0.05 Flodsvania civitas interfectoris

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Notas



Aguardar Jimin analisar suas plantas em busca de alguma que tenha me ferido é algo extremamente chato, preciso confessar. Seulgi estava quase pulando a gigantesca janela do laboratório para ir de encontro ao chão com grama úmida e esverdeada.

–Está começando a escurecer, Chim –A voz adocicada de Seulgi pôde ser ouvida, vampiros dificilmente se sentem cansados, mas Seulgi parecia mais cansada que um humano.

–Não ligo se quiser sair, apenas não se afaste muito, okay? –Jimin se pronunciou sem olhar para Seulgi.

Os irmãos andavam estranhos depois do último acontecido, Seulgi tem evitado seus vestidos mais pesados e seu comportamento extravagante mudou. Ela não irrita mais a Jimin ou a mim, ela apenas está ali ou não. Não sei o que pode ter acontecido, até mesmo sua amizade com Sana acabou, mas meu problema não era esse, é apenas me concentrar em ajudar Jimin a fazer suas descobertas com o poder do pensamento.

O cheiro adocicado invadiu a sala, lá estava Yoongi. Seu pulso estava enfaixado e seus olhos felinos estavam bravamente cerrados, tinha os pulsos fechados e os dedos sujos de sangue.

Me levantei na mesma hora que vi aquela cena entrar e Jimin se assustou, com seu potencial diplomado ele foi logo perguntando:

–O que aconteceu? –Jimin segurou as mãos de Yoongi, eu não podia sentir mas estava na cara que era um toque mais suave que o beijo de beija-flor em uma rosa.

–Aquele verme...–Só depois Yoongi percebeu minha presença ali.

Seus dedos continuavam entrelaçados aos de Jimin, o que me mostrava claramente que o que aconteceu no cemitério não passou de uma ilusão carente minha. Eu desviei o olhar das mãos e me direcionei ao rosto de Yoongi, eu apenas afirmei com a cabeça tentando entender quem era o tal "verme".

–Depois a gente conversa, descobriu alguma coisa? –Yoongi ainda se voltava para falar com Jimin, eu e Seulgi estávamos ali de enfeite, meras estátuas decorativas.

–Eu imagino que vocês tenham muito a conversar –Falei indo até a porta, era o mínimo que eu podia fazer, me afastar daquele momento íntimo.

Fui para o meu dormitório, meu quarto estava uma bagunça então seria apropriado organizá-lo antes da lua de sangue. Subi as escadarias sem pressa, o cheiro de cigarros estava por todo o corredor do meu quarto e a porta estava aberta. De primeira achei que encontraria Taehyung ali, mas o cheiro de cigarros era diferente do dele.

Assim que atravessei a porta de entrada, vi algo brilhante em cima do tecido escarlate do meu cobertor. Um colar e um bilhete.

Eu apressadamente toquei o colar, prata pura e gélida. Peguei nas mãos e vi um pequeno feixe. "um relicário" sussurrei, era oval, pequeno e com flores e espinhos desenhados do lado de fora. Ao abrir, tinha apenas uma foto minha de um dos lados, então resolvi conferir o bilhete.

"Salvete, carissimi

Tenho tido coragem para te presentear com esse colar já tem uns dias,

Mas infelizmente não tenho coragem o suficiente para entregá-lo em

Suas belíssimas e macias mãos.

Nele apenas uma foto sua, mas espero que em breve tenha uma minha."

–Salvete? Está em latim? –Jimin falou quando terminei de ler em voz alta pela décima vez o bilhete.

–Está sujo de sangue atrás –Jimin observou o lado oposto do relicário. –Esse sangue tem o cheiro do Taehyung.

–Eu percebi, mas o cheiro de cigarros é diferente. –Falei me sentando na cama.

TLOV; The Lord of Vampires[taekook]Onde histórias criam vida. Descubra agora