Para a alegria de Kally, estava um clima bem quente em Busan, então Jungkook quis levá-la para a piscina.
O alfa estava radiante, brincando com a filha e imaginando um outro bebê e conversando com Kally sobre isso. Ela respondia no idioma embolado dos bebês.
— Você vai ser uma boa irmã? — Ele perguntou. Kally o olhou séria por um segundo, depois começou a bater os bracinhos e jorrar água para os lados. Ela sorria e dava gritinhos quando fazia isso. Jungkook riu, mas prosseguiu: — Você tem que ser. Tem que amar seu irmãozinho ou irmãzinha. Você não vai entender isso agora, mas quem sabe no futuro: sua família é sua, é a única coisa que você tem. Agora você tem uma família bem grande e únida, mas tem que lutar para que ela permaneça assim. Um dia pode ser que você perca tudo, até eu e o seu papai Minie. — A menção chamou a atenção dela, que o olhou no fundo dos olhos idênticos e disse:
— Papai Minie — ela sorriu e bateu forte na água.
Eles estão no meio da piscina, onde ainda dá pé para Jungkook. Ela está numa boia para bebês, que dá para ficar com as perninhas na água e é bem segura, mas o alfa prefere segurar a boia para garantir que não vire sozinha.
— Isso, Kally. Mas o que eu estou dizendo, é que, quando o próximo Jeon nascer, eu quero que vocês cresçam estando um pelo outro.
— Jeon — Kally repetiu a palavra que ouvia com frequência. Jungkook, orgulhoso, a recompensou com um carinho na cabeça.
Molhou os cabelos dela com cuidado, para não ficar muito quente com o sol, já que a bebê rejeitou o chapéu e o jogou para o outro lado da piscina.
— Jeon, você é uma Jeon. — Ele disse feliz, mas logo seu brilho sumiu e ficou preocupado.
Jeon não era um sobrenome muito querido. Na verdade, qualquer pessoa naquela cidade fugiria de alguém com esse nome, ou mesmo relacionado a ele.
No passado, quando o comando era de seu avô, eles faziam coisas cruéis e ficaram conhecidos por isso. Mas quando seu pai virou líder, houve uma mudança radical, que Jungkook prometeu manter agora em sua vez.
Hoje os Jeons são conhecidos por fazer "justiça", como em casos de violência doméstica, violência contra ômegas ou crianças, que temem ou são negligenciados pela polícia e vêm pedir ajuda ao líder lobo. Até em casos de assalto seus subordinados são instruídos a se meter para resolver se a vítima quiser.
Além disso, os Jeon também ajudam em diversos projetos sociais, como orfanatos, escolas precárias, abrigos para mendigos e imigrantes, cesta básica para regiões carentes.
Claro que essa bondade não é a toa, nada é cobrado, mas a gangue espera ter mais reconhecimento e respeito em troca.
Inclusive, foi assim que conseguiu conquistar uma região inteira de Busan, coisa que seus antepassados não conseguiram com muito anos de guerra e violência.
A gangue Jeon já não é mais tão mal vista, entretanto, sua bondade atual não pode apagar o passado. Os Jeons mudaram, mas isso não impediu que Jungkook sofresse a infância inteira com exclusão de colegas e até mesmo os adultos que tinham medo de sua família. Não impede de olharem torto e saírem assim que ele pisa em algum lugar.
Ele definitivamente não quer isso para Kally. O sobrenome carrega um peso enorme que está nas costas de uma menininha que acabou de nascer. Isso não é justo.
O preço de ser um Jeon é algo que se paga com a vida. Jungkook sabe disso, ele viu acontecer, com seu avô e até mesmo com seu pai, que fingiu a própria morte.
Era horrível pensar que Kally passaria por isso em algum momento.
Jungkook se sentiu mal. Um péssimo pai. Mas... talvez essa seja a sua chance de melhorar. Talvez Kally, e seu outro bebê, tenham vindo para que ele seja uma pessoa melhor e acabe com a tradição da família.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Blogueirinho E O Gangster [2ª temporada]
Fanfiction[EM ANDAMENTO] Que Jimin é um tiktoker famoso que casou com um gangster todos já sabem, mas como anda a vida do casal depois da última viagem com a família para o Havaí? As coisas pareciam boas e estáveis, mas é claro que essa grande família ia d...