Descarada o Retorno - MonSam

Então tudo bem esquecer um pouco!

Khunsam rodou a cidade inteira durante o dia, sem um destino claro, não voltou pra casa, não atendeu as ligações de Margot ou muito menos estava comunicável naquele momento, pois tudo que sua mente se passava era o que tinha acontecido mais cedo. A angústia e a confusão a guiavam enquanto ela dirigia por ruas conhecidas e desconhecidas, seu pensamento em um espiral interminável. O dia passou sem que ela encontrasse uma solução para suas questões. Não parou para comer, não fez nada além de se perder na cidade, tentando fugir da própria mente e das decisões que precisava tomar.

Quando a noite começou a cair, Khunsam decidiu que precisava de um lugar onde pudesse pensar com mais clareza. Parou no primeiro bar que conhecia, um local simples que oferecia um ambiente tranquilo. Sentou-se no balcão e pediu uma bebida forte, esperando que o álcool ajudasse a clarear seus pensamentos. E enquanto esperava a bebida fazia efeito, Khunsam observava o ambiente, ainda em um estado de desânimo e frustração. Foi então que, para seu choque, avistou Mon sentada com Erick, o irmão de Margot, em uma das mesas. 

O coração de Khunsam apertou ao ver Mon rindo e conversando animadamente com ele. Cada risada e gesto amigável de Mon parecia um soco no estômago de Khunsam, que sentiu o ciúmes e a raiva crescerem, pois não podia acreditar no que estava vendo, se mais cedo a Descarada tinha lhe dito que iria lhe esperar decidir e agora está se jogando nos braços de outro homem, aquilo sem dúvidas deixava a médica completamente desesperada e com bastante raiva. 

Khunsam ficou observando escondida de longe, com a raiva se acumulando a cada minuto. O olhar dela fixava-se em Mon e Erick, que não sabia que estavam sendo observados com um olhar de ciúmes corroendo por dentro da médica. Foi então que depois de alguns minutos, ao ver  Erick se levantar da mesa em que estava com Mon e caminhar para ir ao banheiro, Khunsam decide se levar pelo o álcool de vários copos de whisky que já tinha tomado e levanta abruptamente de onde estava e se dirige à mesa da descarada, que parecia distraída no celular e não viu a doutora chegando com seu coração acelerado e seus pensamentos tumultuados.

— Mon! — Khunsam exclamou, sua voz carregada de tensão e frustração.

Mon levantou os olhos, surpresa e um pouco preocupada ao ver Khunsam ali, já que a mesma tinha saído daquele estacionamento mais cedo totalmente decidida a pensar, então pra quê não ficasse tão ansiosa e mal lembrando das confusões que a doutora estava lhe causando, Mon decidiu acompanhar Erick num jantar de sócios de seu restaurante, já que a mesma estava querendo se juntar a companhia nova do amigo, e assim ambos lucrarem mais. Mas agora, ela não entendia o motivo da médica estar ali naquele bar e muito menos continuar com a mesma roupa de mais cedo. 

 — Khunsam, o que está fazendo aqui? — Questiona Mon, percebendo que Khunsam não se deu ao trabalho de responder diretamente à pergunta. E em vez disso, deixou que a raiva e a dor falassem por ela. 

— Depois de mais cedo, você agora vem encontrar um homem e ainda diz que me ama? — A pergunta saiu em um tom acusatório e carregado de dor. — E Mon ao escutar aquilo, tentou manter a calma, mas a tensão era palpável. 

— Khunsam, eu estou apenas conversando com um amigo. Erick é só um amigo. — Responde Mon, vendo Khunsam se aproximar, com sua frustração evidente. 

— Não faz sentido, Mon. Há algumas horas, você me disse que me amava, e agora está aqui com outro homem. Isso não é justo! — Diz a médica, vendo Mon suspirar, enquanto lhe encara séria e a responde. 

— E eu te amo Khunsam, eu não menti sobre isso. — Diz Mon, continuando em seguida —  Entendo que você esteja passando por um momento difícil e que precise de tempo para pensar. Mas isso não significa que eu deva parar minha vida ou minhas amizades, por causa disso, afinal eu não estou fazendo nada de errado.