iria acontecer alguma coisa. Agora se era boa ou ruim, eu já não sabia dizer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A vida REAL de uma Universitária
RomanceClara é uma estudante de Letras-Inglês da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que já perdeu completamente a esperança no amor, afinal com toda sequência de decepções que coleciona e com as expectativas extremamente altas por facilmente se apaix...