YOONKOOK FANFIC |
Yoongi sempre carregou inúmeros desejos desde que se entendia por gente, como alcançar fama global no ballet ou desvendar os mistérios do enigmático garoto da fonte. No entanto, sua genuína curiosidade o conduziu a um futuro aciden...
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Yoongi ~ Dias atuais
- Mãos para o alto! - Hyein gritou.
Eu as levantei, saltando pelo chão, os músculos das costas e ombros se esticando ao máximo enquanto mantinha a cabeça e rosto erguidos em direção ao teto.
- Mais energia! - ela gritou. - Deixe-me ver outra vez! Muito bom.
Exalei assim que toquei o chão, meu pé direito pousando sobre a faixa áspera que ficava no perímetro do palco, para sinalizar que eu estava meio metro da beirada. Além dessa marca, havia mais um espaço de cerca de quinze centímetros que indicava que eu deveria parar, pois não havia mais espaço para onde eu ir.
Suor escorreu pelas minhas costas, e dei a volta, girando à direita outra vez enquanto dava um passo flutuante para só depois arquear as costas antes de subir às pontas e alongar o corpo ao máximo, executando uma pose elegante, para em seguida continuar a dançar.
A música reverberava na sala, parte da coreografia nem um pouco convencional criada por mim, e que seria apresentada em lugar nenhum para ninguém.
Ninguém nunca me contrataria. Eu tentava pensar positivo, principalmente agora que precisava sair daqui o mais rápido possível, mas estava se tornando cada vez mais difícil não me sentir um idiota por ter largado a faculdade.
Hyein foi uma das minhas professoras desde a infância, e continuei a ensaiar em casa, mas também vinha ao estúdio de dança, já que meu pai havia pago o aluguel por cinco horas durante a semana até o final do ano. Eu não queria mais nada do que ele deixou para trás, mas engoli o orgulho em uma desculpa perfeita para poder sair de casa. Jungkook não havia voltado desde o casamento dias atrás, mas era apenas uma questão de tempo.
E eu amava estar aqui. Eu só pensava em dançar e nada mais.
Era daqui que vinham minhas primeiras lembranças da dança, e onde achava que era mais sortudo que muitas pessoas. Uma época onde eu conseguia enxergar e pude praticar quatro anos de balé antes de perder a visão. Eu sabia exatamente como como executar pilés e arabesques. Conhecia todos os passos e movimentos, e conhecia um pouco da técnica. Continuei a praticar com um professor particular quando me mudei para Seul, mesmo sabendo que não havia perspectiva alguma para sonhar com uma carreira. Sempre fui muito realista.
Eu enfrentaria dificuldades em dançar com um corpo de baile, além de dançar em par. Não era impossível, mas aquilo levaria um bom tempo para aprender e nem todos aceitariam o desafio.
Certamente eu não era o primeiro bailarino com deficiência visual, mas era o primeiro em um raio de oitocentos quilômetros. Eu tinha esperança. Alguém teve que dar início ao fenômeno em outras partes do mundo, não é? Então por que eu não poderia fazer isso aqui mesmo também? O único problema estava em conseguir uma companhia de balé e um técnico que aceitasse o trabalho.
