XV

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As escolhas dos nossos atos geram consequências e estas fatalmente se apresentam diante de nós no devido tempo. (“A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”).

Park Jimin





O meu corpo todo arrepia por saber que ele está aqui, os meus olhos se fecham de prazer por sentir o seu cheiro envolvente, a minha mente ainda custa acreditar na sua presença, como é possível, me viro lentamente na sua direção.

— Jeon!

Os nossos olhos se encontram, ele está sentado na poltrona com a mesma roupa do jantar, a sua camisa está desabotoada até o quarto botão, isso faz o seu peitoral ficar exposto. O seu cabelo agora estava desalinhado, o seu olhar era penetrante e eu podia jurar que ele estava vendo a minha alma. Ficamos nos encarando por algum tempo, quando uma bolha de tensão e prazer se formou. Tudo nele me atrai, não posso negar, é como um ímã. Me esforço para sair disso, não posso deixar os meus sentimentos tomarem conta, ele não merece. Tento questionar o motivo de estar aqui e como conseguiu entrar.

— O que faz aqui? Como entrou?

Ele não disse nada, só fica lá me encarando, percebo que o seu olhar desce para o meu corpo, ele passa a língua sobre os lábios. Isso me causa um prazer enorme por saber que esse homem me deseja, mas também raiva por ele continuar calado.

— Vai continuar mudo? O gato comeu a sua língua, Jeon? — O seu olhar voltou para o meu rosto e um sorriso canalha surgiu nos seus lábios. A sua voz estridente ecoou pelo local.

— Meu bem, por favor, vista-se, senão eu não conseguirei me concentrar em nada além do seu corpo delicioso.

Por um lado, eu estava tomado pela vergonha, queria me enfiar num buraco, mas, por outro lado, estava adorando tirar o sossego desse alfa. Continuarei afrontando.

— Você quem apareceu sem ser chamado, então se vire para se controlar. — Digo, dando de ombros, vejo o alfa ficar surpreso pela forma como estou o tratando. Não culpo Jeon por nada, mas se ele tivesse tomado uma atitude desde cedo, nada disso teria acontecido. A expressão do alfa cai.

— Jimin, por que está me tratando assim?

— Sério? Ainda pergunta, você foi um bunda mole desde que te conheci, viu até onde a sua indecisão nos levou, afetou o nosso filho.

— Pequeno eu… — O corto, não quero saber de suas desculpas.

— E pode começar me chamando pelo meu nome, Jimin ou Park, nada de apelido carinhoso, não somos nada um para o outro. Por um tempo pensei mesmo que poderíamos ser amigos, mas não dar. E o que faz aqui deveria estar comendo a sua mulher, e não sentado no quarto de hotel olhando para outro ômega. — Falo sem o mínimo de culpa, a raiva pela sua indecisão tomou conta de mim. Ele muda a sua postura várias vezes, como se o local não estivesse mais confortável como antes. Então se pronuncia.

— Quero me redimir, sei que errei feio, tive medo de magoá-la e acabei ferindo vocês. Me perdoa! — Não consigo segurar uma risada.

— Perdoar? Que eu me lembre, você disse que não pedia perdão. — Levanto as sobrancelhas, o desafiando.

— Não peço, você é o único por quem faço isso. — Engulo, em seco, a sua resposta me fez balançar, mas não me deixarei abater fácil.

— Acha mesmo que é só vir aqui e dizer isso, e ficará tudo bem? Você está enganado, e eu sei o que quer. Eu não voltarei para aquela casa novamente e não submeterei o meu filho a outra humilhação. — A sua expressão continua caída, mas agora dura.

The force Of destinyOnde histórias criam vida. Descubra agora