Sou mais Eu

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Mon Pov:

Ódio, uma palavra bastante forte para quem já teve que escutar várias vezes da boca de pessoas  quais o único sentimento existente é a pena. 

Poderia me culpar por suas desgraças ou até mesmo me crucificar por erros que ao meu ver se tornavam nada demais, porém nem tudo estava ao meu controle e isso é totalmente frustrante, já que nem os meus próprios sentimentos eu já não tinha mais domínio, e o mais engraçado é que se fosse antigamente provavelmente eu já estaria surtando e buscando a todo custo apagar qualquer resquício de sentimento e empatia pelo o próximo. Mas nesse caso tudo é mais complexo, e se me perguntar como eu parei aqui, torna tudo mais complicado explicar, já que nem eu mesma sei dizer os motivos a quais me trouxe aqui novamente.

Desde da morte do pai da KhunSam, eu resolvi sumir do mapa com boa parte do dinheiro do velho e da vida de qualquer ser humano próximo a mim,  o que me surpreende, já que meus pais e a Jim eram os únicos que sabiam meu paradeiro, mas nunca me entregaram de bandeja para KhunSam dizendo meu paradeiro esse tempo todo, mesmo sempre eu perguntando o motivo deles terem feito isso e receber a resposta mais sarcástica possível deixando claro que não tem nada haver com meus problemas e sumiços inesperados e que eu me virasse com meus próprios problemas por ai. Porém durante todo esse tempo existia uma luta maior em minha vida, afinal os únicos sentimentos a quais eu tive que lutar todos os dias se chama amor e saudade, ambos perfurando meu coração e pensamentos de uma forma a qual nem eu mesma tinha controle sobre eles. 

Sinto que cada dia que passei longe, esse sentimento crescia a cada segundo e a imagem daquela doutora em minha mente era tão real quanto os sonhos que tive com suas mãos sobre meu corpo. Tentei preencher esse vazio várias vezes, procurei refugio em outros braços e até mesmo me envolvi com alguns casos de uma noite, porém nunca consegui esconder minha cara de descontentamento em perceber que sempre faltava alguma coisa ali, que tudo aquilo era apenas uma forma de preencher a falta do seu toque e da vontade louca que meu corpo chamava pelo o seu. No fundo eu sempre imaginava se ela estaria pensando em mim também ou em como estava seu coração depois de tanto tempo, será que ainda batia por mim da mesma forma que o meu se descontrolava só em pensar em seu toque? Será que ainda continuava sendo eu a única dona do seu coração bom? Será que aquela carta despertou alguma sensação de esperança nela? Porra, eu não sei como eu consegui esse tempo todo sobreviver a isso tudo, não sei como eu pude também me deixar levar por tudo isso, mesmo sabendo que o dinheiro ainda sim era uma prioridade em minha vida, eu me sentia egoísta só de pensar na possibilidade de ver aquela doutora com outra, sempre imaginando que a mesma jamais seria capaz de fazer isso até aquele devasto dia.

NEWS: Casamento a bordo, veja como foi o pedido de noivado da filha do renomado médico das celebridades Oliver Valentin e a renomada médica e herdeira do maior hospital do país, KhunSam. 

Não consigo decifrar qual foi a sensação ao ler aquela notícia em mais um dia comum da minha vida naquela ilha a qual eu tinha comprado a alguns meses, porém meu mundo parecia ter começado a girar e a única reação possível era rir, sim, eu comecei a gargalhar alto suficiente dentro daquela mansão enorme e assustando todos os funcionários que passasse por ali naquele instante, sem me importar nenhum pouco com a opinião alheia, afinal o que mais me importava era aquilo que estava sendo mostrado em meu tablet. Lembro-me bem daquele dia o que restou naquela sala foram apenas duas garrafas de vinhos caros secas e várias taças quebradas sobre a parede, enquanto palavrões eram gritados com todos os sentimentos possíveis e um batom completamente borrado. Naquele instante eu odiava aquele sentimento de amor e saudade, naquele momento eu queria arrancar meu coração com uma faca ou com os cacos de vidro das taças sobre o chão e deixaria ali sangrando até que não sobrasse mais nada, porém ainda assim eu me culpava também e eu confesso que no fundo eu tinha culpa disso ter acontecido, afinal eu tinha a abandonado sozinha com todos os problemas nas suas costas, enquanto ela me protegia e não me denunciava a policia pelo o roubo que fiz ao seu pai. KhunSam sempre foi uma pessoa maravilhosa, dedicada e buscava sempre me ensinar maneiras de olhar a vida de outras formas, mas eu não conseguia observar isso antes e precisei escolher coisas maiores do que sentimentos a quais poderia me derrubar a qualquer momento e transformar em alguém fraca durante a vida, então sinto muito amor, mas eu ainda assim não me arrependo totalmente do que fiz e se eu tivesse que fazer novamente, eu faria e aproveitaria essa vida a qual me encontro agora. Porém não estou mais falando sobre dinheiro ou luxúria que me consome, também não estou preocupada mais com o tanto de zeros que tem em minha conta bancaria e tudo que eu consigo pensar agora é naquela mulher naquela sala, sentada no colo da mulher a qual meu coração pertence. 

Descarada o Retorno - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora