Dom Quixote - Fem. Soukoku

Momentos

Passou-se dois anos e Chuuya iria apresentar Dom Quixote pela segunda vez, estava eufórica, repassou a apresentação até que desmaiasse de cansaço. Odessa estava preocupada com a Nakahara, até porque por essa obra a ruiva daria a vida, esquecendo-se até de comer e beber, mas nada que a ruiva não pudesse aguentar, né?

   Chegou o esperado dia, o dia em que Chuuya dançaria, e Chuuya, pela segunda vez, estava nervosa, tendo pensamentos negativos, a todo momento encarando Dazai ansiosa, eufórica, alegrie e, o mais importante, medo. A Odessa estava encarando Chuuya de volta, como se disseste "Calma, você vai se sair bem" para a ruiva mais baixa.

  A apresentação será a noite, ainda era de tarde, eram 13h, Odessa foi para a casa de Chuuya para distraí-la e, para que ela não fique tão nervosa, elas viram filme, comeram, se implicaram, elas fizeram muitas coisas.

   Faltavam duas horas e meia para a apresentação, que começaria às 20h em ponto. Chuuya estava arrumando suas coisas — Roupas, sapatilhas, presilhas, etc. —  e Odessa estava afinando seu violino, Odessa decidiu, pela última vez, tocar Dom Quixote, só para ter certeza que não esqueceu da melodia, e o corpo da ruiva se mexeu automaticamente. Chuuya, definitivamente, amava Dom Quixote e, com certeza, aprimorou muito mais seus passos. Odessa, que estava observando a ruiva, se encantou novamente pelo o que via, e certamente sempre amará tudo que a ruiva fizer.

   Chuuya e Odessa já estavam no local marcado, e na hora marcada, faltando exatamente uma hora para a apresentação começar, Chuuya já estava com a roupa posta, estavam maquiando a ruiva e fazendo o penteado. Odessa estava terminando de ajeitar seus fios castanhos, já que odiava quem tocava em seu cabelo, exceto, claro, Chuuya.

   Chuuya e Odessa estavam prontas, nada estava fora do lugar, o violino estava afinado, Chuuya sabia os passos e Dazai sabia a melodia, estava tudo perfeito. Dazai atravessou a cortina, foi para o canto do palco, e começou a tocar a melodia. Tudo estava perfeito. Chuuya entrou, atração principal, Dazai, por um momento, se desvencilhou e quase fez Chuuya errar o ritmo, mas, graças a Odessa, não errou.

   A apresentação estava perfeita mas, somente para os olhos de quem estava no assento, Chuuya ja havia perdido o humor, estava nervosa, irritada, e com medo de errar. Chuuya, no momento em que Odessa pensou em desvencilhar-se, a encarou, um olhar frio e de julgamento, até porque, conhecendo a Nakahara, sabe-se que a ruiva odiava erros.

  Fim da apresentação e, diversas palmas eclodiram pelo local, Chuuya estava nervosa, e assim que as palmas cessaram ela atravessou as cortinas, e Dazai foi atrás dela. Assim que a ruiva chegou num local mais afastado deixou as lágrimas de raiva caírem, as lágrimas de insegurança, e logo após Odessa a alcançou, quando ela viu a face triste, raivosa, e insegura daquela que tanto ama se sentiu desvastada.

— Ei, Chuu, me desculpa. Eu sem querer me distrai, não queria ter feito você quase errar o tempo. — Disse Odessa, triste consigo mesma por ter feito a pessoa que ama chorar.

— Não Odessa, tudo bem, é normal se distrair. Mas e se eu perder por conta de uma "distração" sua? O que eu vou fazer? Você sabe o quanto eu me esforço para não cometer erros, então por que você se desvencilhou deste jeito? — Perguntou a Nakahara, nem tão séria, já que estava chorando. Ela realmente estava triste com Dazai, ela estava brava, e se alguém a irritasse naquele momento poderia ser considerada uma pessoa morta.

— Mas Chuuya, meu bem, é normal errar ou perder, e se você perder é só você aprimorar naquilo que você errou. Como eu fui a causa de seu erro irei me responsabilizar, eu irei melhorar, eu prometo. Mas tenta não pensar tanto nisso, é normal se distrair e perder, acontece com todos. — Odessa estava tentando consolar a ruiva, mas nem todas as pessoas são boas com palavras, e Dazai era uma delas. A tentativa de consolo não adiantou muito, com certeza a pobre Nakahara iria se sobrecarregar demais para aprimorar-se naquilo que nem sequer errou. E Odessa sabia daquilo.