capítulo único

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— Aceita uma taça de vinho?

—Oh, não, obrigada.

—Você não bebe? — pergunta enquanto enche somente a sua taça.

—Depende...

—De quê? — pergunta realmente curiosa e com os olhos cerrados, um riso preso nos lábios.

—Com quem estou.

—Por que? — dá um curto gole no vinho e encara a mulher.

—Porque eu fico excitada, muito... excitada. — respondeu cerrando os olhos e passando a língua entre os lábios, mordendo demoradamente o inferior. —E vinho principalmente, é um convite silencioso para o meio das minhas pernas. — continua, desinibida. —Então eu bebo com pessoas que eu iria para a cama sem problemas ou com amigos que não iriam para a cama comigo de maneira alguma.

Com um sorriso divertido e meio malicioso, Emma conclui:

—Então você não iria para a cama comigo.

—Por que você não seria uma amiga que não vai para a cama comigo de maneira alguma? — questiona diante da conclusão precipitada.

—Porque eu preferia ser a pessoa que você dorme sem problemas. — levantou sutilmente as sobrancelhas, bebendo mais um pouco do vinho.

Ficaram em silêncio, os olhares intensos e ininterruptos, curiosos e escuros pelo desejo.

Regina mordeu com certa força o lábio e balançou os cabelos, sentindo o corpo quente. Observou como a loira levou a taça aos lábios para dar mais um generoso gole no líquido mágico e sentiu as pernas amolecerem – sua sorte era estar sentada.

—Eu adoraria uma taça de vinho.

O sorriso de Emma se alargou e ela rapidamente pegou outra taça para servir a amiga. Ao pôr o líquido na taça, se aproximou de Regina e a entregou sem desgrudar seus olhos dos dela.

Era normal o apartamento estar tão quente numa noite tão fria? Emma se questionava, mas sabia muito bem o motivo de estar sentindo calor.

A verdade é que sempre tivera uma queda pela irmã de sua melhor amiga. Lembrava de quando ia fazer algum trabalho na casa dos Mills e encontrava com Regina, que estava sempre tão bonita e por fora das astúcias da irmã, alegando que não gostava do álcool ou de festas. A beleza, educação e simpatia de Regina lhe chamara atenção, ou a mulher somente a tratava assim por ir com sua cara. Afinal, lembrava com clareza das vezes que alguns de seus amigos tentara algo com a morena e a mesma não era nada educada.

Claro, Emma nunca deu em cima dela tão descaradamente.

O fato de Regina e Zelena serem irmãs gêmeas ainda a deixava surpresa. Afinal, como poderiam ser tão diferentes!? Mas, depois de conhecê-las e ficar completamente intrigada, Emma pesquisara sobre e soube que não era impossível de acontecer.

Com o passar dos anos elas criaram um tipo de amizade, quando precisavam conversar se procuravam e o assunto morria depois de um desabafo. Sabiam os seus maiores segredos. Claro, ninguém sabia que este lado da amizade existia.

Emma era festeira, então sempre ia às festas que Zelena dava em sua casa e, no final da noitada, sempre batia na porta trancada do quarto de Regina e passava o restante das horas ao seu lado, seja assistindo ou somente dormindo.

Swan sempre achou a morena absurdamente bonita, mesmo aos onze quando começara a ter espinhas e se achava feia. Depois, poderia jurar que o auge de sua beleza fora aos dezesseis, Regina parecia esculpida pelos deuses. Mas agora, olhando-a tão de perto bebendo um de seus vinhos mais caros e sorrindo maroto, não saberia dizer como a mulher poderia estar ainda mais perfeita.

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