19| Sina Deinert

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17 👩‍❤️‍👨   ༄  𝑆𝑖𝑛𝑎 𝐷𝑒𝑖𝑛𝑒𝑟𝑡   !

— Noah, você está me assustando. Desacelera!
— ele estava murmurando algo tão baixo que desliguei o rádio para ouvi-lo. — O que?

— Tenho que sair daqui. — disse ele.

— Noah... — estendi a mão e coloquei-a em seu braço. — estaciona.

— Ele não deveria estar aqui.

— Quem? O que você está falando?

Observei a agulha do velocímetro aumentar.

Mais alto.

Mais alto.

Até que fosse quase cem. Íamos cair e morrer e meu corpo estaria coberto por um milk-shake de morango quando a polícia nos encontrasse.

— Noah! — inclinei-me no meio e coloquei minha mão diretamente sobre a dele no volante. — Você precisa ir mais devagar.

Noah piscou, balançou a cabeça e olhou para minha mão na dele. Ele olhou para mim, deve ter visto o olhar apavorado em meu rosto e praguejou baixinho. Então estávamos diminuindo a velocidade. Finalmente, Noah encostou, desligou o motor e enterrou a cabeça nas mãos.

Eu fiquei sem palavras.

Eu inspirei. Expirei. Dentro. Fora. Fiz uma contagem mental das partes do meu corpo.

Mexi os dedos dos pés. Mexi meus dedos das mãos. Dez cada.

Disse a mim mesma que estávamos ambos bem.

Quando tive certeza de que podia falar, perguntei:
— O que foi isso?

Sem resposta.

— Noah?

Nada.

— Você está me enlouquecendo. Você conhecia essas pessoas?

Estava muito escuro para eu ver seus rostos claramente, mas eles não se pareciam com ninguém que eu conhecia. E Crestmont era muito pequeno, então eu provavelmente os reconheceria, pelo menos.

Então me lembrei de que não, não estávamos mais em Crestmont. Então, como Noah os conheceu?

Ele ergueu a cabeça do volante e a encostou no assento. Seus olhos estavam fechados, seu peito movendo-se para dentro e para fora muito rápido. Ele estava tendo um ataque de pânico?
Devo chamar uma ambulância? Quando tirei meu telefone, ele colocou a mão em cima da minha.

— Estou bem. — disse ele, parecendo tudo menos isso.

— O que é que foi isso?

— Não sei.

— Quem era aquele? - em vez disso, tentei.

— Eu não quero saber.

Isso estava fazendo cada vez menos sentido a cada segundo.

Então meu coração caiu, despencou direto no meu estômago, porque Noah disse:
— Acho que era meu pai. E aquela mulher não era minha mãe.

Oh.

Oh.

— Mas eu... você disse que seu pai estava em Ohio.

Assim que disse isso, percebi o quão estúpido era. E então tudo se encaixou, um quebra-cabeça que nenhum de nós queria resolver.

— Eu pensei que ele estava... — Noah sussurrou.
Estendi a mão para ele — sua mão, seu braço, qualquer coisa. Eu agarrei. Certo. Eu sabia o que era se afogar sem água. Era pior quando não havia ninguém para trazê-lo de volta à costa.
Eu segurei sua mão. Apertei muito forte.

— Tem certeza que era ele? — eu perguntei porque estava escuro e eu estava desesperada para que esse olhar deixasse o rosto de Noah.

Noah não disse nada. Ficamos sentados lá, estacionados na beira da estrada enquanto os carros passavam. Eu não sabia o que dizer.

Inferno, eu também passei por isso. Bem, uma versão diferente, mas ainda era a mesma.

E se aquele era realmente o pai dele, eu sabia que não havia palavras para ajudar. Nenhum
"desculpe" poderia consertar essa ferida.

— Você tem um livro? — Noah perguntou.

O que?

— Hum. Sim. Em algum lugar aqui. — puxei minha bolsa para o meu colo e vasculhei-a.

— Eu preciso de uma distração.

Certo. Isso fazia sentido. A cozinha da mamãe.
Minha leitura. Ambos eram distrações.

— Você tem? - ele perguntou novamente, parecendo em pânico.

Peguei o livro. Noah suspirou, desfez o cinto de segurança e reclinou a cadeira para trás. Ele passou os braços em volta de si mesmo e fechou os olhos. Ele parecia tão diferente do que antes.
Menor. Mais triste.

— Você está bem? — sussurrei, querendo estender a mão e abraçá-lo.

— Leia para mim. — foi tudo o que ele disse.

— Eu não acho que você vai gostar deste livro. — Foi romântico.

Tipo, constrangedoramente.

— Por favor, Sina.

Abri a página que havia marcado e comecei a ler. Minha voz soou estranha no início, mais aguda, mas depois se equilibrou e comecei a soar como eu novamente.

Ler em voz alta era estranho. Eu estava tão acostumada a ocupar esse mundo ficcional sozinha que ter Noah ali comigo parecia diferente. Não é uma diferença ruim. Apenas diferente.

Eu não tinha certeza se ele estava ouvindo. Ele meio que parecia que estava dormindo.

Continuei parando após cada parágrafo, dando uma espiada nele.

Depois que terminei o primeiro capítulo, nossos olhos se encontraram. Ele disse:

— Continue. — então continuei lendo. Essa foi a primeira vez que perdi o toque de recolher.

The Upside Of Falling.  NoartOnde histórias criam vida. Descubra agora